GRAVE DIGGER
CLASH OF THE GODS
Shinigami Records/Napalm Records - Nacional
CLASH OF THE GODS
Shinigami Records/Napalm Records - Nacional
E mais um álbum lançado em 2012 volta ao mercado. E trata-se de uma bela volta, afinal estamos falando de CLASH OF THE GODS, 16º álbum de estúdio do GRAVE DIGGER, um dos mais respeitados representantes do heavy metal tradicional europeu. Conhecida por suas incursões líricas na história, mitologia e guerras, a banda liderada por Chris Boltendahl encontrou neste trabalho uma rica fonte de inspiração: a mitologia grega. O álbum se destaca por sua linha temática, sua força épica e sua sonoridade fiel às raízes do heavy metal, com toques de power metal e atmosferas sombrias. Em parceria com a Napalm Records, a Shinigami Records proporciona aos fãs da banda e do Heavy metal num todo esse relançamento.
O já citado Boltendahl, junto aos seus parceiros Axel Ritt (guitarra), Jens Becker (baixo) e Stefan Arnold (bateria), sem esquecer do lendário e mítico HP Katzenburg (teclados), nos entregam 13 faixas (esse relançamento conta com duas faixas bônus). A produção, a cargo do próprio Grave Digger e Jörg Umbreit, é sólida e moderna, sem abandonar a essência crua e clássica do grupo, com destaque para o trabalho de guitarras de Axel Ritt, que equilibra peso, técnica e melodias épicas.
Desde a introdução instrumental "Charon", já se nota a ambientação densa e misteriosa, transportando o ouvinte diretamente ao mundo dos deuses, monstros e heróis da Grécia Antiga. Faixas como “God of Terror”, “Death Angel & the Grave Digger” e a própria “Clash of the Gods” apresentam riffs pesados e refrãos marcantes, enquanto as letras narram confrontos entre divindades, o medo diante da morte e os feitos heróicos das grandes figuras mitológicas. A voz rouca e poderosa de Boltendahl encaixa perfeitamente nesse cenário sombrio e grandioso, dando vida aos mitos com dramatismo e autoridade.
Um dos destaques é a faixa “Call of the Sirens”, que traz elementos mais atmosféricos e melodias sedutoras, simbolizando o canto mortal das sereias. Já “Medusa” é pesada e direta, evocando a ameaça petrificante da criatura lendária com riffs cortantes e andamento cadenciado. Entre as faixas bônus, destaque para a versão em alemão para "Home at Last" que ficou mais "dura", por assim dizer.
CLASH OF THE GODS representa um ponto alto da fase madura da banda, mostrando que mesmo após décadas de carreira, o GRAVE DIGGER ainda era capaz de entregar álbuns conceituais com potência e respeito às tradições do gênero. Não é apenas um tributo à mitologia grega, mas uma verdadeira epopéia musical que dialoga com a grandiosidade dos temas que aborda, provando que o heavy metal continua correndo na veia de seus integrantes. Assim como na dos deuses.
Sergiomar Menezes
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