THE OFFSPRING
SUPERCHARGED
Concord - Importado
SUPERCHARGED
Concord - Importado
Prestes a completar 40 anos de carreira, THE OFFSPRING chega ao seu 11º álbum de estúdio fazendo aquilo que sempre fez: um misto de punk, hardcore, pop, rock, ska, mantendo uma regularidade ao longo desse período que poucas bandas conseguem. Se o som do grupo não visa mudar o mundo (apesar de muitas letras versarem sobre temas sociais), garante ao apreciadores da música de qualidade excelentes momentos de diversão. E afinal, o Rock n' Roll surgiu pra quê mesmo? SUPERCHARGED traz o grupo em 10 faixas que variam de sons mais comerciais àqueles que possuem uma pegada mais visceral e voltada ao HC. Em poucos palavras, o bom e velho Offsping de sempre!
Dexter Holland (vocal e guitarra), Noodles (guitarra e backing vocal), Todd Morse (baixo e backing vocal) e Brandon Pertzborn (bateria) formam um dos quartetos mais legais de se ouvir dentro do cenário atual. Sem grandes inovações, mas sempre cheios de inspiração e energia, o grupo explora seus limites, abordando temos que, se sérios na maioria das vezes, ganham um ar de bom humor nas músicas da banda. Dexter e Noodles, integrantes mais antigos do grupo (Dexter está desde o início sendo que Noodles entrou pouco tempo depois, de forma que podemos considerar os dois como membros originais), sabem como conduzir a sonoridade do Offspring, o que fica nítido desde os primeiros acordes do trabalho. E temos uma homenagem ao Brasil, algo que torna o álbum um pouco mais especial do que de costume.
"Looking Out for #1" inicia de forma melódica, com toques que remetem aos trabalhos iniciais do grupo, trazendo pop, punk e HC inseridos de forma despojada, sem fazer nenhum esforço. Ótima faixa pra abertura, pois logo em seguida temos um dos destaques de SUPERCHARGED: "Light it Up", aquela faixa rápida e intensa que sempre se faz presente em todos os álbuns da banda, inclusive com aquele refrão que faz todo mundo cantar junto. Nada mais Offsping do que isso, não é mesmo? "The Fall Guy" com toda certeza seria parte constante de um Disk MTV, naquela época que a gente reclamava, mas era feliz e não sabia. Outro momento muito interessante é "Make it All Right", com seu inicio remetendo á "Pretty Fly (For a White Guy) (pela melodia e arranjo) é dona de um excelente refrão. Pop sem ser chata, a faixa tem um vídeo muito legal, como você pode conferir no final dessa resenha. "Ok, But This is the Last Time", também seria "Top Hits", com sua melodia e refrão marcantes. Esse é um dos pontos fortes na carreira da banda, pois é difícil alguém não lembrar de pelo menos um refrão composto pela dupla Dexter/Noodles.
A veia HC do grupo dá mostras em "Truth in Fiction", um petardo que incendeia a execução do álbum, ainda mais depois de uma faixa com um forte acento pop como a anterior. Mas o momento mais "diferente" do trabalho vem agora: "Come to Brazil", pesada, rápida e melódica, a faixa é uma homenagem aos fãs brasileiros que insistem quase que diariamente nas redes sociais da banda para que ela venha ao nosso país. Referências como caipirinha e nosso famoso "olê, olê, olê, olê" estão presentes. Ainda que não seja uma das melhores, chama a atenção (principalmente a nossa) por essas características. "Get Some", apesar da boa linha melódica, acaba destoando um pouco do restante, Enquanto "Hanging by a Thread", apresenta traços comerciais sem perder as características do quarteto. O encerramento com "You Can't Get There Here" condensa todos os elementos que fazem do Offspring um dos ícones do estilo. Os vocais bem característicos de Dexter, as linhas melódicas de Noodles e a inserção de características do pop, do rock e do punk dosados de forma inteligente.
SUPERCHARGED não vai mudar o mundo. E nessa altura do campeonato, eu e você sabemos que isso não é necessário. O OFFSPRING tem essa dimensão e noção que sua música veio pra divertir. Se conscientizar, beleza. O importante é mostrar que com quase 40 anos, o grupo não virou um chato de galochas querendo impor suas opiniões goela abaixo como alguns "tiozões" do rock andam fazendo, principalmente aqui no Brasil. Se o Rock se tornar chato ele deixa de ser Rock. Que bom que abanda sabe disso!
Sergiomar Menezes