KRISIUN - MORTEM SOLLIS TOUR
Abertura: NEPTUNN, PENTAGRAM (CHILE)
22/11/2024
BAR OPINIÃO
PORTO ALEGRE/RS
PRODUÇÃO: ABLAZE PRODUCTIONS
Texto: Gustavo Jardim
Fotos: José Henrique Godoy
Após meses de espera, passadas as grandes tragédias do maldito mês de Maio no Rio grande do Sul, finalmente o grandioso KRISIUN á casa torna trazendo sua Mortem Sollis tour a Porto Alegre, com abertura da Neptunn e dos chilenos do Pentagram.
Aproximadamente as 19h20, os gaúchos da Neptunn sobem ao palco, trazendo um death metal brutal e competente ao crescente público que aos poucos foi preenchendo o bar Opinião.Trazendo um competentíssimo set, a banda apresenta canções de seu mais recente EP, (Re)Existence, que flerta com aquele death metal mais técnico dos anos 90 de bandas como Criptopsy, Suffocation, Beyond Creation, e também com bandas mais antigas como Cannibal Corpse e Benediction em certos momentos. Músicas como “Transmutate”, “Ressignify”, “Onward to Nothingness” e “ Neptunn Rise”, o novo single da banda, agradaram bastante com riffs complexos e certeiros acompanhados de uma bateria matadora e precisa, e um vocal extremamente visceral. O line up experiente é composto por Rafael Giovanoli (In Torment, Diokane, Bloodwork) e Bruno Fogaça (Gory, In Torment, Hateworks) nas guitarras, Matheus Montenegro ( Burn the Mankind) na bateria, Nathalia Ernst no baixo e Larissa Pires (Ethel Hunter, entre outras) nos vocais, e agradou bastante o público, muitos comparecendo com a camiseta da banda inclusive. Particularmente gostei bastante, sendo a primeira vez que vi a banda ao vivo.
Cerca de meia hora depois, entra em cena a lenda chilena do death metal, PENTAGRAM. Confesso que estava ansioso pra ver a banda ao vivo. Remanescentes da primeira safra do death metal mundial, ao lado de Possessed, Massacre, entre outros, a banda literalmente deu uma aula de metal da morte. Após a rápida intro, os primeiros riffs de “El Imbuche”, apresentando o novo álbum dos caras, "Eternal Life of Madness”, soam nos PAs, introduzindo a parte Old School da noite, seguido da clássica “Profaner”, com seu andamento igualmente hipnotizante e cadenciado. A igualmente mórbida e cativante “Demented”, seguida de “La Fiura” do primeiro full lenght de 2013, "The Malefice”, não deixam seu pescoço em paz! Destaques para os riffs de guitarra de Juan Uribe e o carismático frontman Anton Reisenegger, bem na linha de Celtic Frost/ Possessed. Mantendo o clima, "Evil Incarnate” empolga demais os bangers com seu clima cativante e em seguida mais duas do novo disco, a faixa título “Eternal Life of Madness”, com um riff que em momento lembra "Ageless Venomous" do Krisiun, mais marcante, e “Possessor”. Após a intro da citada faixa, que é um dos destaques, uma aula de cozinha infernal e empolgante com Dan Biggin ( aixo) e Juan Donoso ( ateria), com um riff inspirado. Encerram com a igualmente clássica “Demoniac Possession” , outra das antigas, um dos muitos destaques com seu clima totalmente poderoso e velocidade, lembrando Slayer em muitos pontos. Foi soberbo, bati cabeça absolutamente o tempo inteiro. Muito legal foi poder também adquirir no local a camiseta da tour e o novo disco, obrigatório!
Chegamos então ao momento mais esperado da noite, os gigantes do Krisiun ! Após rápidos minutos, já começam a interagir com o cenário, a máquina de guerra chamada Max Kolesne já inicia a “azeitar” seu set de bateria e toda aquela movimentação de palco culmina com a intro aquecendo de vez o público. Após o tradicional cumprimento inicial, a casa vem abaixo com “Kings of Killing”, com todo o seu poder de fogo, seguida de mais um clássico, “Hatred Inherit”, do “Conquerors of Armagedon”. Um empolgado Alex Camargo, relembra os momentos difíceis que passamos e exalta a força e superação do povo, exaltando o orgulho de ser brasileiro e gaúcho. "Serpent Messiah” é a primeira do novo “Mortem Sollis”, funcionando muito bem ao vivo, um dos destaques do novo álbum. "Scourge of the Enthroned” com um peso absurdo de guitarra e uma levada marcante mantém o nível, e então vem a segunda do novo disco, "Necronomical”, com a banda mais uma vez interagindo bem com a galera.
“Soul Devourer” é a segunda do aclamado “Conquerors” e eleva o nível de brutalidade, uma paulada no ouvido ao vivo! Na sequência, a mais cadenciada “ Blood of Lions”, igualmente um ponto alto ao vivo. “Endless Madness Descends” mais uma vez remonta aos velhos tempos de “Conquerors”, com absurda recepção do público que mais uma vez abriu imensas rodas de mosh, e na sequência "Descending Abomination”, dos tempos de “The Great Execution” novamente deixa um clima mais cadenciado, com a missão de acabar com os pescoços dos bangers de vez, com seus riffs inspirados e marcantes.
Um solo interessante do mestre Max Kolesne mostra uma vez mais o poder de fogo e técnica de um dos melhores bateristas do estilo, preciso e brutal, honrando um trono em comum com mestres como Pete Sandoval e Dave Lombardo, pra citar alguns.
Após uma interação calorosa mais uma vez com o público, mandam uma singela homenagem a Paul Di'anno com uma versão matadora de "Wrathchild", causando intensa participação do público, e culminam então com a sempre devastadora “Black Force Domain”, não deixando pedra sobre pedra e encerrando uma noite absolutamente memorável.
O Krisiun é muito necessário, se consolida a cada álbum, a cada show, como o topo do metal extremo. É um grande privilégio que estejam entre nós, e que seja assim para sempre. Um muito obrigado aos sempre humildes e verdadeiros, Alex, Moysés e Max.