DEMON
INVINCIBLE
Shinigami Records/ Frontiers Music Srl - Nacional
INVINCIBLE
Shinigami Records/ Frontiers Music Srl - Nacional
O ano era 1984 (40 anos já!) e eu então com 14 anos, ainda na fase da descoberta do mundo do Heavy Metal, ia na loja Pop Som, no centro de Porto Alegre, em busca de novas bandas e álbuns. A loja disponibilizava “toca discos" com fones para que você pudesse ouvir os discos, e eu sempre que possível enchia o saco dos vendedores Dudu (fanático pelo Van Halen) e do Beto Led (colecionador #1 de Led Zeppelin do RS e talvez do Brasil) para ouvir os novos lançamentos.
Numa manhã de sábado, em uma das minhas visitas a loja, eles me mostraram um disco de uma banda chamada Demon, com uma capa onde havia mãos saindo de um suposto túmulo endiabrado e com umas vísceras em cima de um cruz... o nome do álbum era “Night Of The Demon”(lançado em 1981 – o álbum de estreia da banda) e eu pensei: “Cara, isso deve ser a coisa mais pesada e barulhenta do mundo!!!”. Logo no primeiro minuto de audição, veio a “decepção”: Ao invés de um Motörhead Satânico (era o que eu esperava) o som era um Hard Rock no melhor estilo NWOBHM.
Passando o impacto inverso inicial, a voz grave e marcante do vocalista Dave Hill, junto aos riffs “BlueOyterCulterianos” da banda, me chamaram a atenção e curti muito o álbum e ele foi uma das minhas próximas aquisições. Durante os anos seguintes, após mais bons álbuns , “Unexpected Guest” e “The Plague”, o Demon quis se aventurar por outros ambientes do rock, como o Progressivo e até Jazz-Rock, deixando bastante de lado o seu ótimo Hard Rock inicial e acabaram perdendo-se pelo caminho e o Demon, infelizmente, caiu no esquecimento.
Na última década, o Demon voltou aos trilhos e realizou uma sequência de ótimos álbuns e, agora 2024 , de contrato assinado com a Frontiers, lança o ótimo “Invincible”, lançado por aqui pela Shinigami Records. Dave Hill segue a frente da banda, liderando o que deve ser a centésima trigésima nona formação do Demon. Com uma produção poderosa, que ficou a cargo de Dave Hill e pelo baterista Neil Odgen, o álbum teve a masterização de Harry Hess, vocalista do Harem Scarem.
O som no álbum evoca o Demon dos primeiros anos, mas porém com um frescor dos tempos atuais. “In My Blood” tem um quê de Whitesnake, “Face The Master” tem um riff e pegada Hard & Heavy. “Beyond The Darkside” é rápida e com ótimos riffs e solos da dupla de guitarristas Dave Cotterill e Paul Hume, e contrasta com a pesada e cadenciada “Ghost From the Past” que faria Tony Iommi sorrir orgulhoso. Falando no pai de todos, “Hole In The Sky” conjura o Black Sabbath novamente, não apenas pelo nome da música, como também pelo seu andamento sombrio. "Break The Spell” é uma faixa mais acessível, com um andamento quase AOR, enquanto “Rise Up”, “Invincible” e “Breaking The Silence” são ótimas sequências do que o Demon apresentou nos lançamentos da década de 2010. O álbum fecha com a excelente balada “Forever Seventeen”.
Um ótimo e variado lançamento desta veterana banda inglesa que merecia ter tido muito mais sorte e reconhecimento na sua trajetória. "Invincible" estará, provavelmente, na lista dos meus melhores de 2024.
José Henrique Godoy
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