terça-feira, 18 de junho de 2024

KERRY KING - FROM HELL I RISE (2024)

 


KERRY KING
FROM HELL I RISE
Reigning Phienix Music - Importado

Kerry King é daqueles músicos gigantes, e seu nome e legado transformaram esse trabalho em um dos mais aguardados de 2024, e verdadeiros fãs do mais intenso e brutal Thrash Metal não tem absolutamente do que reclamar. É óbvio que o nome que carrega faz com que o sarrafo esteja sempre em um nível alto e como não relacionar seu nome a clássicos imortais lançados na longínqua década de 80 e mesmo o início dos anos 90, mas como sabemos, esses anos dourados nunca mais retornarão, afinal King e cia. não tem mais 20 e poucos anos e mesmo assim, ainda são capazes de tocar em ritmo e velocidade alucinantes.

Desde que o Slayer anunciou o fim das atividades há alguns anos atrás, King já demonstrava que não queria parar e que reuniria um Dream Team do Metal com sua nova banda que tempos depois leva apenas seu nome artístico, o que para mim foi um pouco decepcionante. A banda poderia muito bem se chamar algo como Kingslayer ou mesmo outro nome que não se relacionasse tão diretamente ao guitarrista, mas o mais importante é que finalmente, em determinado momento, o projeto de King de ter uma nova banda finalmente saiu do papel.

Ao visualizar o tracklist de “From Hell I Rise”, achei de imediato que 13 faixas poderiam soar um tanto cansativas, mas felizmente foi apenas aquela impressão que durou alguns nanosegundos e ouvir tantas cacetadas igualmente insanas e pesadas e que absolutamente em tudo, lembram Slayer, umas com mais, outras com menor intensidade, de forma alguma poderiam cansar a ponto de pausar a execução em algum momento. Parece que não fugir do jeito Slayer de ser foi um dos motes do disco. Que bom!

A instrumental “Diablo” abre o disco nos mesmos moldes de “Delusions of Saviour” que também abriu o último registro de estúdio do Slayer, “Repentless” (2015). “Where I Reign” dá inicio ao caos, na sequência duas faixas já previamente lançadas, a mais cadenciada “Residue” e a caótica “Idle Hands”.
“Trophies of the Tyrant” é um enorme destaque em especial em seus solos onde o grande guitarrista Phil Demmel (ex-Machine Head) se destaca e “Crucification” poderia tranquilamente fazer parte dos mais clássicos trabalhos do Slayer já que a pancadaria mesclada com a melodia é algo que nem sempre se viu nos álbuns do Slayer. Essa vale uma atenção redobrada!

“Tension” me lembrou faixas como “Serenity in Murder”, de “Divine Intervention” (1994) por exemplo, já que a semelhança da voz limpa de Mark Osegueda com a de Tom Araya é incontestável. “Everything I Hate You” tem pouco mais de 1 minuto e não dá pra esperar nada além de pancadaria, e sim, ela poderia estar em “Undisputed Attitude” (1996). “Toxic” é também um destaque absoluto e sua levada me lembrou a faixa “Piano Wire” do trabalho mais recente do Slayer, faixa esta uma composição de Jeff Hannemann. Quer mais Slayer que isso?

“Two Fists” tem uma veia punk que a faz única no disco, “Rage” é puro Thrash anos 80, “Shrapnel” tem uma intro que me lembrou mais uma faixa de “Divine Intervention”, chamada estranhamente de “213”. Mas é só no começo, depois tudo é Thrash. Destaco aqui as variações sempre criativas e cheias feeling do mago das baquetas Paul Bostaph. Essa poderia muito bem ser a faixa de encerramento, mas ainda tinha espaço pra faixa título, para aí sim desta vez, fechar o disco com ódio, raiva e brutalidade, o que fica claro no refrão “Do inferno através do fogo eu levanto, até que chova sangue dos céus”. Familiar isso tudo não acha, caro leitor?

Imagino essa faixas de tivessem a incrível interpretação do mestre Tom Araya no vocal, certamente (ao menos para mim!) soariam mais agressivas e potentes com algumas candidatas a clássico.
Melhor que “Repentless”? Acho que sim, ou no mesmo nível na pior das hipóteses! Melhor que “World Painted Blood” e “Christ Illusion”? Acho que não mas penso que a distância entre eles não é tão grande assim.

Para alguns pode soar como mais do mesmo, mas não, não é, afinal “From Hell I Rise” é um Slayer com outros músicos e em especial, com uma nova voz. Se o Slayer original vai ou não retornar com força total, ainda não sabemos já que isso ainda é um assunto um tanto quanto “mal explicado”; mas com esse lineup, os carentes fãs do Slayer no qual me incluo, podem sim sentir-se representados com toda a pompa.

Como diria o mestre Luiz Carlos Alborghetti: “um abraço pra galera do Slayer… são os grandes reservas morais do Thrash Metal”. Ele sempre esteve certo…

Mauro Antunes




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