CIRCUS OF ROCK
HELLFIRE
Lions Pride Music - Importado
HELLFIRE
Lions Pride Music - Importado
Mirka "Leka" Rantanen é um nome de peso no hard rock e no heavy metal da Finlândia, conhecido por sua carreira como baterista e por ser um artista multi-platina. Com mais de 35 anos de estrada, ele já tocou em mais de 40 álbuns e fez parte de bandas importantes como Thunderstone, King Company, Raskasta Joulua, Kotipelto, Warmen, Northern Kings e Revolution Renaissance. Mas o seu projeto mais audacioso foi o CIRCUS OF ROCK — que começou como algo de estúdio, cheio de convidados famosos e agora virou uma banda completa, forte e com identidade própria e que lançou seu primeiro álbum, "Come One, Come All", em 2021, seguido por "Lost Behind the Mask" em 2023. Os dois discos chamaram atenção pela quantidade de vocalistas de peso que participaram, como Jeff Scott Soto, Johnny Gioeli, Marko Hietala, Danny Vaughn, Bernie Shaw, Rick Altzi, entre outros. Depois da boa repercussão, Mirka Rantanen resolveu transformar o projeto numa banda de verdade, com formação fixa, o que ajudou a dar uma cara mais definida pro som e também facilitou pra cair na estrada e fazer shows ao vivo. Agora, vem a solidificação de seu nome com o terceiro álbum, o coeso e equilibrado HELLFIRE.
Mark Boals, conhecido por tocar com nomes como Yngwie Malmsteen, Dokken e Ted Nugent, é o vocalista, (lembrando que ele já havia participado do Lost Behind the Mask). Compleytam o time os guitarristas Samuli Federley e Vesa Virtanen, o tecladista Jari Pailamo e o baixista JJ Hjelt (Kenziner). Após assinar com a Lions Pride, o grupo lança seu terceiro trabalho, um álbum muito bem produzido e que traz músicas fortes e intensas, mas mergulhadas no melodic hard rock, ainda que em muitas passagens, o peso das guitarras ganhe certo destaque. O trabalho traz ainda a participação especial de Alessandro Del Vecchio nos vocais da faixa "Broken Pieces". Vale destacar a bela capa, que traz o palhaço novamente, sendo ele o "mascote" do grupo.
O álbum abre com "The Great Evil", que traz bons riffs, aliados a uma cama de teclados bem interessante. Mark Boals, dispensa apresentações, pois seus trabalhos prestados ao hard/heavy mundial falam por si só. Destaque para o refrão pegajoso e pesado ao mesmo tempo. Mirka conseguiu realmente dar uma cara de banda ao grupo, o que se verifica com mais precisão na faixa título, uma composição repleta de intensidade. As guitarras são o grande destaque, não só aqui, mas no trabalho como um todo, pois tanto os riffs como os solos são bem estruturados e técnicos, sem esquecer do feeling. na sequência, "On the Lips of Fate", vem para corroborar a linha melódica do grupo. Boals mostra mais uma vez sua técnica, sem exageros e correta, o que só faz abrilhantar ainda mais sua performance. Outro belo refrão, com uma pegada 80's. "Broken Pieces traz os vocais de Alessandro Del Vecchio, mas sem que isso faça com a composição soe genérica, se é que me faço entender. Já "Heat of the Moment" é uma composição mais introspectiva, um tanto quanto densa, mas com melodias que a tornam mais dinâmica.
"Die Another Day" traz, mais uma vez, as guitarras se sobressaindo, mas dividindo os louros com Boals. Uma das melhores faixas, mostrando que a cozinha composta por Mirka e JJ Hjelt, além de bom entrosamento, tem também uma pegada pesada e certeira, o que podemos perceber na metade da execução da faixa. Enquanto isso, "Lead Tears" tem uma veia pop/comercial que nos remete à época em que as bandas melodic rock/AOR dominavam as "paradas" de sucesso. Boas linhas de baixo/bateria, enquanto a dupla Samuli e Vesa, mais uma vez dão seu recado com precisão. O tecladista Jari Pailamo possui uma característica que merece ser citada: ele sabe inserir suas passagens sem que isso interfira no peso das guitarras, fazendo uma boa diferença. Já "Back for Good" é uma faixa bastante genérica, mesmo com sua boa melodia, não acrescentando muito ao álbum. O que não acontece com "Kill the Lights", um rock de respeito com grande performance de Boals. Próxima do final, "All or Nothing" é outro bom momento, com destaque para as linhas criadas por Jari Pailamo. O encerramento vem com "Tough Pill to Swallow", pesada, mas sem muito a acrescentar.
HELLFIRE é um bom álbum, pois apesar de não reinventar a roda, mantém qualidade e bom gosto em suas composições. Ao término, percebi que não temos nenhuma balada no trabalho, algo raro quando falamos nesse estilo. Mirka acertou em transformar seu projeto CIRCUS OF ROCK em banda e ficamos na espera de que novos álbuns possam alegrar os fãs de melodic rock, bem como os amantes da música em geral.
Sergiomar Menezes
Nenhum comentário:
Postar um comentário