FALSE GODS
LOST IN DARKNESS AND DISTANCE
BRC30 Productions - Importado
LOST IN DARKNESS AND DISTANCE
BRC30 Productions - Importado
Com “Lost in Darkness and Distance”, o FALSE GODS entrega um disco intenso e denso do rock/metal alternativo. Não é um álbum que agrada em um primeiro impacto. Pelo contrário: ele exige entrega e persistência. É um disco que se impõe como um quadro negro, sombrio, carregado, onde cada faixa é um traço é um borrão de dor, confissão e brutalidade emocional. Mas também é nesse breu que, aos poucos, pequenas frestas de luz surgem, afinal , sem escuridão, não há luz.
Essa densidade é, talvez, a característica mais marcante. Tudo aqui é pesado, mas não apenas no sentido sonoro: é emocionalmente carregado. As guitarras têm peso, sim, mas não há riffs cavalgados típicos de um metal mais tradicional. Há sim uma lama sonora que remete ao stoner metal, ao sludge, ao metalcore mais atmosférico.
Faixas como "Straw' Dog" e "Enemy That Never Was" marcam bem o território nessa estética. A primeira alterna dedilhados e explosões como quem respira entre crises. A segunda começa suave e afunda o ouvinte em uma avalanche de guitarras abertas, até que os gritos rompem tudo como a expulsão dos demônios internos — vocais que não apenas expulsam, lavam a alma de traumas.
E é essa honestidade que torna o disco tão interessante. “Worldless” e “Death is Listening” demonstram que esse “diário” foi escrito à beira do colapso.
“Ainda não consigo decidir se estou ansiosamente esperando pela morte ou mortalmente com medo dela. Depende do segundo.”
Musicalmente, o FALSE GODS soa como um monstro de várias cabeças: há ecos de Crowbar, Nirvana, Incubus, algo de Doom metal ( as passagens carregadas), linhas psicodélicas e até Killing Joke.
E é justamente por isso que, ao longo da audição, você vai se acostumando com aquele peso, mergulhando naquele universo sombrio até entender que ele também guarda beleza. O disco começa como um lamento e termina como uma espécie de libertação. É uma descida ao inferno pessoal que, ao fim, revela alguma forma de salvação.
“Lost in Darkness and Distance” não é um disco fácil, é um processo. E no fim desse processo, talvez você também veja a luz.
William Ribas
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