quarta-feira, 18 de junho de 2025

REBEL ROCK NOSTALGIA - TESTAMENT - LIVE AT THE FILLMORE (1995)

 


TESTAMENT
LIVE AT THE FILLMORE
Nuclear Blast - Nacional

Todo fã de heavy metal, mais cedo ou mais tarde, faz suas listas. Os 10 melhores álbuns da vida, os 10 discos que levaria para uma ilha deserta. Os 10 melhores disto, os 10 melhores daquilo, os 10 melhores ao vivo — Isso é quase um ritual. E em todas essas listas, “Live at the Fillmore”, do Testament, está sempre ali entre os meus preferidos. Sempre beirando o top 5 dos discos ao vivo que eu mais ouvi na vida — e provavelmente sempre vai estar.

Os gritos de “Testament, Testament, Testament...”, Chuck Billy anunciando “The Preacher” continuam arrepiando mesmo após tantos anos escutando o álbum. Mas é a próxima faixa que foi a amor à primeira “ouvida” — "Alone in the Dark", o solo inicial, o riff, e quando você vê... já foi. É como se a banda invadisse sua casa, sua mente e dissesse: "Agora você está sozinho no escuro”, e a sua única saída é o “bate-cabeça”.

Mal dá pra se recuperar e temos “Burnt Offering”, “A Dirige”, “The New Order” e “Low”. Chuck Billy está no auge. E digo com toda certeza: pra mim, ele é o melhor vocalista do gênero. Consegue cantar rasgado, fazer guturais, dominando o palco como poucos.Não é só técnica, é alma. Quando ele solta os urros graves, aquele LOW! LOW! LOW!, arrepia!

O desfile de clássicos é surreal. Você anda, tropeça, "Into the Pit". Anda de novo, cai em, "Souls of Black", se levanta e...“Ptactice What You Preach”. O Testament tem o thrash sujo, urgente, direto, mas carrega técnica e uma boa dose de virtuosidade e o maior exemplo é na quase jam session “Urotsukidoji”. A banda inteira agitadíssima — Greg Christian (baixo) e Jon Dette (bateria) mantendo tudo no lugar, enquanto os riffs e solos são um verdadeiro vindo da dupla Eric Peterson e James Murphy, o melhor de tudo é que tudo percorre por todo o tracklist.

Mas o que me marca de verdade nesse álbum é como ele consegue ser completo. Porque no final, depois de toda a destruição e energia de “Apocalyptic City”, “Hail Mary” e “Dog Faced Gods”, vêm três faixas em estúdio. Três momentos onde o disco te convida a desacelerar — onde o Testament mostra sua outra face. “Return to Serenity”, "The Legacy"e “Trail to Tears”. É como voltar a respirar depois da tempestade — um final perfeito para um álbum que foi, do começo ao fim, uma viagem cheia de energia.

Live at the Filmore” é atemporal, um trabalho ao vivo que pode ser comparado aos tais famosos “best of” que as bandas lançam — é clássico atrás de clássico. Merece ser revistado de tempos em tempos, e, muito provavelmente, você ouvirá como se fosse sempre a primeira vez.

William Ribas




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