REBEL ROCK NOSTALGIA
MX - SIMONIACAL (1988)
Em 1988, enquanto o Brasil fervia em guitarras distorcidas e revolta juvenil, uma banda do ABC paulista surgiu chutando portas e cravando seu nome na história do metal nacional: MX.
Com “Simoniacal”, seu disco de estreia, o grupo entregou um soco certeiro no queixo da calmaria — um álbum que, mesmo cru, transborda atitude, peso e personalidade.
O álbum é mais do que um simples registro do thrash nacional. Ele representa um momento. Um grito vindo das ruas e dos porões do underground brasileiro. A influência de gigantes como Slayer, Exodus e Possessed está ali, mas o que faz o MX ser especial é o DNA 100% brasileiro impresso nas letras, na crueza da produção e na urgência da execução.
As faixas são rápidas, diretas e cheias de energia. “Dirty Bitch”, “Dead World” e a faixa-título exalam revolta e crítica social. Os riffs ríspidos, a bateria pulsante e os vocais são cuspidos com raiva. Não há espaço para firulas – é tudo na veia, na raça da urgência dos primeiros de uma cena promissora onde era feito por amor a “camisa”.
O trabalho jorra clássicos, “Jason” e “Fighting for the Bastards” deveriam ser considerados um dos grandes patrimônios do thrash metal nacional, hinos atemporais.
Mesmo com os recursos limitados da época, “Simoniacal” é o tipo de disco que inspira gerações a fazer e ouvir esse sagrado “barulho”. O MX pode não ter ganho os holofotes que deveria, como outras bandas da época, mas quem conhece sabe: eles foram (e são) fundamentais. Simoniacal não é só um clássico do underground – é um pilar do thrash metal nacional. E merece ser ouvido sempre com o volume no máximo.
William Ribas
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