quarta-feira, 18 de junho de 2025

O POP É PUNK ANOS 90 - VÁRIOS ARTISTAS (2025)

 


O POP É PUNK - ANOS 90
VÁRIOS ARTISTAS
Grudda Records - Nacional

A 4ª edição da coletânea "O POP É PUNK", chega agora aos anos 90. Para quem não está familiarizado, o projeto da Grudda Records é resgatar músicas das décadas de 60, 70, 80 e transformá-las em faixas punk/hc. Se nas primeiras edições o resultado foi além do satisfatório, aqui a coisa ganhou status de "sensacional"! Para deixar bem explicado: o projeto reúne 25 bandas da cena independente de diversas regiões do país. O repertório, além do rock nacional, passeia com irreverência entre gêneros populares como pagode, sertanejo e axé. Músicas conhecidas na voz de Los Hermanos, Paralamas do Sucesso, Engenheiros do Hawaii e Cássia Eller, dividem espaço com Roupa Nova, Raça Negra e Banda Cheiro de Amor, em versões aceleradas.

Como já citado, são 25 faixas que nos trazem à memória várias músicas que fizeram sucesso durante os anos 90. Todas elas receberam, devidamente, versão que as deixaram mais divertidas e em alguns casos, muito melhores. Já a capa, por sua vez, é uma homenagem a "Dookie" do Green Day, icônico álbum da banda norte americana que se tornou um clássico da referida década. 

Dentre todas as gravações, todas com um ótimo nível de gravação (algo a se destacar quando falamos em coletâneas, ainda mais por estarmos diante de um trabalho underground), podemos citar a abertura com um "Globo Medley" da banda Os Torto, que nos traz uma levada punk/hc para a trilha de abertura da Escolinha do Professor Raimundo! E ficou muito legal! Mas o que Julio Igrejas fez com "Arerê" é de cinema... Simplesmente, o grupo transformou um dos "clássicos" do Axé numa versão que deixaria o Rancid orgulhoso. "Paparico", um dos pagodes mais conhecidos do Molejo também ganhou uma ótima releitura pelas guitarras do Estragonoff", assim como "Tempo Perdido" do Raça Negra, que virou um punk rock de respeito com o FSnipes. Bruno e Marrone não poderiam faltar com "Dormi na Praça", devidamente "hardcorizada" por Tiago Horácio e Rafa Heck. "Entre a Serpente e a Estrela", um dos maiores sucessos de Zé Ramalho nos anos 90, ganhou nova vida com Emerson Ramone numa versão que lembra... adivinhem? A abertura da novela Corpo Dourado, gravada originalmente por Paulo Ricardo, virou outra música com o Atox, que deu uma cara bem mais rocker à composição.

Ainda podemos destacar "Eu que Não Amo Você", que ganhou as rádios com os Engenheiros do Hawaii, também virou um punk rock de respeito com o Rosa Tigre, assim como "Vai Sacudir, Vai Abalar", hit do Axé, que ganhou peso e consistência com o Fajuto e os Imprestáveis. Agora deu algumas coisas que só acontecem com o punk rock: quem mais poderia regravar "Xô Satanás"? Cristhian Satã & Seus Demônios! Até "Ana Júlia", da banda mais chata de todos os tempos, conseguiu ficar bem melhor do que a original ( e olha que, apesar de não gostar do Los Hermanos, acho a música boa sim, mas o exagero das rádios e TV's a transformou em algo quase intragável). Pra encerrar alguns outros destaques: Os Ildefonsos com o pagode "Ela é Demais", que ficou próximo daquilo que o mestre Wander Wildner faz em sua carreira solo, e Bramones com "Lua e Flor", outro grande momento de Zé Ramalho.

O álbum encontra-se disponível no Spotify (link no final do texto), e vale muito a pena ser ouvido! Se você viveu os anos 90, vai curtir, independente do seu estilo preferido. A Grudda Records já avisou que teremos também uma 5ª edição, dessa vez focada nos anos 2000. Ficamos no aguardo e com a certeza que coisa boa vem por aí!

Sergiomar Menezes

Link do álbum:

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