sexta-feira, 27 de junho de 2025

SODOM - THE ARSONIST (2025)

 


SODOM
THE ARSONIST
SPV/Steamhammer - Importado

Direto do forno do inferno, em um mundo hostil que arde em guerra e diante de milhares vidas ceifadas em nome de poder, territórios e crenças, a entidade bélica chamada SODOM nos brinda com o lançamento de seu décimo sétimo álbum, o excelente ”The Arsonist”, lançado agora dia vinte e sete de junho via SPV/Steamhammer. E cabe o registro, além de obviamente ser uma pioneira do metal extremo, os germânicos nunca decepcionaram ou mudaram o seu estilo de compor..

É inegável que diante de um cenário atual cheio de tecnologia em estúdio, se manter em sua essência custa caro, e é gratificante ver que os caras não pouparam munições, se tratando de sonoridade alcançaram um resultado incrível como de costume.

O aquecimento com o single de “Trigger Discipline“, lançado em abril, já havia deixado os fãs empolgados, bem como a homenagem ao lendário baterista Chris Witchhunter (falecido em 2008) em um clipe nostálgico e cheio de imagens, da faixa “Witchhunter” (com a produção do ex-guitarrista Andy Brings), ambas as prévias já alertavam de que valeria a espera.

Inicio aqui mencionando a capa de autoria de Zbigniew M. Bielak (Mayhem, Ghost), uma lembrança boa referente a capa do magnífico M-16 já vem à tona, e já posso imaginar manuseando uma cópia em LP, realmente linda.

Vamos ao ponto: a intro “The Arsonist” já nos transporta a algum lugar perigoso com seu clima dramático e de suspense ao inevitável, a morte…” Battle of Harvest Moon“ invade o recinto com o pé na porta, peso e velocidade na medida certa trazendo a cara da banda em riffs mortais e cozinha precisa. O refrão cadenciado característico da banda é destaque. A já citada faixa do primeiro single, “Trigger Discipline” é uma das melhores do disco, inicia com uma sonoridade familiar e logo desponta em uma faixa rápida e agressiva, lembrando em partes o Slayer dos anos 90, principalmente o vocal que varia do mais aberto ao mais gutural de Tom Angelripper, e finaliza mais pesada. Realmente, o clima como na letra, remete a um cenário de destruição, sem controle do gatilho, devastando tudo à sua mira… matador.

“The Spirit that I Called“ é certeira, talvez seja a mais direta do álbum! ”Witchhunter”, como falei acima, é uma homenagem a lenda que comandou as baquetas da banda de 1982 até 1992, Chris Witchhunter, e influenciou boa parte dos bateristas de metal extremo na época, certamente. Rifferama mortal e bateria insana aos velhos moldes do mestre, uma verdadeira aula de Old School. o baterista Toni Merkel se mostra um discípulo à altura e manda insanas levadas de bumbos duplos!

A sexta faixa, “Scavenger “ é a mais cadenciada do disco, com riffs bem marcantes e embora mais lenta, nos remete a clássica “My Atonement” do clássico "Persecution Mania”. "Gun Without Groom” é uma faixa bem interessante, alia peso, partes bem rápidas e flerta um pouco com o death metal, com palhetadas abafadas ao estilo “Hell Awaits” e até mesmo alguns blast beats bem encaixados. A faixa a seguir “Taphephobia“ mais um ponto alto do disco, já havia sido apresentada em lyric vídeo nas redes oficiais da banda no início de junho. O baterista Toni Merkel colabora com composições de guitarra e a letra é sobre o medo de ser enterrado vivo, se trata de uma pedrada genuinamente Thrash Metal! Peso, velocidade e aquelas paradinhas mortais maravilhosas! (Algumas transições de guitarras com influências punk contidas aqui soam bastante exploradas em estilos como black metal tradicional , reforçando o que eu digo de ser uma influência direta no metal extremo em si).

“Sane Insanity” mantém o alto nível antecedendo a “Motorheadiana“ faixa “A.W.T.F “, onde a banda traz um speed metal bem interessante. Seguindo a sequência, “Twilight Void” e “Obliteration of the Aeons” são boas faixas, com alguns contratempos aqui e ali na primeira, ambas mais cadenciadas. Finalizando a bolacha, “Return to God in Parts” traz belos arranjos de guitarras, aos moldes de “Napalm in the Morning”, dos tempos de M-16, e vai ganhando velocidade para encerrar de maneira apoteótica, deixando um belo clima de devastação e fogo ardente consumindo tudo a sua volta.

Mais um excelente trampo dos caras, que volto a dizer, jamais decepcionam. Gravação honesta, produção de alto nível e um resultado ainda melhor do que alcançado no ótimo “Genesis XIX “ de 2020, primeiro contando com a formação aqui, Frank Blackfire e Yorck Segatz (guitarras), Toni Merkel (bateria ) e o guerreiro Tom Angelripper (baixo/ vocal).
 
Obrigatório, para bangear do início ao fim! Esperamos que as recentes declarações de Tom de que turnês não fazem parte dos planos, sejam reavaliadas e que possamos ver as faixas novas ao vivo… Thrash or be Thrashed!

Gustavo Jardim





Esperamos que as recentes declarações de Tom de que turnês não fazem parte dos planos, sejam reavaliadas e que possamos ver as faixas novas ao vivo…Thrash or be Thrashed!

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