quarta-feira, 31 de maio de 2023

DIETH - TO HELL AND BACK (2023)

 

DIETH - TO HELL AND BACK (2023)
Shinigami Records/Napalm Records - Nacional

Acredito que todos sabem os motivos que levaram à saída de David Ellefson do Megadeth, e sinceramente, cada um tem a sua opinião e o que importa aqui é a música, certo?. Desde que Dave Mustaine o demitiu, temos visto o baixista flutuando em alguns projetos, participações e se mostrando totalmente livre para novos desafios, pois bem, chegou o DIETH.

Formado por  Ellefson, Guilherme Miranda (ex-Entombed A.D.) e Michał Łysejko (ex-Decapitated), o trio faz um Death Metal que não se prende as amarras do estilo, aliás, por muitas das vezes “To Hell And Back” viaja para diversos horizontes tornando a audição inesperada e gratificante. A produção é moderna e excepcional, deixando na “na cara” os movimentos brutos, técnicos e belos do álbum, criando assim de imediato uma identidade musical — Um passe “aventureiro” em direção ao seu próprio estilo, podendo se dar ao luxo de tirar rótulos e subgêneros.

O início calmo, com melodia cativante da faixa título, logo é esquecida e ganha peso na trinca “Don't Get Mad ... Get Even!”, “Wicked Disdain” e “Free Us All” com a banda pisando no acelerador e mostrando que estão a fim de criar um legado perante aos fãs. Em “Heavy Is The Crown”, o trio encarna um Corrosion of Conformity “do mal”, carregando um som lento, groovado e explorando o peso do Death Metal nas linhas vocais de Guilherme, desenvolvendo uma mistura grandiosa.

A faixa seguinte é lindamente dolorida “Walk With Me Forever”, uma balada obscura que tem Ellefson como “ator” principal cantando sobre sua perda pessoal. A dupla explosiva “Dead Inside” e “The Mark of Cain” trazem novamente o lado pesado, com destaque para Michał Łysejko onde o kit de bateria adquire vida própria nas mãos e pés do “homi”, ambas são dignas de deixar qualquer sujeito jogado na sarjeta esperando pelo resgate.

O disco é construído muito mais por peso do que por complexidade, e o melhor exemplo está na penúltima faixa “In The Hall Of The Hanging Serpents”, com seus riffs soltos, mas cheio de distorção com um aspecto ríspido e ácido. O fechamento glorioso vem com “Severance” um “devaneio” artístico perfeito que te transporta para o início dessa jornada.

“To Hell And Back” é um renascimento para Ellefson, Guilherme e Michał, onde torço que não passe de um supergrupo de um único disco. A potência sonora e criativa do Dieth merecem longevidade.

William Ribas




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