segunda-feira, 29 de maio de 2023

WINGER - SEVEN (2023)

 

WINGER - SEVEN (2023)
Shinigami Records - Nacional



E o WINGER, uma das melhores bandas da segunda leva do que se costumou chamar de “hair metal” oitentista,  está de volta com “Seven”. Como entrega obviamente o nome, o sétimo álbum da banda. E que álbum monstruoso senhoras e senhores! Com certeza, um dos melhores lançamentos do ano até o momento.

Contando com o retorno em estúdio do guitarrista e tecladista Paul Taylor, a banda conta com a formação original completa desde o lançamento do segundo álbum “In the Heart Of The Young” (1990). O que diferencia e muito o Winger dos seus demais contemporâneos, é a técnica apurada de seus músicos e a classe imponente das suas composições. Kip WInger (baixo e vocal), o virtuoso guitar hero Reb Beach, o monstruoso baterista Rod, o já citado Paul Taylor e o guitarrista John Roth entregam em 12 músicas um Hard Rock que mescla influências que passam pelo pop, o heavy metal e o rock progressivo, de uma forma que essa fusão se apresente heterogênea e espetacular.

A produção do álbum é cristalina e pulsante e convida o ouvinte a aumentar o volume para poder apreciar com total atenção a cada detalhe do trabalho. Destaques? O álbum todo, mas creio que consiga apresentar alguns “highlights” aqui. A abertura com “Proud Desperado”, com um riff pesado e vocal forte e vibrante de Kip dá o tom do álbum. Refrão com “gang vocals”? Temos aqui. “Heavens Falling nos apresenta Reb Beach absoluto, num riff inicial que vem num combo juntamente ao teclado, sem falar no solo, meio melódico/meio ”bluesy”

“Ressurect Me’, totalmente oitentista num clima meio Dokken, “Voodoo Fire” e sua linha funkeada de baixo antecedendo um riff pesado e cadenciado, enquanto “Broken Glass”, uma semi balada, cheia de nuances e atmosferas, com mais um solo fantástico de Beach. A rockeira “Its Okay” incia com talk box, no melhor estilo “Living On a Prayer” do Bon Jovi.

Posso afirmar que todas as faixas não citadas são do mesmo nível, mas não vou citar faixa a faixa, porém quero dar um último destaque aqui para a última música do álbum e creio ser o maior destaque entre tantos que temos no álbum: “It All Comes Back Around”, que foi lançada como single e vídeo. Uma faixa de 7min28s, que começa quieta, quase sussurrante e que vai num crescendo até se tornar explosiva e magnifica. Pense num mix entre Tears For Fears e alguma composição do “Black Album” do Metallica, onde Reb Beach, mais uma vez nos mostra o quão genial ele é. Esta faixa é épica e que com certeza constará nas favoritas dos fãs do Winger.

Enfim, não costumamos dar notas aqui no Rebel Rock, mas se tivéssemos o hábito, eu sem dúvida daria nota 10 para este “Seven”. O Winger passou na prova do tempo, e demonstra com esse novo trabalho que é possível fazer hard rock com autenticidade, qualidade, melodia e categoria, sem tentar repetir os clichês do passado. E o melhor? A gravadora Shinigami Records acaba de lançar o álbum no mercado nacional. Não deixe de conferir.

José Henrique Godoy




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