NERVOCHAOS – CHTHONIC WRATH (2023)
Emanzipation Productions/SPV
Emanzipation Productions/SPV
Esse 11° álbum de estúdio do Nervochaos, o Chthonic Wrath, entrega ao ouvinte tudo o que a banda paulista sempre construiu com maestria ao longo dos anos, mesmo com constantes mudanças de formação, o bom e velho death metal old school pedreira! Sem rodeios, direto ao ponto, cru e ríspido.
A capa, uma belíssima ilustração do artista mexicano Nestor Avalos, numa perfeita sintonia com as letras e som do Nervochaos, que abre esse petardo com "Son of Sin" num grito de ódio e agonia seguido pelo já citado death metal old school já característico da banda mostrando uma produção de altíssimo nível quanto a timbres e mixagem. Na sequência temos "Chaos Prophets" que para mim tem um início inspirado nas partes mais lentas de Slayer antes de descambar novamente pra parte porrada da música. Os dois solos que temos no fim com as guitarras sendo esmerilhadas mostra os toques de extremo bom gosto por parte dos guitarristas Quinho e Woesley.
"Kill for Pleasure" traz uma pitada do nosso saudoso Death na sua fase intermediária, dando uma equilibrada antes da música seguir toda ela com partes rápidas. "Taphephobia" inicia como um Motörhead death metal, se é que isso é possível, e aqui a cozinha do baixista Pedro Lemes junto ao batera Edu Lane, mostra todo seu entrosamento em várias passagens trampadas apenas de baixo e a bateria junto com dois bumbos tocando num arranjo muito bem feito. "Tomb Mold" nos traz uma belíssima passagem instrumental com cordas limpas gravadas com a participação de Ricardo Vignini, e se mostra perfeita para anteceder a próxima, "Lullaby Obliteration", que traz um ponto de equilíbrio ao álbum num clima meio doom mas que no decorrer de seu percurso nos traz até umas leves pitadas de blast beat mescladas no andamento da bateria.
"Torn Apart" volta a trazer o Nervochaos direto e ríspido mas com alguns trampos muito bem elaborados de bateria em algumas paradas muito precisas. Em "Arrogance of Ignorance" aí sim, metal rápido e direto, talvez o som mais rápido desse Chthonic Wrath. "Avant-Garde" já sai num solo rápido junto aos bumbos de Edu Lane. Vocal rápido e muito acertado por parte do alemão Brian Stone, os solos seguem dando a linha dessa composição com blasts alternados da bateria no final. "Falling" é um tema muito homogêneo, segue um ritmo que é a cara da banda mas nos traz uma parte mais densa numa virada de ritmo do meio pro final num arranjo muito bem encaixado. "Descending Into Madness" com sua rifferama, apresenta o som já tradicional do Nervochaos, mesclando partes rápidas e lentas. "Perpetual War" inova começando com o baixo num arranjo surpreendente seguindo com bateria e guitarras rápidas.
A influência thrash metal se mostra presente em "Ouroboros" e nos lembra como a banda consegue desfilar entre o thrash, o death e o black várias vezes ao longo desse e de todos seus outros trabalhos. As partes rápidas com riff muito inspirado e um solo no final pra acabar com qualquer possibilidade de descanso já encaminhando de forma soberba esse álbum para a última música, a curta e certeira "Weed Smoker’s Dream" com seus apenas 1:13 de pura agressividade, que fecha com chave de ouro mostrando o porque de tamanha longevidade do Nervochaos.
Márcio Jameson
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