quinta-feira, 22 de junho de 2023

NOTHING SACRED - DEATHWISH (CD/DVD - BOX TRIPLO)

 

NOTHING SACRED
DEATHWISH (CD/DVD - BOX TRIPLO) (2021)
Dies Irae Records - Nacional

A abanda australiana NOTHING SACRED surgiu no início dos anos 80 e podem ser considerados parte importante da cena daquele distante país. Em 1985, gravaram o EP DEATHWISH que se tornou item obrigatório para os fãs da cena por sua qualidade e dedicação ao Heavy Metal. Mas agora, a Dies Irae Records coloca no mercado nacional, não apenas o EP, mas um Box triplo, contendo 2 CDs e 1 DVD, trazendo o já citado EP na íntegra, além de versões demos, outtakes de músicas da banda quando ainda não se chamavam Nothing Sacred, além de um show gravado no Japão em 2015, mostrando que a banda continua levantando a bandeira do metal de forma consistente.

Esse belo lançamento traz em versão slipcase, poster, adesivo, um booklet com 16 páginas contando a história da banda, notas em inglês e português, letras, fotos e imagens de arquivos inéditas. Ou seja, um prato cheio para os fãs do metal praticado nos anos 80. O grupo é formado por Chris Stark (vocal), George Larin (guitarra), Ross Percy (guitarra), Karl Lean (baixo) e Sham (bateria). O quinteto mostra garra e desenvoltura na execução de suas composições, ainda que estejamos falando de um trabalho que foi lançado há quase 40 anos!

O primeiro CD traz o EP "Deathwish" na íntegra, além de versões diferentes das faixas. "No Rest" abre o trabalho num ótimo mix de metal tradicional e speed metal, uma característica bastante peculiar ao período em que foi composta/gravada. Influências nítidas da NWOBHM, mas personalidade, principalmente nos vocais que soam um tanto quanto diversos dos praticados pelas bandas da época. "Old Man" carrega uma atmosfera mais densa, pesada. Seu andamento cadenciado é prova da capacidade criativa do grupo, pois durante sua execução, a faixa ganha velocidade e solos bem criativos. Por sua vez, a faixa título apresenta uma levada tradicional/thrash, com riffs inspirados e uma boa dose de peso. "The Curse" fecha o EP, e tem uma levada que traz consigo influências do mestre Iommi, uma das referências legítimas da dupla George e Ross, ainda que o metal tradicional seja o motor da sonoridade do grupo. As versões alternativas pouco acrescentam, mas apresentam características que divergem das versões originais.

O segundo CD, intitulado "Unknown", traz seis faixas do Nothing Sacred, com versões gravadas em 2020 para as músicas "Deathwish", "Final Crime" e "Oracle". As duas últimas, são músicas que entraram no álbum "No Gods" lançado em 2021 pelo quinteto e trazem uma banda apostando na velocidade  e peso, muito mais próximas do Thrash Metal. Ainda, sob o nome Nothing Sacred, "Deathwish", "Ride the Storm" e "The Curse", gravadas originalmente em 1984. Na sequência, cinco faixas daquela que viria a se tornar o NS, chamada NCM. "Ballad of Phil Gresik", "Kidney Punches", "NCM", The Excreter" e "Habius Corpus", todas gravadas em 1984, mostram os caminhos que o grupo iria seguir, ainda que carentes de maior personalidade. As duas últimas faixas, "Dig Your Own Grave" e "Life", gravadas em 1980, trazem aquele que foi o embrião do grupo, à época chamo "SATANS CHILD".

O DVD, como relatado anteriormente, traz a apresentação do quinteto em 22 de agosto de 2015 no Live House Pangea, na cidade de Shinsaibashi. Uma banda experiente e cheia de gerar, mostrando que o tempo passa mas a chama do metal continua firme e forte. Destaque para "Deathwish", "Guardian" (faixa totalmente NWOBHM, presente em "Let Us Prey" de 1988), a já citada "Oracle", a veloz e certeira "Dogs of War" (também presente me "Let Us Prey"), assim como "The DArk", essa mais cadenciada e intensa.

Esse lançamento da Dies Irae Records nos ostra duas constatações: a primeira que existiam (e existem) muitas bandas boas como a NOTHING SACRED que acabaram sendo relegadas pela história. A segunda, que gravadoras como a própria Dies Irae tem feito esse resgate histórico de forma qualitativa, com trabalhos muito bem editados e apresentados. Dessa forma, os fãs e o próprio Heavy Metal só tem a agradecer.

Sergiomar Menezes






Nenhum comentário:

Postar um comentário