quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

ACE FREHLEY - 10000 VOLTS (2024)

 


ACE FREHLEY
10000 VOLTS
MNRK Music - Importado

ACE FREHLEY – 10.000 Volts

Quando você é “Sócio Torcedor” de um artista ou banda, quando um músico específico faz parte da sua vida desde quase quando você se conhece como gente, quando você praticamente considera esse artista ou banda como se fosse da sua família, ao contrário do que possa parecer, se torna muito mais difícil comentar ou escrever sobre um novo trabalho lançado por ele, pelo simples fato de que você tem que ser racional, puxar o freio de mão e não deixar o entusiasmo “falar” por você.

Então vamos lá, já tirei a camiseta com a estampa de carona com habitante mais notório do Planeta Jendell e vamos falar sobre o seu novo trabalho. Estamos falando de Ace Frehley, o verdadeiro e único “Homem do Espaço possível” e o seu novíssimo lançamento “10.000 Volts”. Nos últimos meses, Ace tem aparecido bastante nos sites especializados dando pontaços de faca na banda que o fez famoso e nos antigos colegas, principalmente em Paul Stanley. Chegou a declarar que “10.000 Volts” faria o Kiss “passar vergonha”. Não chegou a tanto, mas este é o melhor trabalho solo de Ace desde “Trouble Walkin” do já distante ano de 1989.

A abertura é com a faixa título, “10.000 Volts” um rockão de primeira bem no padrão que Frehley sabe fazer, sua atmosfera se aproxima bastante da mais que clássica “Shock Me”, composta e cantada por ele no álbum “Love Gun” do Kiss em 1977. Ótima abertura! Destaque também para a bateria de Anton Fig, grande amigo de Ace e “substituto/escondido” do Peter Criss nos álbuns do Kiss, "Dinasty” e “Unmasked”. Anton também gravou o álbum de 1978 de Ace e o primeiro álbum do Frehley's Comet em 1987. É um senhor batera.

"Walkin on a Moon” tem uma boa levada setentista, com um ótimo solo com a cara do Ace, porém é uma música que passa batida, enquanto a próxima, “Cosmic Heart” é pesada e cadenciada, e você pode imaginar ela nos discos do Kiss dos anos 1970, com Gene Simmons fazendo o vocal principal. Mais uma vez, Ace brilha no seu solo, e aqui temos nos backing vocals a noiva de Ace, Lara Cove. “Cherry Machine” é uma das melhores músicas do álbum, com um ótimo riff Hard Rock, e o vocal despojado de Ace dá o tom festeiro nesta faixa. Se Ace Frehley não é um exímio vocalista, longe disso, ele não compromete e mais, dá a cara Rock n' Roll que as canções cantadas por ele precisam ter. Mais um ponto para Mestre Spaceman.

“Back into My Arms Again” é a faixa “requentada” do trabalho e explico o porquê: ela é uma semi-balada com uma ótima levada, porém não é novidade para os fãs mais “die-hard” que já conhecem esta música desde quando, lá no início dos anos noventa, surgiu uma versão “bootleg” do álbum “Trouble Walkin” de 1989, com umas faixas demos e gravações de ensaio de Ace e banda. Uma destas faixas é “Back into My Arms Again”. De qualquer forma é uma ótima faixa e aqui, sem querer parecer repetido, mais um ótimo solo padrão Ace de qualidade, aquele solo que você canta! O solo na realidade é uma “música dentro da música”. Apenas os guitar heroes tem esse dom, e Mr. Frehley é um deles.

“Fightin For Life” é outro destaque, pesada e mais rápida, com uma ótima letra, é aquela que vai ficar na cabeça ao final da audição. Quase na mesma levada, porém não tão brilhante, temos “Blinded”, um rock que poderia estar também em um disco do Kiss dos anos 70 e com uma letra criticando duramente a Inteligência Artificial. Vindo na via contrária “Constantly Cute” tem uma levada que flerta com o pop, se não chega a comprometer o trabalho, também não acrescenta muita coisa.

O nível volta a subir com a bluesy e autobiográfica “Life of A Stranger”. Esta faixa me lembrou bastante “Into The Night”, faixa do primeiro álbum do Frehley s Comet”. “Up in The Sky” é mais uma faixa de destaque, suingada, com ótimo riff, refrão grudento, e é mais uma que vai ficar no registro mental após o final da audição. Fechando o álbum, como geralmente Frehley costuma fazer, uma faixa instrumental para mostrar ao mundo (como se ainda precisasse) o grande guitarrista e compositor que é Ace Frehley.

Enfim, mais um bom trabalho de, que parece ter feito este trabalho para ele e para os fãs, pois se por um lado não temos nenhuma surpresa, quem curte o “Homem do Espaço” não vai se decepcionar. E como sempre se diz: “To Space With Ace!”

José Henrique Godoy













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