quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

RENAN LOURENÇO - INCEPTION (2021)

 


RENAN LOURENÇO - INCEPTION (2021)
ALTERNATIVE MUSIC - Nacional

Posso parecer repetitivo, mas se tem uma coisa que sempre me deixa com um pé atrás é quando recebo para resenhar um trabalho feito por guitarrista. Pode parecer preconceituoso da minha parte, mas durante muito tempo, esse tipo de trabalho soava como uma ode a auto indulgência, com milhares de solos, produção e arranjos voltados exclusivamente para a guitarra e acabava sempre deixando a música em segundo plano. Por sorte, ao menos na visão deste que vos escreve, isso vem mudando. E álbuns como este excelente INCEPTION, lançado pelo talentoso guitarrista RENAN LOURENÇO, ajudam a mudar esse cenário para melhor. Um trabalho focado na música, no talento, mas sobretudo, na paixão pelo que se faz. Não existem palavras melhores para definir o que escutamos nas nove faixas presentes aqui.

Renan Lourenço, guitarrista paranaense, chega ao seu primeiro trabalho solo, contanto com diversas participações especiais, que deixaram o trabalho ainda mais interessante. Derek Sherinian (teclados), Edu Ardanuy (guitarra), Wander Lourenço (guitarra), Luciano Assumpção (baixo), Débora de Paula (violino), Thiago Ueda (teclados), Fabrício Martins (teclados e sintetizadores), João Salles (acordeon), Marcelo Gigodog (harmônica) e Bruno Pamplona (bateria). Ainda que os convidados tenham deixado seu toque pessoal em suas participações, o trabalho soa homogêneo, e, me arrisco a dizer, que sem eles, o álbum teria a mesma intensidade e qualidade. Produzido pelo próprio Renan e Alexandre Bressan, INCEPTION é uma trabalho que exala classe e bom gosto.

"Mother Nature - Part 1", abre o álbum trazendo a participação de Derek Sherinian e mostra de forma eficiente como a técnica pode estar aliada ao feeling sem que um não prejudique o outro. Renan consegue expressar suas influências imprimindo sua personalidade de forma correta. Timbragem perfeita e Derek mostrando ótimas linhas de teclado. É assim que tem que ser! O peso e a sujeira encontram o blues em "Dirty Channel", numa combinação que pode soar estranha, mas nas mãos de quem sabe, tem a capacidade de prender o ouvinte. Melodias mais carregadas de sentimento ditam o ritmo, deixando que a qualidade técnica de Renan se sobressaia. A composição ainda recebe o peso do metal mais próxima do seu final, mostrando a versatilidade do guitarrista. Já "Faca Sem Ponta Não fere Ninguém", é uma bela viagem pelas cordas de um violão, o qual deixa Renan à vontade para desfilar suas influências de flamenco, bossa nova, e porque não dizer, de samba também. A variedade nas composições segue com "La Inspiracion" que traz a participação de Wander Lourenço. Dessa vez, as melodias trafegam pelo mundo do jazz, world music e classic rock, numa mistura insólita mas ao mesmo tempo, inesperada e bem estruturada.

O mago das seis cordas Edu Ardanuy surge como convidado em "Pandemia", uma faixa que traz consigo influências de Hard Rock, Power Metal, Metal Tradicional e Rock Clássico, numa verdadeira viagem pelos estilos, sem que soe confusa ou indiferente. Os duelos entre Renan e Edu são muito legais, onde conseguimos identificar o estilo de cada um sem problemas. O nome disso é identidade! E isso fica ainda mais perceptível em "Influence", onde o guitarrista trafega em suas influências de forma sutil, sem exageros, e fica a critério de cada um o que você consegue extrair daí: eu ouvi Heavy metal, Rock n' Roll e Hard Rock. "Real Life Dream" vem com uma carga emocional diferente, pois traz a participação de João Salles no acordeon, criando um clima que remete às musicas regionais do sul do Brasil. "Em seguida a faixa título, "Inception" vem com a veia prog metal de Renan forte, em viradas e quebradas bastante funcionais dentro da composição. O final chega com "Tão Perto, Tão longe", bonita e curta incursão pelo mundo do violão, numa melodia até certo ponto triste, encerrando esse belo trabalho.

INCEPTION é um trabalho indicado para os fãs de música instrumental, mas também, para todos os fãs de boa música. Obviamente que o grande destaque do álbum é RENAN LOURENÇO, mas a música fala mais alto durante toda a execução do trabalho. Se você é como eu era, deixe o preconceito de lado e curta um CD carregado de musicalidade e talento. Algo raro hoje em dia.

Sergiomar Menezes







terça-feira, 27 de dezembro de 2022

TOBIAS SAMMET'S AVANTASIA - A PARANORMAL EVENING WITH THE MOONFLOWER SOCIETY (2022)

 


TOBIAS SAMMET'S AVANTASIA -
A PARANORMAL EVENING WITH THE MOONFLOWER SOCIETY (2022)
Shinigami Records/ Nuclear Blast

E quem diria que aquele projeto idealizado por Tobias Sammet, até então vocalista do Edguy, em 1999 e que, segundo o próprio Tobias em entrevista ao Brasil, não passaria do segundo disco, estaria na ativa até hoje, dando lugar em termos de vendas e atenção ao Edguy! Sim, prestes a completar 24 anos de existência o AVANTASIA chega a mais um trabalho, dessa vez com um título um tanto quanto extenso: A PARANORMAL EVENING WITH THE MOONFLOWER SOCIETY. Lançado no Brasil pela Shinigami Records/ Nuclear Blast, o álbum, nono de estúdio, vem como sempre, recheado de convidados especiais que garantem um brilho ainda maior à banda.

Além de Tobias, que além de cantar também faz alguns teclados adicionais, o trabalhos traz as participações dos vocalistas Ronnie Atkins, Bob Catley, Floor Jansen, Michael Kiske, Jorn Lande, Eric Martin, Ralf Scheepers e Geoff Tate. Ou seja, mais uma vez, um time de peso, com nomes mais do que consagrados dentro do metal mundial. E acompanhando Tobias enquanto "banda" temos Sascha Paeth (guitarras e baixo), Felix Bohnke (baterista e seu parceiro de Edguy), Michael Rodenberg (teclados nas faixas 5 e 11), Oliver Hartmann (guitarras e backing vocals), Herbie Langhans (backing vocals) e Ina Morgan (backing vocals). Produzido por Tobias e Sascha, não há o que se escrever sobre isso, vez que em nenhum álbum do Avantasia, esse quesito deixou a desejar. No entanto, ainda que seja um trabalho acima da média, não chega nem perto daquilo que foi feito nos dois primeiros álbuns (The Metal Opera pt.1 e The Metal Opera pt. 2). Claro, são outros tempos e a musicalidade de Tobias não viu limites nas composições mostrando de forma clara e objetiva que estamos sim, ainda que muitos não gostem do estilo, de um dos maiores compositores do metal mundial.

"Welcome to the Shadows" abre o play e nos traz aquelas melodias características dos últimos trabalhos do Avantasia: andamentos diferenciados, arranjos muito bem estruturados e um refrão grandioso, cortesia de Sammet que acabou se tornando um especialista nesse quesito. Essa faixa vai ficar muito legal ao vivo! Já "The Wicked Rule the Night" traz os vocais do monstro Ralf Scheepers contrastando com as linhas mais melódicas de Sammet, numa mistura de metal melódico e heavy metal tradicional (made in Germany). Floor Jansen surge para dar uma brilho ainda maior a uma das melhores composições do álbum, a intensa "Kill the Pain Away". Ainda que muitos fãs do Nightwish sigam idolatrando Tarja, Floor já deu mostras de ser uma vocalista muito mais versátil e dona de recursos vocais que a finlandesa não tem (mesmo que continue sendo uma das mais belas vozes da música atual). Michael Kiske surge na tradicional e tipicamente "Helloween/Edguy" "The Inmost Light". Assume canta muito nessa faixa também, mas Kiske é Kiske. Impressiona como sua voz segue como uma das mais belas e potentes ainda com o passar dos anos. Floor retorna para colocar sua voz de forma suave em "Misplaced Among the Angels", mas apesar disso, a faixa não empolga.

Joen Lande e Kiske juntam-se a Sammet em outro excelente momento do trabalho: "I Tame the Storm", que apresenta uma mistura entre o metal tradicional, hard rock (muito escondido) e o melódico. Prova disso é o refrão cheio de pompa e que gruda de forma fácil na cabeça. "Paper Plane" conta com a participação de Ronnie Atkins e é um momento que não empolga, ainda que a qualidade envolvida seja gigantesca. O veterano e companheiro de longa data de Sammet, Bob Catley, vem em "The Moonflower Society" e deixa seu registro em mais um trabalho do Avantasia. Como sempre, classe e bom gosto andam juntos na composição. "Rhyme and Reason" é um daqueles power metal típico e conta com a inusitada participação de Eric Martin (Mr. Big). Geoff ATte empresta sua voz à "Scars", outro momento bem power metal do álbum. "Arabesque" com Michael Kiske e Jorn lande, mais uma vez, fecha o CD de forma épica, com suas atmosferas variadas e ótimos arranjos.

A PARANORMAL EVENING WITH THE MOONFLOWER SOCIETY é um bom álbum de um projeto que vingou e deu muito certo. Tobias Sammet tem muitos méritos em transformar o AVANTASIA nesse gigante. Uma pena que o Edguy acabe relegado a um segundo plano, mas "business are business", então... Mas para os fãs, vale muito a pena adquirir e curtir o nono trabalho do grupo.

Sergiomar Menezes




MELHORES DE 2022 - DANI FARAH (ROADIE METAL/ MUSIC FOR ALL/ O PAPO É ROCK)

 

Pra encerrar as listas de amigos e parceiros do REBEL ROCK, chegou a vez da querida DANI FARAH, jornalista que iniciou no mundo do rock em uma festa onde estava tocando Dream Theater! Sim, é verdade. Mas de lá pra cá, ela moldou suas preferências e temos uma das listas mais ecléticas publicadas aqui. Confira!

MELHORES DE 2022 - INTERNACIONAL


Grave Digger - Symbol Of Eternity

Orianthi - Rock Candy

The Pretty Reckless - Other Worlds

Thundermother - Black and Gold

Queensrÿche – Digital Noise Alliance

Five Finger Death Punch – Afterlife

The Hellacopters – Eyes Of Oblivion

Halestorm – Back From the Dead

The Smashing Pumpkins - ATUM - Act I

Eddie Vedder -  Earthling


MELHORES DE 2022 - NACIONAL


Caravellus - Inter Mundos 

Black Pantera - Ascensão 

Landfall - Elevate

Mad Chicken - Poultrygeist

Forkill - Sick Society

Troops of Doom - Antichrist Reborn

Barril de Pólvora - Catástrofe
 
D.I.E - Maracatrue

Sinistra - Sinistra

Semblant - Vermilion Eclipse

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

WIZARDS - SEVEN (2022)

 


WIZARDS - SEVEN (2022)
METAL RELICS RECORDS - Nacional

É praticamente impossível falar no WIZARDS e não lembrar que o grupo é detentor de um título almejado por muitas e muitas bandas: o de ter lançado um dos melhores álbuns de Heavy Metal nacional, a saber, THE KINGDOM, lançado em 2001, e que, definitivamente, faz parte da história do Heavy Metal no Brasil. Você pode até não gostar da sonoridade ou estilo apresentados pelo grupo, mas é inegável que faixas como "King Without a Crow", "Fallen Angels", "Riding the Twilight", "Call of War", "Love and Recall" e a própria faixa título não estejam entre as mais poderosas composições do metal melódico brasileiro. Dito (e relembrando) isso, é mais que louvável saber que depois de 10 anos, o grupo decidiu voltar de vez a ativa e não apenas para shows, mas com um belo trabalho. Intitulado SEVEN, o disco apresenta 11 faixas (mais um bônus) e foi lançado num bonito digipack pela Metal Relics Records.

O reformulado line up conta hoje com Christian Passos nos vocais (um dos melhores vocalistas do estilo no Brasil), Leo Mancini (ex-Tempestt, ex-Shaman, Noturnall) nas guitarras, Mendel Waisberg, baixista original do grupo, assim como o vocalista Christian, Gabriel Triani, baterista que entrou na banda no álbum "The Black Knight" (2010) e o tecladista Charles Dalla, que está na banda desde o álbum "Beyond the Sight"(2018). Dalla, também foi o responsável por todas as letras, bem como pela produção, mixagem e masterização do trabalho. Já a dupla fundadora Christian e Mendel co-produziram o álbum. O resultado é uma sonoridade orgânica, forte e com a cara da banda. 

"Seven é um trabalho que mistura todas as fases do Wizards. Power, Clássico e Hard, essa é uma mescla de todos os nossos álbuns, mas com uma pitada nova secreta”, disse o vocalista Christian recentemente. E ele não está errado. O álbum inicia com uma pequena intro que nos prepara para a primeira faixa: "Pain". Trazendo os elementos que moldaram a sonoridade da banda, a faixa tem aquele pegada calcada no metal melódico, mas com alguns elementos mais próximos do metal tradicional, com Christian cantando como nos velhos tempos, nos remetendo ao período que o estilo reinava absoluto dentro do cenário. A entrada de Leo Mancini fez bem ao grupo, pois sua técnica e feeling casaram perfeitamente com o que o WIZARDS fez e faz. Na sequência, o Hard/Heavy, um dos pontos de maior identidade da banda, mostra as caras com "Living Undercover". Ainda que os vocais se destaquem, a banda soa coesa e entrosada, com destaque para a cozinha composta por Mendel e Gabriel. "Rising Sun", próxima faixa, é uma composição que começa pesada, mas ganha uma bela melodia que nos remete aos tempos de "The Kingdom", em mais uma bela interpretação de Christian. O Hard/Heavy dá as caras novamente em "Tell Me", uma faixa "tipicamente" Wizards...

"In the Night" é, com certeza, uma das faixas que carregam consigo uma das "pitadas novas secretas". Num ótimo trabalho de guitarra e teclado, a composição ganha peso e uma interpretação vocal que nos mostra um outro lado de Christian em alguns momentos. Ainda que soe mais moderna e atual, ela traz as melodias tão caras à música do quinteto. Se a faixa citada anteriormente trazia novos elementos... "Call My Name" possui traços de AOR (!?). Sim, de AOR! E ficou muito legal essa mistura de elementos! Já "I Wanna Know" me lembrou e muito o que Michael Kiske fez no SUPARED, seja pela melodia da guitarra, seja pelos vocais. Confesso que se me mostrassem essa composição sem dizer que era Wizards, não hesitaria em afirmar que se tratava de um trabalho do grande vocalista alemão... "Is it Love", curta e voltada ao melódico, possui uma levada mais atual. Mais Wizards clássico em "Storm the Highway", com uma bela performance de toda a banda. O tracklist regular se encerra com "Dawn of the World", numa pegada mais amena, mas nem por isso menor. A bônus é "Grateful", que tem muita cara de ter sido composta nas sessões de "The Kingdom", mas não tenho certeza.

SEVEN é um álbum de uma banda que não parece ter encerrado suas atividades por um período tão longo. Afinal, a essência, a personalidade e a identidade da banda permaneceram intactas, tamanha a qualidade e capacidade criativa do grupo nas faixas que compõem esse belo trabalho. "Estamos muito empolgados com esse novo álbum e a volta aos palcos com o Wizards juntamente com esse time de peso", disse Christian. Não só a banda, meu amigo. Todos os fãs de Heavy metal também estão. E esperando que o WIZARDS retorne ao seu lugar de direito: o de um dos grandes nomes do metal nacional! 

Sergiomar Menezes







MATHAGAL - CONTOS DA MEIA NOITE (2022)

 


MATHAGAL - CONTOS DA MEIA NOITE (2022)
Independente - Nacional

As ligas metálicas de peso sonoro e o horror tecem esse magnifico comitê atrativo, que funciona muito bem e não é de hoje. Alias, a lendária matriarca Black Sabbath, surge sob esse signo, com a majestosa missão de provocar o horror e o terror sonoro. Tão gigante foi essa presença (e ainda é), que essa receita segue sustentando essa mesma escola por mais de meio século, desde o primeiro riff do mago Iommi. 

Agora imaginem um power trio, armados de terror até os dentes, que vislumbraram  ideias do um projeto que raspou no Mudvayne, recebeu um empurrão do Korn e acertou o Sepultura em cheio. Não existe outra opção, a não ser ficar impressionado com a imensa carga de peso, musicalidade, referencias e cultura, aprisionados nessa ideia. A gigante influência do Sepultura resulta num enraizamento das abrasileiradas composições. Até o momento que esta resenha veio ao ar, as referencias utilizadas nas músicas, fazem alusão a momentos e figuras da nossa cultura, o que causa uma aproximação instantânea. Só de ler os nomes das músicas, surge uma sensação de pertencimento e apropriação cultural. Para aqueles que um dia se arrepiaram com as notícias do Chupacabra, e para quem, um dia, já assistiu (ou ouviu histórias) do Sítio do Pica-pau amarelo, vai entender o que estou falando. 

Mas afinal de contas, o que é que o Monteiro Lobato tem a ver com Mudvayne, Sepultura, Korn, Chupacabra e metal pesado? A resposta, tem nome e se chama: MATHAGAL.

É Mathagal o nome desse power trio mencionado anteriormente. A banda surge no Texas, na insana mente do “Guigo”, produtor brazuca que reside nos EUA. Recheado de referências terríveis e cheio de saudades de casa,  na outra ponta da América, soltou esse compêndio de loucuras no ar. E como dizem os antigos:
-“Aquilo que Deus separa, o diabo junta”...

Toda loucura, em forma de horror, que brotou nas ideias do Guigo, encontrou suporte e combustível em Santa Catarina (BR), noutras duas mentes perturbadas. Raphael Jorge – da 100 dogmas, e Juvi Cristofolini – da Motim. Pronto, havia se consolidado a profecia que destamparia a caixa de pandora tupiniquim. 

Da fresta dessa caixa de pandora BR, semiaberta (isso só porque temos apenas um EP até o momento), o que se vê arrepia, assusta e admira. A admiração vem por conta da originalidade da Mathagal. Os três integrantes encontraram uma maneira dinâmica e perfeita para assimilar a velharia contida no som pesado das já tradicionais bandas citadas, com a sofisticação da modernidade. Então o que se escuta, da Mathagal, é um trampo muito atemporal e coeso. Agrada fãs de metal “veio” e admiradores de som mais atual. Ou seja, um trabalho super refinado que dialoga com vários públicos, dentro do estilo. De todos os elementos que constroem a personalidade de uma sociedade, os mais proeminentes são os mitos e os ritos. E a força desses elementos, deixarei para o filósofos que já discorreram sobre isso. Aqui, vou me deter em como a Mathagal os coadunou em um EP, de arrepiar.

 Das escuras e densas florestas do nosso ímpeto sócio-político, surge a inspiração para o “Aphastatupi”. Uma criatura horrenda, com sede de sangue e morte. Zero empatia, a criatura é o  rastro do terror vivo, o fenecimento pelo prazer da carne dilacerada, a ortotanásia com requinte de tortura e dor. Neologismo guarani que dá nome a uma das faixas mais pesadas do EP. Junto ao vocal gutural do Juvi, guita e bateria adicionam fúria incondicional à faixa. E como se já não houvesse medo suficiente, a produção do disco caprichou nas sonoplastias e efeitos sonoros, que somam na construção da música. Ficou assustado com a descrição do “Aphastatupi”? Isso que você  ainda não viu a última frase da música. Isso sim vai causar ainda mais temor! Mas o “Aphastatupi” não chega sem aviso, ele é guarnecido por uma sinistra introdução. A “Intro” conduz um minuto e sete segundos de suspense embalados por um acorde dissonante, uma respiração ofegante, pássaros, passos molhados e alegorias tenebrosas. Se você se sentir caminhando pela floresta, sendo perseguido pelo Predador, não é nenhuma coincidência, melhor dar uma olhada para trás, só pra ter certeza!  

Aqui é o momento em que a infância dos marmanjos se desgraça. Aquele amargor no céu da boca para descrever uma personagem clássica do imagético infantojuvenil. Esqueçam a criatura brincalhona com batom e forma de coração, que o Lobato pensou para o Sitio do Pica-Pau Amarelo.  Essa é a Emília que o Gilberto Gil jamais teria coragem de cantar. Porém, nessa nova roupagem trazida pela Mathagal, “Emília” está aprisionada no próprio rancor, possuída, miserável, não sorri – pois sua boca é costurada, e não enxerga – já que olhos sagram. Ah, não se preocupe em correr, não há como fugir, ela conhece teus desejos mais intensos (imagine um sorriso infernal agora). Nessa faixa quem capricha no vocal é o Rapha, enquanto o Guigo dá uma surra no baixo e bateria. Aqui, no baixo, fica muito clara influência do Korn para o grupo. Pesada, arrastada, groovada, Emília concentra tudo que á de mais obscuro no abismo situado  entre New e o Doom metal.  

Em poucos segundos, “Interlúdio” faz uma pequena apresentação do som a seguir. Em “Chupacabra” a memória sensitiva busca sentimentos de 1997, momento em que o Brasil inteiro congelou de medo, com as pavorosas notícias das mortes sinistras causados pela horrível criatura desconhecida. Assim como nas notícias, Mathagal trouxe o Chupacabra para o EP, com o mesmo terror. Acuado na mata, farejando sangue na madrugada, dilacerando vítimas, “cuidado na madrugada, é o CHUPACABRA!”

Novamente a banda consegue equalizar momentos históricos e diferentes, no mesmo som. A base que sustenta o som traz o saberes das pioneiras do som pesado, porém contrasta em debate, perfeitamente,  com uma pegada mais moderna do vocal do Raphael. Um deleite sonoro e temático aos amantes do metal pesado, com  qualidade. 
E o Juvi eim!? O Guri encerra o disco escudando um vocal feroz para o tributo de ouro. Cover do Sepultura, a bolachinha digital encerra ao som de Roots Bloody Roots, do polêmico ROOTS. Ame ou odeie. O disco divisor de águas, muito bem referenciado pela Mathagal. 

Eis que, então nominado pela primeira vez nesse texto, o CONTOS DA MEIA NOITE, sustenta pouco mais de quatorze minutos muito bem arranjados entre som, qualidade, referencias e sensações. Para o desespero (e choro) dos que adoram ostentar a frase que o “Rock BR morreu”, Contos da Meia noite, da genial Mathagal, prova completamente ao contrário. 

Enquanto escutava o disco para construir esse texto, me veio a ideia de que,  Contos da Meia Noite poderia muito bem ser uma trilha sonora de um filme do Rob Zombie. Porém como o projeto é nacional e fala nossa linguagem cultural, pensei num diretor nacional que poderia coroar  essa trilha sonora na telona. O primeiro que me veio à mente foi Marcos DeBrito. Como esse texto nasce nas entranhas do mês de dezembro, para o ano novo então, faço um desejo. 

- Que algum momento dessa vida o DeBrito e a Mathagal cruzem caminhos. (dedos cruzados). 

Pois ambos merecem, um o terror e o horror, do outro! A comunidade Fantaspoa pelo mundo iria gargalhar de prazer. 

A obra criada pela Mathagal se completa com as criações gráficas em torno das imagens e dos clipes. Artes, especialmente horrendas, criadas por AI Fantasy Art. dão maior dimensão aos personagens e momentos cantados pela banda. 

Vida longa e próspera Mathagal! 

Uillian Vargas





MELHORES DE 2022 - MARCOS FRANKE (NUCLEAR BLAST)

 


MARCOS FRANKE, da NUCLEAR BLAST, é o convidado de hoje para divulgar sua lista de preferidos de 2022, aqui nos amigos e parceiros do REBEL ROCK. Uma lista bastante diversificada e que mostra que a música boa está em todos os estilos!


MELHORES DE 2022 - INTERNACIONAL


The Halo Effect – Days Of The Lost 

 Lorna Shore – Pain Remains

Lamb Of God – Omens

Bleed From Within - Shrine

Kreator - Hate Uber Alles 

 Watain - The Agony & Ecstasy of Watain

Septic Flesh - Modern Primitive

Behemoth - Opvs Contra Natvram

Malevolence – Malicious Intent

GAUPA - Myriad


MELHORES DE 2022 - NACIONAL


The Troops Of Doom – Antichrist Reborn

Apnea – Sea Sound

Ratos de Porão – Necropolítica

Krisiun – Mortem Solis

The Damnnation - Way Of Perdition

Black Pantera – Acensão

Shaman – Rescue

RF Force – RF Force

Caravellus – Inter Mundos

Claustrofobia – Unleeched

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

MELHORES DE 2022 - JAY KAY (HEAVY CULTURE)

 

Hoje, seguindo a divulgação das listas de Melhores de 2022 dos amigos e parceiros do blog, chegou a vez de JAY KAY, do HEAVY CULTURE. Nunca é demais lembrar que ele foi o primeiro entrevistado das Lives do REBEL ROCK lá em abril de 2020. Entrevistado ou cobaia... hehehe. Segue a lista com as suas preferências:


MELHORES DE 2022 - INTERNACIONAL


Venom Inc. - There´s Only Black

 Inhuman Condition - Fearsick

 Jack Starr´s Burning Starr - Souls of the Innocent

Voivod  - Synchro Anarchy 

Municipal Waste - Electrified Brain

Ghost - Impera

The Hellacopters - Eyes of Oblivion

 Autopsy - Morbidity Triumphant

Vio-lence - Let the World Burn

Candlemass -  Sweet Evil Sun


MELHORES DE 2022 - NACIONAL


Megahertz - Burning Like Hell

Sinistra - Sinistra

The Troops of Doom - Antichrist Reborn

Krisiun - Mortem Solis

Ratos de Porão - Necropolítica

Soulfly - Totem

Nervochaos - All Colors Of Darkness

The Mist - The Circle of the Crow

Carro Bomba - Migalhas

Vulcano  - Stone Orange


quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

SINISTRA - SINISTRA (2022)

 


SINISTRA - SINISTRA (2022)
Independente - Nacional

Um álbum que estava sendo aguardado com ansiedade por muitos fãs. Um supergrupo formado por músicos experientes e de renome da cena. Uma proposta diferente, fugindo um pouco do lugar comum, fazendo Heavy metal cantando em português. Todos esses ingredientes cercaram de expectativas com relação ao lançamento de SINISTRA, álbum de estreia, auto intitulado do quarteto. E se tais expectativas eram boas, podemos dizer que elas foram mais do que superadas! Um trabalho repleto de felling, técnica, pegada e muita paixão pelo metal. Não há palavras que possam definir de forma mais certeira as dez faixas que encontramos aqui.

Nando Fernandes (vocal), Edu Ardanuy (guitarra), Luis Mariutti (baixo) e Rafael Rosa (bateria). Diz aí: é ou não é um supergrupo? Ainda que os próprios músicos não venham a concordar, estamos sim diante de um "dream team" do metal nacional. Nando é um dos melhores vocalistas, tendo passagens por Cavalo Vapor, Hangar (na opinião deste que vos escreve, o vocalista gravou o melhor álbum do grupo - The Reason of Your Conviction), entre outros. Edu Ardanuy (ex-Dr Sin), sem dúvidas, é um dos mais virtuosos guitarristas brasileiros. Luis Mariutti, não é preciso dizer, foi fundador do Angra e Shaman, além de ter tocado no Firebox, Henceforth e na banda solo de Andre Matos. Rafael Rosa também tocou com Andre Matos e foi indicado pelo próprio Mariutti. Músicos experientes unidos em prol do metal nacional. Um som pesado, denso, com muita influência de Black Sabbath (fase Dio), além de tudo aquilo que sempre influenciou os músicos envolvidos. Produzido pela própria banda e por Átila Ardanuy, o CD traz dez faixas que mostram que o know how dos envolvidos fez muita diferença.

O trabalho inicia com "Mente Vazia" e de cara já temos aquilo que será o guia de todo o CD: o peso! Ardanuy deixa aflorar a veia "Iommi" de suas influências, enquanto Nando mostra sua classe excelência, impondo sua voz de forma firme e precisa. Já a dupla Mariutti e Rafael Rosa, reafirmam seu compromisso com o peso, num momento de pura intensidade. Riffs e mais riffs densos é o que temos em "Viver", uma das faixas que foi lançada em vídeo anteriormente. Com aquele andamento cavalgado, a composição segue a linha "sinistra" adotada pela banda em sua sonoridade. Já "O Amanhã" traz consigo alguns momentos mais melódicos, mas mantém o peso e intensidade, tão caros ao trabalho. Ainda que estejamos falando de músicos já tarimbados, como é bom ver artistas saindo dos eu chão e explorando novas possibilidades. A paulada "Santa Inquisição" foi uma das primeiras músicas compostas pela banda, ou melhor, pela dupla Nando e Edu. Lenta e pesadíssima, a faixa é um dos grandes destaques do álbum, contando com uma grande interpretação por parte de Nando.

"Quem é Você" segue a peregrinação sabbathica, repleta de momentos pesados e voltados ao doom, cortesia das seis cordas de Edu. Enqunato que "Umbral", outra composição surgida no início das atividades do grupo, tem um lado mais cadenciado, não tão lento, mas também voltado a densidade, proporcionando que Mariutti sente a mão nas quatro cordas. "Livre para Seguir", uma das mais rápidas das faixas, é um hino á liberdade, uma ode ao direito de ser livre. Imagino ouvir essa música andando de moto! Ah.... destaque para o solo de Ardanuy, eficiente e direto. A intro de bateria nos leva a outro momento rápido e direto: "Rock n' Roll na Veia", um hard/Heavy daqueles que nos fazem levantar o punho e cantar junto m refrão. O final do álbum chega com "Nada é mais Igual (Lockdown)", uma composição mais moderna, com uma pegada mais atual e "Insônia", uma faixa que deixaria o saudoso Ronnie James Dio orgulhoso!

SINISTRA é um álbum que merece toda a sua atenção. Músicos em busca de novos horizontes, saindo de suas zonas de conforto, se uniram e nos entregaram um trabalho repleto de sentimento e paixão. Que a banda se mantenha nessa pegada e possa seguir nos presenteando com músicas de alto nível. Longa vida à Sinistra!

Sergiomar Menezes




TORTURE SQUAD - TORTURA EN LA IGLESIA EN VIVO (2022)

 


TORTURE SQUAD - TORTURA EN LA IGLESIA EN VIVO (2022)
Independente - Nacional

Uma da mais importantes bandas do cenário metal nacional acaba de lançar seu mais recente álbum ao vivo. TORTURE SQUAD, que consegue como poucas bandas sintetizar uma mescla perfeita entre o Thrash e o Death Metal, nos presenteia neste fim de ano com TORTURA EN LA IGLESIA EN VIVO, que como o próprio nome entrega, foi gravado na já lendária casa de shows paulistana La Iglesia. O quarteto esbanja garra e entrosamento num álbum recheado de clássicos e que conta com uma faixa inédita: "The Fallen One"s, que também apresenta um videoclipe conceitual.

O quarteto composto por Mayara "Undead" Puertas (vocais), Rene Simionato (guitarra), Castor (baixo) e Amilcar Christófaro (bateria) apresentam 14 faixas ao vivo e mais a já citada "The Fallen Ones", num álbum brutal, pesado e agressivo, produzido pela própria banda, tendo sido masterizado Raphael Ferreira de Lima e mixado pelo guitarrista Rene. A capa, simples mas muito bonita, é um trabalho do renomado João Duarte. Trazendo um apanhado de clássicos de todas as fases do grupo, o álbum é um presente aos fãs e mostra, através da faixa inédita, o direcionamento que o quarteto deve seguir no próximo trabalho, a ser lançado em 2023. Disponível nas plataformas digitais, TORTURA EN LA IGLESIA EN VIVO deve ganhar formato físico em breve.

Gravado no dia 16 de julho de 2022, o show inicia com "Obskure" para na sequência, colocar o La Iglesia abaixo com "Torture 'till Die". O peso que o grupo imprime é avassalador, mostrando que a coisa ia ficar ainda mais séria no decorrer da apresentação. A curta e eficiente "Convulsion" tem aquela veia thrash/death enquanto "The Unholy Spell", vem para relembrar um dos maiores clássicos do grupo. E por falar em clássicos, "Horror and Torture", um petardo digno de nota, mostra o quão relevante o Torture Squad é para o metal nacional. Depois de muito tempo, a faixa permance forte, intensa e ainda mais brutal.

Podemos destacar ainda ótimos momentos como "Living for the Kill", onde Amilcar se credencia (como se já não estivesse credenciado há muito tempo) como um dos melhores bateristas brasileiros, "No Escape from Hell", "Possessed by Horror", onde o baixo de Castor ganha um destaque maior, evidenciando o peso dessa composição ao vivo, "Return of Evil", onde Mayara varia seus vocais entre os mais rasgados e guturais e "Raise Your Horns", perfeita para aquele mosh insano nos shows. Já a faixa inédita, "The Fallen Ones" traz uma boa linha de guitarra, com um pé maior no death metal, ainda que os solos lembrem a fase mais thrash do grupo. Um soco na boca do estômago como todo bom death metal deve ser: seco, direto e violento, ainda que traga vocais limpos em alguns momentos.

TORTURA EN LA IGLESIA EN VIVO é um belo álbum que resgata o poder do TORTURE SQUAD ao vivo, numa apresentação bastante intimista, o que deixa o trabalho ainda mais forte, pois o som do grupo ganha mais intensidade em locais assim. Parabéns ao quarteto e ficamos no aguardo do novo trabalho! The Torture Never Stop!

Sergiomar Menezes




MELHORES DE 2022 - LEANDRO E ALEXANDRO ISOPPO (ALMA HARD)


E a dupla mais HARD ROCK/AOR do Brasil também veio aqui pra divulgar sua lista de Melhores de 2022! LEANDRO e ALEXANDRO ISOPPO já participaram de algumas Lives no perfil do REBEL ROCK no Instagram e são uns dos grandes parceiro e amigos do blog! Confira que nem só de AOR vive a dupla...

MELHORES DE 2022 - INTERNACIONAL


SKID ROW - THE GANG'S ALL HERE

H.E.A.T – FORCE MAJEURE

CHEZ KANE - POWERZONE 

SCORPIONS – ROCK BELIEVER

GHOST – IMPERA

GIRISH AND CHRONICLES – HAIL TO THE HEROES

TEN – HERE BE MONSTERS

OUT OF THIS WORLD – ST

JOURNEY - FREEDOM

TREAT – ENDGAME


MELHORES DE 2022 - NACIONAL


MARENNA – VOYAGER

RF FORCE – RF FORCE

SHAMAN – RESCUE

LANDFALL – ELEVATE

GOLPE DE ESTADO – CAOSMÓPOLIS

WIZARDS – SEVEN

ALEX MEISTER – ROCK AND A HARD PLACE

RATOS DE PORÃO - NECROPOLÍTICA

TROOPS OF DOOM – ANTICHRIST REBORN

TARMAT – OUT OF THE BLUE


quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

MELHORES DE 2022 - JOHNNY Z. (METAL NA LATA)


Divulgando as listas de Melhores de 2022 dos amigos e parceiros do REBEL ROCK, hoje é a vez de JOHNNY Z., editor-chefe do METAL NA LATA e da JZ PRESS Assessoria. E, pasmem meus amigos... Não tem ALTER BRIDGE na lista!!!!

MELHORES DE 2022 - INTERNACIONAL


Machine Head – Of Kingdom And Crown

Sobernot – Destroy 

Rammstein – Zeit

Vio-Lence – Let The World Burn 

Arch Enemy – Deceivers

Venom Inc. – There’s Only Black

Soulfly – Totem

Ghost – Impera

Skid Row – The Gang’s All Here 

Destruction – Diabolical


MELHORES DE 2022 - NACIONAL


Mathagal – Contos de Meia-Noite (EP)

Forkill – Sick Society

Nervochaos – All Colors Of Darkness

Marenna – Voyager

Caravellus – Inter Mundos

Fabiano Negri – Zebathy

Krisiun – Mortem Solis

Claustrofobia – Unleeched

S.I.C.K – Hear Me Scream (EP)

Acacia Crown – The Last Acacia

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

RF FORCE - RF FORCE (2022)

 



RF FORCE - RF FORCE (2022)
Classic Metal Records - Nacional

Falar que o metal brasileiro é berço de excelentes bandas desde o final dos anos 70 e início dos 80, até os dias de hoje, é chover no molhado. Também é repetição falar que todo o ano surgem bandas de nível internacional aqui nas nossas terras, que em nada devem aos artistas estrangeiros. Mais mesmice. Mas é necessário falar que o trabalho do RF FORCE é disparado um dos melhores de 2022, incluso entre os lançamentos de grandes nomes internacionais.

O álbum foi lançado em maio e com atraso, comento sobre ele agora. Uma falha enorme da minha parte, pois deveria já ter adquirido o cd e falado antes sobre ele também. Mas, como diz o ditado, “antes tarde do que mais tarde” não é?

Para quem não conhece, o RF FORCE é banda de Rodrigo Flausino, renomado guitarrista paulista, e completam o (excelente ) time os músicos Marcelo Saracino (vocal, Heaven & Hell, Undertime), Daniel Iasbeck (guitarra, Exxótica e Secos & Molhados), Ricardo Flausino (baixo, Hardstuff) e Lucas Emidio (bateria, Hatematter e Scenes From a Dream).

O álbum é um revival de hard/heavy metal, totalmente inspirado nos anos 80. Durante a audição, é possível identificar várias influências,que vão de Dio e Judas Priest, chegando a Dokken, passando por Helloween, Maiden e Accept, mas sempre com um incrível aura de originalidade e qualidade.
Cozinha pesada e super bem timbrada, guitarras que brilham em cada riff/solo, e um destaque especial ao fantástico vocalista Marcelo Saracino, com um timbre e interpretação que nos remete e muito ao nosso amado e saudoso Ronnie James Dio. Apesar da influência muito perceptível, em nenhum momento Saracino se coloca numa posição de imitador de Ronnie, muito longe disso.

Da abertura com “Fallen Angel” (o riff inicial faria George Lynch orgulhoso e lembraria a Vivian Campbell como ele era fantástico sendo o guitarrista principal de uma banda) a última faixa “M.O.A.B” o trabalho é sensacionalmente empolgante, onde temos Metal tradicional, Hard Rock, Power Metal e até passagens beirando o Thrash Metal. 10 faixas distribuídas em 43 minutos de muita classe e de uma excelente e esmerada produção. Sabe aquele cd que ao acabar você coloca pra rodar de novo? Pois é, RF FORCE é assim.

Se você curte essas bandas citadas ao longo do texto, não deixe de conhecer este cd. E que logo venha uma turnê pelo Brasil, para que todos nós possamos assisti-los ao vivo. Longa vida ao RF FORCE!!!

José Henrique Godoy




MELHORES DE 2022 - RICARDO LEITE COSTA

 

Hoje é a vez de divulgarmos a lista de melhores de 2022 do nosso amigo e por vezes colaborador RICARDO LEITE COSTA. Apreciador de melodias suaves e harmonias singelas, Ricardo aponta os seus preferidos nas listas abaixo:

MELHORES DE 2022 - INTERNACIONAL


Sodom – 40 Years at War – The Greatest Hell of Sodom

Incantation – Tricennial of Blasphemy

Autopsy – Morbidity Triumphant

Napalm Death – Resentment Is Always Seismic – A Final Throw of Throes

Parasit – En Falski Utopi

Sedimentum – Suppuration Morphogénésiaque

Municipal Waste – Electrified Brain

Obituary  – Cause of Death – Live Infection 

Putrefaction Sets in – Repugnant Inception of Decomposing Paroxysm

Anthrax – XL


MELHORES DE 2022 - NACIONAL


Ratos de Porão – Necropolítica

Convulsive – The Grotesquery Ruins of Death

The Troops of Doom – Antichrist Reborn

Krisiun – Mortem Solis

Soulfly – Totem

Phrenesy – Fears Apocalypse

Open the Coffin – The World is a Casket

Forkill – Sick Society

Rot – Organic

Podridão – Plague, Misery and Putrefaction”


segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

DIO - LIVE IN LONDON - HAMMERSMITH APOLLO 1993 (2022)

 



DIO - LIVE IN LONDON - HAMMERSMITH APOLLO 1993 (2022)
Shinigami Records/EDEL Ear Music/ Sound City Records - Nacional

RONNIE JAMES DIO. Se eu terminasse agora a resenha, não precisava escrever mais nada. A maior voz do Heavy metal de todos os tempos, não há o que se discutir. No entanto, Dio teve, na opinião desse que voz escreve, alguns álbuns incompreendidos em sua vitoriosa carreira. E foi na divulgação de um desses álbuns, "Strange Highways", lançado em 1993, que esse show foi gravado. DIO - LIVE IN LONDON - HAMMERSMITH APOLLO 1993, é um belo álbum duplo, com um encarte caprichado, trazendo 18 faixas gravadas na lendária casa londrina. Com uma ótima qualidade de gravação, o trabalho celebrava a nova formação (à época) da banda DIO. Cabe ressaltar que o álbum chega por aqui na parceria entre a Shinigami Records/Sound City Records/ EDEL Ear Music.

A banda contava com o guitarrista Tracy G. (contestado até hoje por muitos fãs do vocalista), o fenomenal baixista Jeff Pilson (Dokken/Foreigner) e o monstruoso baterista Vinnie Appice e assim, gravou a apresentação ocorrida em 12 de dezembro de 1993, na reconhecida casa de espetáculos em Londres, o já citado Hammersmith Apollo, esse ótimo álbum ao vivo. Originalmente lançado em 2014, o álbum recebe uma nova edição, com uma bela embalagem e como se não bastasse isso, temos a maravilhosa voz do mestre Dio em plena forma.

Abrangendo toda a carreira de Dio, o álbum vai desde clássicos absolutos como "Stand Up and Shout" e "Don't Talk to Strangers", passando por "Holy Diver", The Last in Line", Rainbow in the Dark" e "We Rock", bem como pelas "novas" "Strange Highways", "Evilution", "Pain", "Jesus Mary and the Holy Ghost" e "Hollywood Black". Ainda temos os clássicos do Rainbow e Black Sabbath, tais quais "The Mob Rules", "Children of the Sea" (uma das músicas mais lindas do universo), que apesar de Tracy G,  manteve sua aura clássica e bela, "Heaven and Hell" e "Man on the Silver Mountain". Temos ainda, solos de bateria e guitarra, além de uma reprise de "Heaven and Hell" no primeiro CD.

DIO - LIVE IN LONDON - HAMMERSMITH APOLLO 1993 é um trabalho que não pode faltar na estante dos fãs do baixinho gigante. Um álbum ao vivo refletindo uma época turbulenta, mas criativa do vocalista que está fazendo muita falta pro Heavy Metal. Muito se diz que ninguém é insubstituível, o que na maioria das vezes é verdade. Mas no caso de RONNIE JAMES DIO, essa premissa não pode ser encaixada... 

Sergiomar Menezes








MELHORES DE 2022 - TCHELO EMERSON (METAL MUSIKAST)

 


Seguindo com as listas de Melhores de 2022 dos amigos e parceiros do REBEL ROCK, hoje é a vez de TCHELO EMERSON, do canal METAL MUSIKAST divulgar aqui sua lista de preferidos. Entre clássicos e novidades, muita coisa boa aparece logo abaixo:


MELHORES DE 2022 - INTERNACIONAL


 Saxon - Carpe Diem

Machine Head - Of Kingdom and Crown

Blind Guardian - The God Machine

 Stryper - The Final Battle

Scorpions - Rock Believer

Martyr - Planet Metalhead

 Rammstein - Zeit

Kreator - Hate úber Alles

 Skid Row - The Gang's All Here

Megadeth - The Sick, The Dying and the Dead


MELHORES DE 2022 - NACIONAL


 The Troops of Doom - Antichrist Reborn

Ratos de Porão - Necropolítica

The Mist - The Circle of the Crow (EP)

Apnea - Sea Sound

 RF Force - RF Force

Wizards - Seven

Claustrofobia - Unleeched

Krisiun - Mortem Solis

Daniel Fonseca - Alienize 

 Shaman - Rescue