OSSOS - CONTOS DE NECROTÉRIO
True Metal Records - Nacional
True Metal Records - Nacional
A Serra Gaúcha é conhecida pelas suas belas paisagens, ótima gastronomia e vinhos que são reconhecidos como os melhores do país. No entanto, não apenas de cenários espetaculares e cultura italiana vive esta região do Rio Grande do Sul. O mais puro crossover entre o Thrash e o Hardcore também está muito bem representado. E a prova concreta disso é CONTOS DE NECROTÉRIO, novo trabalho do OSSOS, quinteto que está prestes a completar 25 anos de estrada. Numa mistura mais que bem dosada entre o peso do Thrash metal e a velocidade do Hardcore, o grupo apresenta um trabalho coeso e numa pegada visceral, cantando em português, criando um clima que por diversas vezes beira a insanidade.
Formada por Pezzi (vocais), Tio Craito (guitarra), Guga (guitarra), Caverna (baixo) e Killer (bateria) a banda é uma das mais longevas do Rio Garnde do Sul, tendo sido criada em 1998 em Caxias do Sul. Ainda que a cidade seja bastante conhecida pelo frio, o som do OSSOS põe pra derreter qualquer clima gélido que possa estar presente durante a audição do trabalho. Ainda que ao ouvirmos o grupo, o Ratos de Porão seja uma das referências mais diretas a se destacar, o quinteto tem personalidade e tem mais peso nas guitarras, cortesia da dupla Craito e Guga, que se revezam em riffs ríspidos inspirados em Destruction, G.B.H, Exodus, Discharge, entre outros. A capa lembra aqueles HQ's de terror e é um dos destaques do álbum.
O CD abre com "Cadáver", pesada e com uma levada tipicamente Thrash, a faixa tem uma levada de guitarra palhetada, o que deixa tudo mais pesado, enquanto Pezzi vocifera seus versos de forma agressiva e violenta. Na sequência, a faixa título possui uma pegada mais HC, mas nem por isso esquece do peso nas guitarras. A cozinha composta por Caverna e Killer não fica atrás, num ótimo entrosamento baixo/bateria. O álbum traz uma faixa cantada em inglês, a curta e veloz "Eternal Hell", que funciona como um ótimo exercício antiestresse, desde que você afaste os móveis ou qualquer outro item que possa vir a quebrar que esteja a sua volta quando estiver ouvindo a própria. Uma sirene de ataque de guerra nos prepara para "Exército Morto", outro soco na boca do estômago.
"Igor" conta a história de um serial killer (fictício?), numa linha que nos remete a guitarras Thrash, numa escola Hannemam/King, Holt/Hunolt, que servem de inspiração para os riffs da dupla Craito e Guga. Já em "Meu Nome é Fim", a pedrada é direta, seca e sem frescura, lembrando em alguns momentos o já citado RDP, quando este ainda se preocupava em fazer música sem se prender a ideologias políticas. E tome mais porrada em "Pátria Armada que Pariu", outra faixa bem equilibrada, com passagens mais crossover, com espaço para um solo bastante inspirado, algo também característico do estilo, o que se segue com "Sangue", que segue nessa mesma linha. A introdução de bateria nos prepara para o momento mais "metal" do disco, a ótima "Sonhos Reais" que precede "Tudo Tem um Fim", faixa que encerra o álbum num HC direto, que deve fazer um belo estrago nos shows do grupo.
CONTOS DE NECROTÉRIO é um álbum pra quem curte a praia do Crossover equilibrado entre o Thrash e o Hardcore. Guitarras pesadas, cozinha coesa e entrosada e um vocalista que despeja ódio, violência e desespero nos vocais. Como todo álbum do estilo precisa ser. E esse mais recente trabalho do OSSOS desempenha esse papel com perfeição!
Sergiomar Menezes
Bahhhh, o que falar de seu trabalho Sergiomar? Por palavras destas que faz a gende ainda cair na estrada e é o que faz a OssoS ser o que é hoje. Muitoooo obrigado por esse bela resenha, chorei meu amigo! E claro, ninguém constrói nada sozinho, estamos juntos nessa jornada, crescendo profissional e pessoalmente. Agradeço a cada integrante da OssoS, vocês são a alma da banda. Parabéns pelo trabalho duro de vocês seus demonios.
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