WIZARDS - SEVEN (2022)
METAL RELICS RECORDS - Nacional
METAL RELICS RECORDS - Nacional
É praticamente impossível falar no WIZARDS e não lembrar que o grupo é detentor de um título almejado por muitas e muitas bandas: o de ter lançado um dos melhores álbuns de Heavy Metal nacional, a saber, THE KINGDOM, lançado em 2001, e que, definitivamente, faz parte da história do Heavy Metal no Brasil. Você pode até não gostar da sonoridade ou estilo apresentados pelo grupo, mas é inegável que faixas como "King Without a Crow", "Fallen Angels", "Riding the Twilight", "Call of War", "Love and Recall" e a própria faixa título não estejam entre as mais poderosas composições do metal melódico brasileiro. Dito (e relembrando) isso, é mais que louvável saber que depois de 10 anos, o grupo decidiu voltar de vez a ativa e não apenas para shows, mas com um belo trabalho. Intitulado SEVEN, o disco apresenta 11 faixas (mais um bônus) e foi lançado num bonito digipack pela Metal Relics Records.
O reformulado line up conta hoje com Christian Passos nos vocais (um dos melhores vocalistas do estilo no Brasil), Leo Mancini (ex-Tempestt, ex-Shaman, Noturnall) nas guitarras, Mendel Waisberg, baixista original do grupo, assim como o vocalista Christian, Gabriel Triani, baterista que entrou na banda no álbum "The Black Knight" (2010) e o tecladista Charles Dalla, que está na banda desde o álbum "Beyond the Sight"(2018). Dalla, também foi o responsável por todas as letras, bem como pela produção, mixagem e masterização do trabalho. Já a dupla fundadora Christian e Mendel co-produziram o álbum. O resultado é uma sonoridade orgânica, forte e com a cara da banda.
"Seven é um trabalho que mistura todas as fases do Wizards. Power, Clássico e Hard, essa é uma mescla de todos os nossos álbuns, mas com uma pitada nova secreta”, disse o vocalista Christian recentemente. E ele não está errado. O álbum inicia com uma pequena intro que nos prepara para a primeira faixa: "Pain". Trazendo os elementos que moldaram a sonoridade da banda, a faixa tem aquele pegada calcada no metal melódico, mas com alguns elementos mais próximos do metal tradicional, com Christian cantando como nos velhos tempos, nos remetendo ao período que o estilo reinava absoluto dentro do cenário. A entrada de Leo Mancini fez bem ao grupo, pois sua técnica e feeling casaram perfeitamente com o que o WIZARDS fez e faz. Na sequência, o Hard/Heavy, um dos pontos de maior identidade da banda, mostra as caras com "Living Undercover". Ainda que os vocais se destaquem, a banda soa coesa e entrosada, com destaque para a cozinha composta por Mendel e Gabriel. "Rising Sun", próxima faixa, é uma composição que começa pesada, mas ganha uma bela melodia que nos remete aos tempos de "The Kingdom", em mais uma bela interpretação de Christian. O Hard/Heavy dá as caras novamente em "Tell Me", uma faixa "tipicamente" Wizards...
"In the Night" é, com certeza, uma das faixas que carregam consigo uma das "pitadas novas secretas". Num ótimo trabalho de guitarra e teclado, a composição ganha peso e uma interpretação vocal que nos mostra um outro lado de Christian em alguns momentos. Ainda que soe mais moderna e atual, ela traz as melodias tão caras à música do quinteto. Se a faixa citada anteriormente trazia novos elementos... "Call My Name" possui traços de AOR (!?). Sim, de AOR! E ficou muito legal essa mistura de elementos! Já "I Wanna Know" me lembrou e muito o que Michael Kiske fez no SUPARED, seja pela melodia da guitarra, seja pelos vocais. Confesso que se me mostrassem essa composição sem dizer que era Wizards, não hesitaria em afirmar que se tratava de um trabalho do grande vocalista alemão... "Is it Love", curta e voltada ao melódico, possui uma levada mais atual. Mais Wizards clássico em "Storm the Highway", com uma bela performance de toda a banda. O tracklist regular se encerra com "Dawn of the World", numa pegada mais amena, mas nem por isso menor. A bônus é "Grateful", que tem muita cara de ter sido composta nas sessões de "The Kingdom", mas não tenho certeza.
SEVEN é um álbum de uma banda que não parece ter encerrado suas atividades por um período tão longo. Afinal, a essência, a personalidade e a identidade da banda permaneceram intactas, tamanha a qualidade e capacidade criativa do grupo nas faixas que compõem esse belo trabalho. "Estamos muito empolgados com esse novo álbum e a volta aos palcos com o Wizards juntamente com esse time de peso", disse Christian. Não só a banda, meu amigo. Todos os fãs de Heavy metal também estão. E esperando que o WIZARDS retorne ao seu lugar de direito: o de um dos grandes nomes do metal nacional!
Sergiomar Menezes
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