quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

DORO - CONQUERESS - FOREVER STRONG AND PROUD (2023)



DORO
CONQUERESS - FOREVER STRONG AND PROUD
Shinigami Records/ Nuclear Blast Records - Nacional



Após 5 anos desde o último lançamento de Deusa do Metal, Doro Pesch traz em Conqueress – Forever Strong And Proud, um álbum coeso, com ótimos riffs e algumas surpresas bem agradáveis.

“Conqueress – Forever Strong and Proud“ foi lançado em 27 de outubro via Nuclear Blast, com versão brasileira pela Shinigami Records e como de costume, traz novamente uma série de convidados especiais e o maior deles o Metal God e grande parceiro e amigo de Doro, Rob Halford. Rob participa em dueto com Doro em duas regravações: “Living After Midnight“ (Judas Priest) e “Total Eclipse of the Heart”, clássica música Bonnie Tyler que para este que vos escreve, foi a maior surpresa do álbum e fiquei ouvindo por horas.

Como sempre, as capas dos álbuns da Doro são belas e neste, traz a imagem de Doro (linda como sempre) segurando um machado viking. Aliás, não existe uma capa feia nos álbuns da Doro, então este não seria diferente. O álbum possui duas versões: a tradicional, com quinze faixas e mais uma edição deluxe, que vem com um CD bônus, contendo cinco faixas. Infelizmente não tivemos acesso ao disco bônus.

Os principais destaques do álbum ficam por conta de “Children of the Dawn“, que tem uma pegada mais Hard N' Heavy, “All for You“, um Heavy bem bacana, moderno com pitadas old. Já “Lean Mean Rock Machine“, temos um refrão mais clichê, porém não perde o brilho, ótima música. A faiixa “I Will Prevail“ é Hard N’ Heavy pesada, com um riff bem certeiro. “Time for Justice” tem um refrão bem grudento, que lembra os tempos de Warlock e poderá ser cantado bem alto durante os shows da musa. “Love Break Chains” assim como “Rise“, são disparadas a melhores do play, ambas com uma pegada Hard N' Heavy bem cativante com a voz de Doro sendo o principal destaque, além de serem músicas empolgantes com os dois pés nos anos 1980.

Enfim, temos um belo disco, produção muito bem feita, músicas simples e as vezes com clichês, porém feitas com muito amor e simplicidade que caíram muito bem.

Doro em “Conqueress – Forever Strong and Proud” mostra o motivo de ainda ser o maior nome feminino do Heavy Metal. Long Live to Doro Pesch \m/.

Fernando Aguiar







TAILGUNNER - GUNS FOR HIRE (2023)

 

TAILGUNNER
GUNS FOR HIRE 
Shinigami Records/FireFlash Records - Nacional

O Reino Unido sempre foi o berço do Rock pesado e do Metal desde sempre. Não é preciso falar dos vários artistas, bandas e movimentos surgidos em terras britânicas. Mas é sempre revigorante testemunhar o surgimento de uma nova banda vindo daqueles lados. E o Tailgunner é uma excelente surpresa.

Formado em 2018, o quinteto formado por jovens músicos, que eu posso dizer que tem o espírito de “jovens a mais tempo”, pois tanto a musicalidade, a estética, a arte gráfica do álbum (verifique a capa, uma caveira zumbi armada com uma metralhadora), tudo nos remete aos anos dourados do Heavy Metal, a década de 80.

Desde a primeira faixa “Shadows of War”, o que ouvimos neste trabalho é um heavy metal tradicional puro, cheio de melodia e fúria, que nos remete instantaneamente aos trabalhos iniciais do Iron Maiden e a fase oitentista do Judas Priest. Se ao mesmo tempo notamos as referências e influências aqui e ali, por outro lado nada soa datado ou com cheiro de mofo.

A produção do álbum, a cargo de Olof Wikstrand , vocalista do Enforcer, é soberba. Entre faixas rápidas como “Future's Lost”, “ White Death” e a faixa título, e as mais cadenciadas como “Shadows Of War” e “Blood for Blood”, tudo o que se ouve é pesado, alto e agressivo, tal qual os antepassados metálicos nos ensinaram. 

Uma estreia muito acima da média dos ingleses. Não é a toa que a banda foi uma presença frequente nos festivais europeus no ano de 2023. Se mantiverem este nível, o futuro sorri grande para o Tailgunner. E o melhor: álbum lançado em mercado nacional, pela Shinigami. Não deixe de procurar conhecer.

José Henrique Godoy




quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

MELHORES DE 2023 - GREGORY WEISS COSTA

 

Chegou a vez do nosso professor! O especialista em metal melódico da equipe REBEL ROCK nos traz sua lista de melhores de 2023 e consigo algumas surpresas que, provavelmente, você não encontrará em outras listas por aí. Confira os escolhidos de Gregory Weiss Costa!


MELHORES DE 2023 - NACIONAL


ANGRA - CIRCLES OF PAIN
GOATEN - MIDNIGHT CONJURING
AS THE PALACES BURN - DROWNING INTO SHADOWS
NERVOSA - JAILBREAK
XFEARS - REASON FOR CHANGE
ELECTRIC MOB - 2 MAKE U CRY & DANCE
TORTURE SQUAD - DEVILISH
TUATHA DE DANNAN - THE NAMELESS CRY
HEADSPAWN - PARASITES
EDU FALASCHI - ELDORADO


MELHORES DE 2023 - INTERNACIONAL


IN FLAMES - FOREGONE
METALLICA - 72 SEASONS
FIFTH ANGEL - WHEN ANGELS KILL
SLEEP TOKEN - TAKE ME BACK TO EDEN
OVERKILL - SCORCHED
URIAH HEEP - CHAOS AND COLOUR
IRON SAVIOR - FIRESTAR
ASHRAIN - REQUIEM RELOADED
SOEN - MEMORIAL
SACRED OUTCRY - TOWER OF GOLD

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

MELHORES DE 2023 - MAURO ANTUNES

 

Mauro Antunes, flagrado em um momento de alegria esperando por mais uma cobertura de show, também pensou em 2023 e escolheu os seus destaques. E podemos dizer que a equipe REBEL ROCK concordou em alguns trabalhos que marcaram bem o ano que passou... Confira as escolhas do Maurão!


MELHORES DE 2023 - NACIONAL


TORTURE SQUAD - DEVILISH
NERVOSA - JAILBREAK
CAVALERA - MORBID VISIONS
CRYPTA - SHADES OF SORROW
NERVOCHAOS - CHTONIC WRATH
SIEGRID INGRID - BACK FROM HELL
ELECTRIC MOB - 2 MAKE U CRY & DANCE
ANGRA - CYCLES OF PAIN
HATEMATTER - ANTITHESIS
AS THE PALACES BURN - DRWNING INTO SHADOWS


MELHORES DO 2023 - INTERNACIONAL


OVERKILL - SCORCHED
SORCERER - REIGN OF THE REAPER
CANNIBAL CORPSE - CHAOS HORRIFIC
METALLICA - 72 SEASONS
IRON SAVIOR - FIRESTAR
THE ROLLING STONES - HACKNEY DIAMONDS
URIAH HEEP - CHAOS AND COLOUR
PRIMAL FEAR - CODE RED
KK's PRIEST - SINNER RIDES AGAIN
DOMKRAFT - SONIC MOONS

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

MELHORES DE 2023 - UILLIAN VARGAS

 

Nosso retratista e redator nas horas vagas, Uillian Vargas, também elaborou sua lista de melhores de 2023. No entanto, ele optou por uma lista mais enxuta, mas nem por isso menos respeitável! Então, confira mais uma lista da equipe REBEL ROCK!


MELHORES DE 2023 - NACIONAL E INTERNACIONAL


NERVOSA - JAILBREAK
BEYOND THE BLACK - BEYOND THE BLACK
POWERWOLF - INTERLUDIUM
AVATAR - DANCE DEVIL DANCE
METALLICA - 72 SEASONS
ELEGANT WEAPONS - HORNS FOR A HALO
VIPER - TIMELESS
MAMMOTH WVH - II
SOEN - MEMORIAL
IRON SAVIOR - FIRESTAR

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

MELHORES DE 2023 - JOSÉ HENRIQUE GODOY

 

A árdua tarefa de escolher os melhores trabalhos lançados em 2023, pela equipe REBEL ROCK continua. Hoje, é a vez do mestre José Henrique Godoy, uma verdadeira enciclopédia quando o assunto é rock/metal! E como diria Axl Rose: É isso aí, Zé!! Confiram:


MELHORES DE 2023 - NACIONAL


GOATEN - MIDNIGHT CONJURING
WARSHIPPER - ESSENTIAL MORPHINE
SIEGRID INGRID - BACK FROM HELL
ELECTRIC MOB - 2 MAKE U CRY & DANCE
RED WATER - EMBER
NERVOSA - JAILBREAK
ELECTRIC GYPSY - MOTHERSHIP
EVILCULT - THE DEVIL IS ALWAYS LOOKING FOR SOULS
TOSCO - AGORA É A SUA VEZ
FACES OF DEATH - EVIL


MELHORES DE 2023 - INTERNACIONAL


ALICE COOPER - ROAD
THE 69 EYES - DEATH OF DARKNESS
GIRLSCHOOL - WTFORTY FIVE?
WINGER - SEVEN 
OVERKILL - SCORCHED
EXTREME - SIX
METALLICA - 72 SEASONS
ANTHEM - CRIMSON AND THE JET BLACKS
URIAH HEEP - CHAOS AND COLOURS
TYGERS OF PAN TANG - BLOODLINES


sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

MELHORES DE 2023 - WILLIAN RIBAS

 

Dando sequência aos melhores trabalhos de 2023, escolhidos pela equipe do REBEL ROCK, hoje é dia de conhecermos os escolhidos de Willian Ribas, que selecionou seus 10 álbuns preferidos nas searas nacional e internacional. Vamos a eles:


MELHORES DE 2023 - NACIONAL


BLACKNING - AWAKENING RAGE
KAMALA - KARMA
TUATHA DE DANANN - THE NAMELESS CRY
NERVOSA - JAILBREAK
CRYPTA - SHADES OF SORROW
PHRENESY - FEARS APOCALYPSE
TOSCO - AGORA É A SUA VEZ
TORTURE SQUAD - DEVILISH
ELECTRIC MOB - 2 MAKE U CRY & DANCE
ATTRACTHA - LEX TALIONIS


MELHORES DE 2023 - INTERNACIONAL



METALLICA - 72 SEASONS
IN FLAMES - FOREGONE
INSOMNIUM - ANNO 1696
ANGELUS APATRIDA - AFTERMATH
GODSMACK - LIGHTNING UP THE SKY
LORDI - SCREEN WRITERS GUILD
DE LA TIERRA - DE LA TIERRA III
ASHRAIN - REQUIEM RELOADED
OVERKILL - SCORCHED
DIETH - TO HELL AND BACK

HEADSPAWN - PARASITES (2023)

 

HEADSPAWN
PARASITES
Independente - Nacional

Eu já escrevi isso diversas vezes por aqui mas é sempre bom repetir: como é bom quando a gente se surpreende ao ouvir bandas que não conhecíamos e acabamos descobrindo trabalhos sensacionais. E não é nenhum exagero colocar nessa situação a banda paraibana HEADSPAWN, trio que pratica um som intenso, pesado, e que nos mostra que o Brasil vem se renovando dentro do estilo, provando assim que nem só de Angra, Sepultura, Krisiun e outros "medalhões" o metal brasileiro vive. "PARASITES", primeiro álbum da banda, formada em 2019, é uma amostra do poderio de uma das regiões mais castigadas do país quando o assunto é música pesda. E bota pesada nisso!

Formada por Alf Cantalice (vocal/guitarra), J.P. Cordeiro (baixo) e Marconi Jr. (bateria), a banda tem pouco mais de 4 anos de atividades, mas demonstra uma capacidade criativa e dedicação ao trabalho como se estivessem na estrada há muito tempo. Lançado em novembro de 2023, o trabalho foi produzido, mixado e masterizado por Victor Hugo Tangino. A sonoridade do grupo traz um mix muito interessante de peso, agressividade e energia, trazendo como influências o Sepultura, Biohazard e Pantera, mas repletos de referências à música e tradições regionais, mostrando personalidade e criatividade ao longo das dez faixas que compõem o álbum. 

A intro "Terra Solis" já nos situa dentro da perspectiva de "Parasites". Uma guitarra nervosa acompanhada pelo peso da cozinha e da sonoridade tradicional da região nos preparam para o primeiro petardo: "Butches". Logo de cara, podemos afirmar que as definições de peso foram atualizadas com sucesso! Que paulada, meu amigo! Alf alterna vocais guturais com momentos de canto mais limpo, criando um contraste muito interessante. JP e Marconi, baixo e bateria respectivamente, demonstram um entrosamento e coesão que se reflete na estrutura firme e intensa. "Sinking Jetsam", na sequência, traz um toque de modernidade ao som do grupo, mas sem com que isso soe "atual", na forma pejorativa do termo. Um groove denso, em alinhamento com uma rispidez que surge ao natural, criam a atmosfera perfeita para a agressividade da composição. E os ritmos regionais retornam em "Failure, Death and Decay", ainda que de forma tímida (mais voltada para a introdução). Mais cadenciada e com passagens recheadas de groove e vocais limpos, a faixa é um exemplo de como soar brutal sem muito esforço. "Everybody Hates Somebody" (título genial), traz o mix de sujeira e criatividade, onde os vocais limpos me trouxeram os momentos iniciais da carreira de Mr. Ozzy Osbourne. E quando menos esperamos, somos surpreendidos por um momento mais "ritmado", com aquela pegada regionalista que se encaixou muito bem na proposta.

A instrumental "Fili Caatinga", é um momento bonito e introspectivo, também calcado nos ritmos regionais, quebrando o clima de brutalidade que vinham dosando o trabalho até aqui. No entanto, seu 01'11" de duração, antecedem a porradaria de "Ghost of Myself", onde o baixo de JP comanda a festa. Como é bom ouvir uma banda madura, sem medo de experimentar e dona de suas vontades. E digo isso com propriedade, pois o que vemos de grupos que procuram sua identidade por dois, três álbuns antes de se encontrarem com sua sonoridade é quase uma regra! E o baile segue com "You Are", groovada e pesada. Eu fico pensando o que deve ser uma apresentação do trio, principalmente em um local menor. O potencial de destruição é enorme! "Brought Into This World", mais cadenciada, destaca o trabalho do batera Marconi, com quebradas certeiras, sem exageros, mostrando que a técnica pode sim estar a serviço da criatividade e não apenas o contrário! O trabalho encerra com "The Grotesque Factory of Files", outro momento que traz uma proximidade com o metal atual norte americano, mas com a identidade "Headspawn".

PARASITES, não á toa, acabou entrando na minha lista de melhores álbuns nacionais de 2023. E olha que esse ano foi repleto de ótimos lançamentos, o que criou uma dificuldade boa na hora de organizar tal lista. Isso só vem a comprovar que o HEADSPAWN tem potencial de não ser apenas uma promessa, mas sim, uma REALIDADE do nosso cenário!

Sergiomar Menezes




quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

SYMPHONY TOWERS - ISOLATION (2023)

 

SYMPHONY TOWERS
ISOLATION
Independente - Nacional

Formada em 2017, a banda Symphony Towers chega ao seu terceiro disco, "Isolation”, um trabalho diversificado carregando dentro de si uma temática que mexe com o ouvinte — Isolamento.

Temos 6 faixas que carregam a densidade do tema, as diversas maneiras que acarretam o afastamento, seja social ou virtual. A grande jogada do grupo foi unificar instrumental e letras fazendo com seja impossível não ficar impactado com tamanha maestria. A produção foi primordial para que o projeto mantivesse com sua identidade própria, mas, que também, tenhamos os clichês que amamos de grupos como Helloween, Stratovarius e Gamma Ray, ou seja , o Power Metal épico, com refrãos “açucarados” e fortes que amamos.

A abertura com “Before a Dream", é instigante, apoteótica e deixa a ansiedade a mil para o decorrer do tracklist, que segue em alta com "War, Religion, Hell", o título entrega o instrumental, pesado e sombrio.

Em "In Search of Faith", temos um lindo dedilhado de violão, mostrando virtuosismo em meio a montanha-russa instrumental, entre peso e “calmaria”, os vocais de Janilson despejam dramaticidade tornando um dos destaques do disco. O nível musical apresentado em “Isolation”, é surpreendente, pois não modificaram a “roda”, mas sabem agradar e mostrar que o trabalho é feito de fã para fã.

Do Power Metal, passando pelo Prog e sendo teatral quando necessário, o Symphony Towers é uma grande aposta para o futuro do metal brasileiro.

Fernando Aguiar




MELHORES DE 2023 - SERGIOMAR MENEZES


É chegada a hora de escolhermos os melhores álbuns lançados em 2023. Foi um ano repleto de ótimos lançamentos, principalmente dentro do cenário nacional. No entanto, viemos aqui cumprir nosso dever cívico de elegermos nossas principais escolhas. Pra começar, vamos com os 10 melhores lançamentos nacionais e internacionais do nosso editor chefe, Sergiomar Menezes. Não seria preciso relembrar, mas... as escolhas são completamente pessoais, sem a necessidade de explicar cada uma, ok? Então, sem muita enrolação, vamos à elas:

MELHORES DE 2023 - NACIONAL


GOATEN - MIDNIGHT CONJURING
TORTURE SQUAD - DEVILISH
HEADSPAWN - PARASITES
SIEGRID INGRID - BACK FROM HELL
ELECTRIC MOB - 2 MAKE U CRY& DANCE
NERVOSA - JAILBREAK
XFEARS - REASON FOR CHANGE
FACES OF DEATH - EVIL
TOSCO - AGORA É A SUA VEZ
AS THE PALACES BURN - DROWNING INTO SHADOWS

MELHORES DE 2023 - INTERNACIONAL


METALLICA - 72 SEASONS
IN FLAMES - FOREGONE
ALICE COOPER - ROAD
OVERKILL - SCORCHED
GO AHEAD AND DIE - UNHEALTY MECHANISMS
IRON SAVIOR - FIRESTAR
URIAH HEEP - CHAOS & COLOUR
ROLLING STONES - HACKNEY DIAMONDS
MEMORIAN - RISE TO POWER
DIETH - TO HELL AND BACK



quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

URIAH HEEP - 09/12/2023 - CWB HALL - CURITIBA/PR

 


URIAH HEEP
CWB HALL - CURITIBA/PR
09/12/2023

Texto: José Henrique Godoy
Fotos: Carolina Godoy

Magos existem sim! Eu assisti a 5 deles no sábado a noite, na bela Curitiba. Estou falando da lendária banda Uriah Heep, que fez a magia fluir no Curitiba Hall, e emocionou a todos os presentes, que lotaram o local para presenciar ao espetáculo dado por estes senhores que completaram este ano 54 anos de estrada.

Eu, sendo gaúcho de Porto Alegre, tenho que fazer uma constatação: “perdemos” nosso posto para Curitiba no ranking de cidades em que os grandes e médios shows aportavam antigamente. Não é de hoje que isso vem acontecendo, mas agora me parece definitivo. Ponto mais que positivo para o povo curitibano pois no sábado 09 de dezembro, tínhamos vários eventos de diversos estilos musicais acontecendo na cidade, e pelos relatos todos com ótimo público.

A ressalva foi o local escolhido para o evento: o CWB Hall não é um local apropriado para receber uma banda do porte do Uriah Heep. Dependendo do local, se você fica mais atrás, não consegue ver o palco por completo, e dividiram o local em pista VIP e pista normal. Até aí, já estamos acostumados, mas a divisão de tais pistas era feita apenas por segurança com lanternas (sim, tipo cinema, assim mesmo como você pensou), e para descobrir os limites de ambas era humanamente impossível. Imagine a confusão pra quem pagou a tal VIP e via a todo momento seu local ocupado por quem pagou pista normal? Para ir até os banheiros era uma verdadeira batalha, e no bar, o sistema com pagamento via comanda/cartão funcionaria perfeitamente...até que desse errado. E deu, pois o sistema parou de funcionar e se você chegasse ao balcão e pedisse duas cervejas tendo pago apenas uma certamente seria atendido...mas não, não é vantagem, pois o contrário poderia acontecer também.

Bem, mas vamos ao que interessa: o show magnifico do Uriah Heep. Às 22h em ponto, a lenda inglesa sobe ao palco, detonando “Grazed by Heaven” seguida de “Taken My Soul Away”, ambas do álbum “Living The Dream” de 2018. Logo de inicio os rapazes “jovens há mais tempo” Bernie Shaw (vocal) e Mick Box (guitarra) demonstram uma vitalidade e vontade de estar no palco poucas vezes vistas inclusive em bandas mais jovens, escoltados pelos fantásticos Davey Rimer (baixo), Russel Gilbrook (bateria) e o maestro Phil Lanzon (teclados). O primeiro clássico da “Era-Byron”, “Traveller in Time” do magistral e mais que clássico “Demons And Wizards” nos faz realmente nos tornarmos viajantes no tempo, e mesmo aqueles que tinham pouca idade ou nem sonhavam em ter nascido, são imediatamente transferidos para a década de 1970 e para uma época que muitos fãs indicam como a fase de ouro do Uriah.

“Beetween Two Worlds” do “esquecido” álbum de 1998 , “Sonic Origami” segue com classe e firmeza, mas é com a próxima música “Stealin”, que o CWB Hall vem abaixo, com o público cantando junto a Bernie em uníssono. A seguir, uma surpresa, ao menos para mim..."Too Scared too Run” do clássico álbum “Abominog” de 1982. Este disco é muito lembrado aqui no Brasil, por ter o “macaco-diabo” na capa, onde muitos que não conheciam a banda à época e apenas viam a capa, pensavam ser um álbum de metal pesadíssimo, e na real se trata de um excelente álbum de Hard Rock/AOR. Constatei pela quantidade de camisetas com a capa do álbum presentes no show e alguns LPs mostrados para a banda, que este álbum ser um dos preferidos da discografia do Uriah, não é uma particularidade minha. Mais uma vez a versatilidade de Bernie Shaw é estampada, pois ele canta com perfeição qualquer fase da banda, e de uma música para outra ele vai de David Byron a Peter Goalby sem nem um deslize e colocando sua própria personalidade nas interpretações. Sem contar que é um monstro de um frontman.



Daí pra diante, o que os olhos e ouvidos dos 800 presentes no CWB Hall foi algo próximo de um êxtase coletivo. Clássicos atrás de clássicos, a saber: “Rainbow Demon", “Sweet Lorraine”, a “quase metal” “Free and Easy”, do “álbum da cobra” “Innocent Victim” gravado com o também saudoso John Lawton nos vocais. Não preciso dizer que mais uma vez Bernie Shaw é perfeito. Russel Gilbrook demostra toda a sua excelência nas baquetas e tambores, como bate forte esse sujeito! Sem dúvida um dos melhores bateristas da atualidade.

Hora da apresentação da banda, e Bernie, ao apresentar o Mago-mór, Mick Box, fala que o Uriah Heep só existe até hoje por “culpa” de Mick, que é ovacionado por todos! Incrível como pode um cidadão ser uma lenda e ao mesmo tempo um poço de simpatia. Todos os integrantes, na realidade esbanjam simpatia, porém não existe um único segundo que o Sr. Box não esteja sorrindo no palco, mesmo durante os solos mais intrincados ou quando ele esmerilha sua pedaleira wah-wah. “Gipsy” segue o set list, ou poderia dizer, “celebração”. A faixa de “Very ´Eavy, Very ´Umble”, primeiro álbum da banda do longínquo ano de 1970, pesada e cadenciada, mais uma vez cantada por todos os presentes. “Look at Yourself” uma das músicas mais clássicas da banda é executada e abre caminho para a lindíssima “July Morning”. Nesse momento, teve marmanjo marejando os olhos ...E só não se emociona com essa, quem já morreu...e olhe lá.

Pequena pausa e Mick Box retorna ao palco com um violão em mãos. Bernie brinca com a plateia: “Mick box e um violão, esta não precisarei anunciar..”. Sim, a clássica composição do inesquecível Ken Hensley “Lady In Black” é executada e adivinhe? Tome cantoria da plateia de novo. Não só o público está em êxtase, a banda também está feliz em participar destes momentos com os fãs. Sentimento estampado na fisionomia do quinteto. Nova pausa e o manjado “final falso”. A banda se retira do palco para voltar em seguida. Mick Box agradece o carinho e entusiasmo do público e então é executado mais um momento brilhante da discografia do Uriah Heep: “ Sunrise” faixa de “Magician´s Birthday” e que também abre um dos melhores álbuns ao vivo de todos os tampos: “Uriah Heep Live!” de 1973...Executada de forma magistral como todas as anteriores, mais lágrimas caindo dos olhos de boa parte dos presentes...E o encerramento veio com “Easy Living” talvez a faixa mais conhecida da banda. Após 100 minutos de show, o Uriah Heep se despede do palco, deixando a todos os presentes com a alma lavada.



Se por um lado, sentimos falta das músicas do excelente último trabalho “Chaos and Colour”, lançado este ano, por outro a explicação da ausência nos deixa entusiasmados: em conversa nos bastidores com o baterista Russel Gilbrook, o mesmo relatou que a banda não teve tempo para aprontar o show para a tour dedicada ao álbum, no que diz respeito a preparar músicas novas, devido a incessante agenda de tour em 2023. A tour de “Chaos and Colour” terá início apenas em 2024, ele confirmou que a banda voltará para a América do Sul para promover o trabalho. Uma ótima noticia para todos os fãs. O Uriah Heep não apenas envelheceu muito bem...Como disse um amigo meu, eles são um patrimônio do Rock Mundial. Que voltem ao Brasil quantas vezes forem possíveis. Uriah Heep ao vivo é pura magia!

HARDCORE SUPERSTAR - 18/11/2023 - CARIOCA CLUB - SÃO PAULO/SP


HARDCORE SUPERSTAR
Abertura: INLUZT e NITE STINGER
CARIOCA CLUB - SÃO PAULO/SP
18/11/2023
Produção: Dark Dimensions
Assessoria: JZ Press

Texto: Mauro Antunes
Fotos: André Tedim (Metal na Lata)

Um sábado de tempo bom em São Paulo é sempre um prato cheio para quem vive nesta cidade. Sempre é tempo de curtir um bom almoço na variada gastronomia paulistana, tomar aquela cerveja com a família ou amigos, mas também é um momento propício para um bom show de Rock & Roll e felizmente, como em quase todos os finais de semana, tivemos a oportunidade de assistir um grande show que confesso a vocês, superou minhas expectativas.

Para quem não é de São Paulo, o Carioca Club é uma casa muito bem localizada, próximo a estações de trem e metrô o que é uma mão na roda, já que os shows na casa começam e acabam cedo, o que facilita para que todos que possam, conseguem ir sem problemas com o deslocamento o mais fácil possível. Ótima casa, presença de público apenas razoável, tudo certo para uma tarde repleta do bom e velho Rock & Roll.

Quando chegamos à casa os show de abertura já haviam acontecido, então nos restou focar na banda principal. A abertura ficou por conta do mais recente single, “Abrakadabra” que com sua longa introdução mostrou-se uma perfeita faixa de abertura. Os fãs apesar de parecerem pouco familiarizados com a música, agitaram bastante; o show estava apenas começando.

Joakim ‘Jocke’ Berg (vocal), Vic Zino (guitarra), a figuraça Martin Sandvirk (baixo) e Maguns ‘Adde’ Andreasson (bateria) não vieram para passear e deram um show de empatia e interação com o público, diferentemente de outras bandas que pude assistir recentemente que estavam mais frias do que a Suécia quanto o tema era interação com o público.

“Electric Rider” veio na sequência mostrando que o álbum “You Can’t Kill My Rock ‘n Roll” (2018) realmente caiu nas graças dos fãs brasileiros que cantaram o refrão com muito entusiasmo; aí o negócio esquentou ainda mais. O clima ficou tenso quando em “Into Debauchery” (de “Beg for It”, de 2009) estava em desenvolvimento e o um (ou mais) PA’s falharam acabando com o clima do público apesar da banda continuar tocando sem perceber o que havia ocorrido. Demorou, mas demorou bastante até que a banda pudesse retornar ao palco.

“Wild Boys” foi a primeira das 6 faixas do álbum autointitulado de 2005, possivelmente o trabalho mais famoso e emblemático da banda sueca. “Standin’ on the Verge” é uma balada de destaque neste ótimo disco seguida por um dos maiores clássicos, “Someone Special” dos tempos jurássicos de “Bad Sneakers and a Piña Colada” (2000). Outro momento icônico foi na marcante “Last Call for Alcohol” em que Joakim distribuiu cerveja a alguns sortudos fãs. O bis ficou por conta da pegajosa “We Don’t Celebrate Sundays” e o maior hit da carreira dos suecos, “You Can’t Kill My Rock ‘n Roll” uma verdadeira celebração musical que fechou o trabalho da melhor forma possível e imaginável.




Apesar de curto, o show foi muito agradável e que certamente agradou até mesmo aqueles não tão familiarizados com a trajetória da banda. Hard Rock bem feito, banda afiada e com vontade de mostrar a que veio, não tinha o dar errado. Um show que valeu cada segundo, bem leve a agradável de se assistir. Gostei bastante!

Agradecemos à Dark Dimensions e à JZ Press pela parceria e credenciamento a este grande evento

IRON SAVIOR - FIRESTAR (2023)


IRON SAVIOR
FIRESTAR (2023)
AFM Records - Importado

Certas bandas entram em nossas vidas de uma forma tão contundente que nossa paixão acaba desmedida e até desproporcional em relação a outras bandas maiores e com mais, digamos, fama. É verdade que lá no final dos anos 90, a indústria musical era outra completamente diferente, ter em mãos um CD original era algo tão valioso quanto um celular ou mesmo um computador ultra moderno. O Iron Savior veio a mim pela presença de um certo senhor chamado Kai Hansen, a banda então conhecida como a banda paralela de uma das cabeças embrionárias do Helloween. Só este fato por si só, fez o Iron Savior ter totalmente a minha atenção naquele período dominado pela Rock Brigade Records e que marcou tantos e tantos headbangers de uma forma indelével e eterna.

Apesar da curta passagem de Hansen pela banda, os lançamentos foram bons o bastante para dar ao Iron Savior uma chance de sobreviver sem ele. Piet Sielck, que na verdade sempre foi o ‘dono da porra toda’ conseguiu levar a banda a patamares incríveis e a banda já está quase chegando a 30 anos de existência.
Firestar” é o 12º trabalho de inéditas dos alemães, e sem exageros, é um marco fincado nesta respeitável discografia. O disco é tão bom, mas tão bom, que honestamente, me surpreendeu apesar de ser fã da banda desde o seu início como dito anteriormente.

Até a intro “The Titan” é daquelas sem embromação e quando entra “Curse of the Machinery” você logo percebe que Sielck e cia. não vieram para brincadeira. “In the Realm of Heavy Metal” é aquela tipicamente Manowar do grupo, uma celebração ao Heavy Metal, com um refrão poderoso (assista o clipe abaixo). “Demise of the Tyrant” é uma viagem no tempo, com uma levada clássica digna dos clássicos dos anos 90. Outros pontos altos: a faixa título que é a mais rápida do disco, “Through the Fires of Hell” com o melhor refrão do álbum, e “Together as One” que considero a melhor de todas, um Heavy Metal tradicional com mudanças diversas de andamento e que Sielck está com o vocal bem rasgado, e só pra variar, aqui há mais um fantástico refrão.

Apenas “Across the Wastelands” tem um andamento mais digamos, lento, mas não é de jeito nenhum uma balada, ela é apenas mais digamos, light.

Gostaria de poder ouvir as faixas bônus “When the Tanks Are Rolling” e “Heading Out to the Highway” (cover do Judas Priest) porém ambas estão apenas em edições especiais do disco mas imagino que sejam brilhantes como as demais 11 faixas da versão standard.

Rápido, poderoso, insano, um verdadeiro soco na cara capaz de levar fãs de Judas Priest a um delírio surreal. Só não leva nota 10, por não disponibilizar para nosso país a versão completa com 13 faixas (disponível apenas no mercado japonês, como sempre!), mas vale uma nota 9,5 tranquilamente mesmo com esse “detalhe”. Sielck que teve recentes problemas de saúde, tenha forças pra dar uma vida ainda mais longa vida ao Iron Savior que concebeu aqui, seu melhor trabalho desde o clássico “Condition Red” (2002). Caro leitor, ouça alto, muito alto e se surpreenda. Soberbo!

Mauro Antunes




KK's PRIEST - SINNER RIDES AGAIN (2023)

 

KK's PRIEST
SINNER RIDES AGAIN
Hellion Records/Napalm Records - Nacional

Que Kenneth Kevin Downing sempre foi uma das mentes criadoras das obras clássicas do Judas Priest e que deixou a banda por circunstâncias ainda obscuras todo mundo já sabe. O que não sabíamos (ao menos eu, por exemplo) é que Downing realmente admirava os dois discos do Judas lançados sem a presença do Metal God, Rob Halford. Tim ‘Ripper’ Owens é um cantor de mão cheia e se alguém ainda duvida disto, tem aqui mais uma chance de se convencer que o cara é muito, mas muito bom.

Com pouco tempo de existência, o KK's Priest já chega ao seu 2º trabalho, e que nada deve em relação ao trabalho de estreia. “Sinner Rides Again” chegou para ficar e felizmente, a Hellion Records nos brindou em lança-lo em versão nacional, um senhor presente para os fãs, na qual me incluo.

A abertura com ‘Sons of the Sentinel’ é indiscutivelmente a melhor de todas: começa com uma levada quase Thrash Metal e em determinado momento chega a soar como Helloween mais atual o que mostra que KK está solto para criar as melodias que quiser o que talvez não ocorria na sua ex banda. Candidatíssima a melhor faixa de Metal do ano.

‘Reap the Whirlwind’ tem um riff que me lembrou a clássica ‘Rapid Fire’ tendo uma levada anos 70 e a interpretação de Ripper nessa faixa é cair o queixo sendo um tapa na cara de quem insiste em não respeitar o cantor. “One More Shot at Glory” é a mais pura representação de que existe Judas Priest fora do Judas Priest, sendo um destaque absoluto (confira o clipe abaixo) e pire o cabeção. Esta poderia estar em qualquer disco do Judas pós “Angel of Retribution” (2005). “Hymn 66” é a mais diferente de todas dando aquela diversificada no som. “Wash Away Your Sins” fecha o trabalho com aquele ar épico de uma “Cathedral Spires” por exemplo (fãs de “Jugulator” de 1997, irão adorar essa).

Apesar de não ser mais nenhum garoto, Downing parece faminto pelo Metal e quem tem a ganhar com isso, são os fãs já que agora temos dois Judas Priest’s pra curtir. Será que “Invincible Shield” superará o que temos aqui? Só nos resta esperar. Ansiedade me define nessa hora!

Mauro Antunes




TUATHA DE DANANN - THE NAMELESS CRY (2023)


TUATHA DE DANANN
THE NAMELESS CRY
Heavy Metal Rock - Nacional

O Tuatha de Danann está chegando perto das 3 décadas de fundação, e acredito que podemos dizer que é um patrimônio da música pesada brasileira. Tantas histórias, conquistas e lutas nesses anos todos, e a cada novo lançamento, uma nova surpresa.

Estamos quase nos acréscimos de 2023, e o grupo marca um golaço, daqueles de placa — Inesquecível, o oitavo trabalho de estúdio é surpreendente, “The Nameless Cry”, é a pintura que somente craques como eles podem fazer. Momentos difíceis transbordam de uma temática mais densa, obscura, mas mágica que é parte das peculiaridades, do violino, gaita de fole, flauta e banjo da banda.

O trabalho tem o seu instrumental pesado, por vezes “uma agressividade”, algo mais carregado mostrando que a dinâmica sombria era importante por conta da temática delicada, que, contém, resistência, luta e reflexões sobre a maldade da humanidade. O clima celta anda de mãos dadas com um riff pesado na maravilhosa faixa-título mostrando desde o início que estamos diante de um Tuatha que vai experimentar.

As seguintes “United” e “A Fragile Whisper to a Raging Roar”, são o passado e presente numa única junção, peso, melodias acústicas e refrãos grudentos, ambas subindo e ganhando peso aos decorrer do tempo. Já, “The Rabble's Cry” tem uma pegada old school, suja, rápida em seu refrão e trazendo aquela “viagem” características, com destaques para o Hammond que dá um charme a mais para faixa.

Os urros em “The Virgin's Tower” contrastam muito bem com a belíssima voz de Daisa Munhoz, num heavy metal com temática forte. Vale destacar que o novo álbum é o mais orientado pela guitarra em toda carreira da banda. São riffs pesados e fortes por todo lado, o dueto com a flauta ganha um embate interessante em “Clown”.

“Revenge” é carregada, cheia de clima progressivo, e pode-se cravar que se trata da música definitiva, onde todas as fórmulas dos 30 anos se fazem presentes.

The Nameless Cry” mostra o quão o Tuatha de Danann é necessário no cenário — A inquietude, o grito de liberdade, de uma banda que fala e faz o que dá na “telha”, passeando por passado, presente e criando um novo futuro.

Willian Ribas




sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

REBEL ROCK RESEARCH - OZZY OSBOURNE

 


REBEL ROCK RESEARCH - OZZY OSBOURNE

Por Sergiomar Menezes

Falar sobre a carreira de OZZY OSBOURNE sem mencionar as tragédias, polêmicas, loucuras, sucessos e tudo mais que envolveu a vida do nosso querido Madman é complicado. Mais complicado ainda é colocar numa ordem de preferência seus álbuns, ainda que alguns estejam um pouco abaixo daquilo que o senhor John Michael Osbourne pode nos apresentar. de antemão, já adianto que muitos não concordarão com esse ranking, mas quero relembrar que aqui são escolhas pessoais deste que vos escreve, portanto, discordar é do jogo. E também gostaria de prestar essa pequena e singela homenagem a esse verdadeiro ícone do Heavy Metal, que superou essa barreira há muito tempo, ainda em vida, porque depois de sua morte, tenho certeza que acontecerão muitas homenagens por aí. Portanto, leia, discorde, opine. Mas acima de tudo, celebre a carreira do nosso querido Ozzy. Eu e você sabemos que ele merece!


DOWN TO EARTH (2001)


Lançado em 2001, "Down to Earth", apesar de não ser um disco desprezível, é o mais fraco da carreira do Madman. O Oitavo disco da carreira de Ozzy veio recheado de espectativas, pois contava com o retorno de Zakk Wylde (não que isso signifique muita coisa), guitarrista que acompanhou o vocalista anteriormente. O próprio Ozzy estava afastado de sua carreira solo desde que decidiu participar da turnê "Reunion" com o Black Sabbath. Eis que 6 anos após "Ozzmosis", o que temos é um trabalho que não acrescenta quase nada a discografia do vocalista. Pouco inspirado, ainda que gravado por uma banda de respeito (além do já citado guitarrista, Robert Trujillo, baixo - ex-Suicidal Tendencies, Metallica - e Mike Bordin (Faith no More), o álbum traz "Gets me Through", pesada e com ótimos riffs e "Dreamer", uma balada simples, mas eficiente como destaques. Com algum esforço, ainda podemos citar "Facing Hell" e "That I Never Had". Convenhamos, muito pouco para todos os envolvidos no trabalho.


SCREAM (2010)

O décimo álbum de estúdio é um trabalho que divide opiniões: muitos o consideram fraco, outros tantos o consideram muito fraco. Sucessor de "Black Rain", o disco traz a estreia do guitarrista grego Gus G, que acompanhou Ozzy na turnê de divulgação, a qual tive o privilégio de assistir quando de sua passagem por Porto Alegre/RS. Trazendo influências modernas em suas composições (as quais já tinham iniciado de forma mais efetiva no álbum anterior), o grande destaque do trabalho fica para a faixa "Let Me Hear You Scream", onde os vocais característicos do madman se mostram ainda inspirados e relevantes. Boa parte dos fãs credita essa "modernidade" do som a Gus G., mas cabe lembrar que a partir do inicio dos anos 2000, Ozzy foi se adaptando as tendências mercadológicas, principalmente as americanas. Dentre as faixas que compõem o álbum, "Crucify", com backing vocals um tanto quanto diferentes, e "Fearless", com uma pegada mais Hard Rock, merecem também destaque. Fica na frente de "Down to Earth" por inovar e buscar sangue novo na guitarra, deixando de lado aquelas harmônicas de Zakk Wylde...


UNDER COVER (2005)

Todo artista, ou pelo menos quase todo, tem em sua discografia, um trabalho em que presta homenagens aos seus ídolos, influências ou simplesmente, porque gosta de uma ou outra música de outro músico. Com o velho Ozzy não poderia ser diferente. "Under Cover", lançado em 2005, traz uma coletânea de faixas onde o madman expõe seu lado fã,e obviamente, os Beatles não poderiam ficar de fora... Recheado de clássicos, o álbum consta nessa posição por se tratar de trabalho dedicado à covers, pois é muito bacana ver a personalidade de Ozzy impressa em diversas dessas músicas. Destaques? "Rocky Mountain Way", de Joe Walsh, ganhou uma levada ainda mais sacana, e a voz do madman encontrou seu lugar com perfeição aqui. Ainda, dentre tantos ótimos momentos, podemos citar "In my Life", dos Beatles (a maior de todas as influências de Ozzy), "Mississipi Queen", do Mountain, "All the Young Dudes", de David Bowie, que foi gravada primeiramente pelo Mott the Hoople, "Sunshine of Your Love", do Cream, "Fire", de Jimi Hendrix, "Woman", de John Lennon, bem como "Working Class Hero". Infelizmente, sabe-se lá porquê, há uma versão catastrófica de "Changes", clássico do Sabbath, que Ozzy decidiu gravar com a participação da filha menos talentosa dele, Kelly Osbourne, que tentou desesperadamente entrar pro mundo da música e não conseguiu. Não precisava, né Sharon???


BLACK RAIN (2007)

Lançado em 2007, o décimo álbum de estúdio de Ozzy traz consigo uma atmosfera mais sombria. Não, o trabalho não traz influências góticas nem excesso de teclados sinfônicos. Mas, analisando com bastante frieza, as faixas são pesadas, em alguns momentos até mesmo mais arrastadas. E um dos melhores exemplos dessa atmosfera é a própria faixa título, com riffs pesados, refletindo a intensidade da composição. Por outro lado, "I Don't Wanna Stop", traz aquela energia contagiante do heavy metal/hard rock, sempre presentes nos grandes clássicos do vocalista. E o velho madman já bradava: "Too many religions, but only one God, I don't need another saviour", frase essa que continua bastante atual. A faixa de abertura, "Not Going Away", é outro grande momento, com bons riffs e uma levada densa e sombria. A crítica ficou um tanto quanto dividida com relação ao ´labum, que recebeu boas avaliações, e outras mais severas. No entanto, "Black Rain" veio ao mundo seis anos após "Down to Earth", até o momento, o último álbum de inéditas do vocalista. Ganha pontos pelo peso das faixas além de mostrar que o bom e velho Ozzy ainda tinha lenha pra queimar...


OZZMOSIS (1995)

Com a responsabilidade de superar todo o sucesso obtido com "No More Tears" e sua subsequente turnê (a famosa "No More Tours"), Ozzy recrutou umtime de primeira: Zakk Wylde (guitarra), Geezer Butler (baixo) e Deen Castrovovo (bateria) para as gravações. Após algumas idas e vindas, mudanças internas, a quase participação de Steve Vai, que originalmente seria o guitarrista do álbum, mas após um desentendimento com Ozzy (ou seria Sharon?), abandonou o projeto, deixando "My Little Man" como uma pequena herança da ex-futura parceria com o madman. Um álbum que, assim como seu antecessor, possui um certo acento Pop, mas que nem por isso deixa de ter seu valor dentro do Heavy Metal, Prova disso é a pesada faixa e abertura, "Perry Mason", com um ótimo trabalho de Wylde. Mas é inegável que aquele baixo "gordo" de geezes fez muita diferença no álbum, como fica evidente em "See You on the Other Side". Outros bons momentos do álbum são "I Just Want You", que tocou muito nas ditas rádios-rock do Brasil, "Thunder Underground", pesada e desconcertante, a introspectiva "Ghost Behind My Eyes", a densa "Tomorrow" e a bela "Old L.A. Tonight". Um bom trabalho para manter a carreira de Ozzy em bons ventos.


ORDINARY MAN (2020)

Aquele que era pra ter sido o último álbum de Ozzy. Assim foi recebido "Ordinary Man". Seja pelas letras apresentadas (autobiográficas em sua maioria), seja pelas condições de saúde do vocalista, o trabalho traz como banda de apoio o guitarrista e produtor Andrew Watt, o baixista Duff McKagan (Guns n' Roses) e o baterista Chad Smith (Red Hot Chili Peppers). Um belo álbum que contou ainda com a participação de Sir Elton John na faixa título, composição que tem uma bela melodia e uma letra emocionate (assim como o vídeo feito para a própria). Abrindo com "Straight to Hell", um retorno as origens do Black Sabbath (corroborado com o famoso "All Right now!"), e passando por petardos como "Under the Graveyard", mais uma autobiografia do que uma música, com um video muito auto explivativo e "Scary Little Green Man", faixa vigorosa e explosiva, o álbum seria uma despedida em grande estilo, mas... Todos nós sabemos que Ozzy, mesmo com todos os problemas de saúde advindos de sua vida regrada por excesso de drogas e álcool, sempre foi incansável, mas não imaginávamos que ele nos reservava mais uma grata surpresa chamada...


PATIENT Nº9 (2022)

Um álbum com o espírito de Ozzy osbourne. Com a aparticipação de vários guitarristas convidados, mas contando com uma banda base composta pelo produtor e guitarrista Andrew Watt e o baterista Chad Smith (RHCP), Jeff Beck, Mike McReady, TonY Iommi, Zakk Wylde e Eric Clapton, emprestaram seus talentos e classe às fiaxas, sem que fosse preciso deixarem suas identidades de lado. O que dizer da faixa título, que abre o álbum de forma magistral? Um dos melhores refrãos presentes nos trabalhos do Madman, a faixa é um primor de qualidade, iniciando com uma narrativa digm=na dos filmes de terror e suspense. Jeff Beck foi cirúrgico, como sempre. Definido pelo próprio Ozzy como o maior riff maker da história, Toni Iommi deixa sua marca em duas faixas excelentes: "No Escape From Now" e "Degradation Rules", dotadas daquela atmosfera que só surge quando Ozzy e ele se juntam para fazer música. Robert Trujillo, baixista do metallica, também participou de várias faixas, assim como Zakk Wylde. Se era pra ser uma espécie de "fechamento", podemos dizer que o objetivo foi alcançado pois a faixa título, "Parasite", "Evil Shuffle" e "God Only Knows" mostram que a dupla esteve sempre alinhada com o velho vocalista. Um trabalho que, se for realmente o último, nos mostra que um ícone do rock e heavy metal nos deixa de forma grandiosa. 


DIARY OF A MADMAN (1981)

Numa época em que os artistas gravavam seus trabalhos sem intervalos "inacabáveis", "Diary of a Madman", segundo álbum da carreira de Ozzy veio pouco mais de um ano após o lançamento do trabalho de estreia. E, obviamente, cercado de expectativas, vez que seu antecessor foi considerado uma obra prima pelos fãs. Mantendo as características, o álbum abre com duas faixas simplesmente excepcionais: "Over the Mountain" e "Flying High Again", que mostravam não apenas a técnica absurda de Randy Rhoads, como também o felling que o guitarrista possuía em suas veias. As seis cordas predominam no trabalho, considerado, por muitos como um clássico, mas por este que vos escreve, é um álbum superestimado, ainda que dotado de muita qualidade. E vejam bem, estou colocando o trabalho em 6º lugar, não menosprezando suas virtudes. No entanto ainda que faixas como "You Can't Kill Rock n' Roll", "Believer" e "S.A.T.O." mereçam destaque, não possuem a força e energia que as faixas do primeiro álbum apresentavam. Gravado originalmente por Bob Daisley (baixo) e Lee Kerslake (bateria), mas por questões até hoje não muito bem esclarecidas, quem levou os créditos no encarte do trabalho foram Rudy Sarzo (baixo) e Tommy Aldridge (bateria). E como tudo que envolve o nome do velho madman, ou mais precisamente, de Sharon Osbourne, sempre traz uma polêmica, no relançamento do disco em 2002, as partes de Daisley e Kerslake foram substituídas por gravações feitas por Robert Trujillo e Mike Bordin. Uma injustiça que o saudoso Kerslake acabou levando consigo pra eternidade... e pra deixar tudo ainda mais triste, esse foi o último registro de Randy Rhoads junto a Ozzy, vez que o guitarrista veio a falecer em um acidente durante a turnê de divulgação do álbum...

NO REST FOR THE WICKED (1988)

A estréia de Zakk Wylde como guitarrista na banda de Ozzy não poderia ter sido melhor. "No Rest for the Wicked" é um trabalho repleto de riffs dignos de nota. Com energia e muita vontade de seguir adiante, o vocalista gravou um álbum vigoroso, intenso e pesado, ao mesmo tempo em que começou a flertar de forma bem mais direta com o lado comercial do show business. Mas longe disso pensar que algo assim poderia tirar o brilho do álbum, que reflete não apenas musicalmente, um momento de muita intensidade, mas também liricamente, como pode se perceber logo na primeira faixa "Miracle Man", escrita para Jimmy Swaggart, pastor que havia feito críticas a Ozzy mas foi flagrado em um escândalo sexual. Como destaques, podemos ainda citar "Crazy Babies" com um riff que não sai mais da cabeça depois da primeira audição, "Braking All the Rules", "Devil's daughter", outro petardo Hard/Heavy, com uma veia comercial, mas com ótimas guitarras de Zakk Wylde, a "sabbathica" "Bloodbath in Paradise", a acelerada "Tattooed Dancer" e "Demon Alcohol", uma "homenagem" a um dos tantos demônios que assombraram a vida de Ozzy, mas que sem os quais, a lenda não teria se tornado o que foi. Em resumo, um discaço! Só está nessa posição, porque o que vem a seguir é inquestionável!


THE ULTIMATE SIN (1986)

Não tenho dúvidas que muitos vão discordar da posição desse trabalho. MAs o álbum HARD ROCK de Ozzy é muito mais do que isso. É um verdadeiro disco de Rock/Metal, sem muita frescura. Obviamente que as influências do Hard estão latentes (ou seja, o disco precisava vender e o estilo estava no seu auge nos EUA), mas temos também um primoroso trabalho de baixo/bateria e uma produção que deixou tudo mais pesado e com ótima timbragem, ou seja, um trabalho excelente de Ron Nevison. E se era pra gravar um disco voltado ao Hard, esperto como sempre, Ozzy manteve Jake E. Lee nas guitarras, trouxe Phil Soussan para baixo e o mestre (e saudoso) Randy Castillo pra segurar as baquetas de um disco vibrante e contagiante. Desde a abertura com a faixa título e sua intro de bateria, seca e tribal, seguida por um riff com bases hard, passando pela hard rocker total "Secret Loser" (uma das prediletas da casa), pelo clima um tanto quanto introspectivo inicialmente de "Never Know Why", pela linha hard/heavy de "Thank God for the Bomb", a levada conduzida por Jake E. Lee em "Never", pelos riffs mais pesados de "Lightning Strikes" e culminando em "Shot in the Dark", "The Ultimate Sin" é um álbum que mostra que mesmo se adaptando as tendências do mercado, o velho Ozzy sabia como poucos conduzir sua carreira.


NO MORE TEARS (1991)

No terceiro lugar desse pódio imaginário, vem aquele que se tornou o segundo maior sucesso comercial do Madman . "No More Tears", trouxe uma banda entrosada, contando com a participação do baixista Bob Daisley nas gravações, sendo que para a divulgação do álbum, foi recrutado Mike Inez (Alice In Chains). Aqui, Zakk Wylde ainda era um jovem "rebelde" e fazia chover com sua guitarra, mostrando que Ozzy sabia como poucos escolher seus aliados. Aliança essa que se tornou uma das mais duradouras da carreira do vocalista. "No More Tears" é uma verdadeira sucessão de hits, embora muitas das faixas não tem tido a devida divulgação merecida.  Se "Mama, I'm Coming Home", uma linda balada com uma bela melodia, "I Don't Wanna Change the World", com seu refrão magnífico ("Eu não quero mudar o mundo, não quero que o mundo me mude), A faixa título, épica e por vezes soturna e dona de um vídeo que se tornou um clássico na programação da MTV à época, viraram hits, o que dizer de "Desire" com seu refrão empolgante e grudento, "Hellraiser", composta por Wylde e Lemmy, que também gravou a faixa em "March or Die" (1992) do Motorhead, "S.I.N.", outro momento de destaque para Zakk e a fantástica "Road to Nowhere", uma das mais belas músicas da carreira de Ozzy? A divulgação do álbum, chamada "No More Tours", dava  a entender que o velho madman descansaria em definitivo logo após seu término, gozando de uma pacata  e tranquila aposentadoria. Poucas vezes foi tão bom ser enganado...


BARK AT THE MOON (1983)

Confesso que por muito pouco, "Bark at the Moon" não ocupou a posição mais alta deste pódio. Relutei até o último momento dividido entre a razão e a emoção. Se dependesse da emoção, com certeza, esse seria o primeiro colocado. Primeiro trabalho de Ozzy que eu conheci, O álbum é um verdadeiro clássico, com faixas cheias de energia e muita criatividade. Também, não era pra menos pois a banda composta para a gravação desse trabaçlho era composta pelo próprio Ozzy, por Jake E. Lee nas guitarras (primeiro trabalho dele com o vocalista), Bob Daisley no baixo, Tommy Aldridge na bateria e Don Airey nos teclados. Não tinha como errar, não é mesmo? Abrindo com a faixa título, um verdadeiro clássico (faixa que abriu o show de Ozzy em Porto Alegre em 2011), o álbum supera, e muito, em qualidade seu antecessor, "Diary of a Madman". A balada "You're no Different", onde Don Airey brilha com linhas de teclados clássicas, o "balanço" de "Now You See It, Now You Don't", dotada ainda de backing vocals interessantes, "Rock n' Roll Rebel", outro grande momento, com destaque para as seis cordas de Lee, um dos grandes guitarristas da cena hard/metal, os sinos que antecedem "Centre of Eternity", dona de um refrão onde Ozzy se destaca pelo poderio de sua voz (sempre lembrando que enos referindo ao próprio Ozzy, sem comparações com outros vocalistas), a bela balada "So Tired", que muitos não curtem, mas que traz consigo melodias belíssimas, "Slow Down" e o encerramento com "Waiting for Darkness". Um verdadeiro workshop de como compor um clássico eterno! E só não ficou em primeiro lugar por que a razão me mandou escolher...


BLIZZARD OF OZZ (1980)

Sim, não pude deixar de dar voz a razão. "Blizzard of Ozz", primeiro álbum da carreira solo de Ozzy é um clássico do início ao fim. Ainda que eu tenha opinião semelhante sobre "bark at the Moon", é inegável que aqui, por se tratar de um retorno e da expextativa criada, o objetivo acabou sendo atingido com sucesso, elevando o patamar desse estupendo trabalho. Ozzy, Randy Rhoads, Bob Daisley e Lee Kerslake. Um time que tinha como foco, rivalizar e superar o que o Black Sabbath estava fazendo ao mesmo tempo, ainda que, segundo o próprio Ozzy, isso nunca tenha existido. Lançado dois meses antes que "Heaven and Hell" (primeiro álbum do Sabbath com Ronnie James Dio), o trabalho abre com "I Don't Know". "Todo mundo passa por mudanças Em busca da verdade Não busque a mim por respostas Não me pergunte, eu não sei", de cara, o vocalista dá sem recado sem muita enrolação. E não tinha como esperar nada diferente, não é mesmo? Em seguida, um dos maiores, se não o maior, clássicos da carreira de Ozzy: "Crazy Train", e sei início clássico "All Aboard", convidados a todos para entrar na viagem desse trem insano. Randy Rhoads comprovava que havia sido a escolha certa, pois seus riffs e solos aqui, mostram toda a técnica e versatilidade do jovem guitarrista. Em seguida, a linda "Goodbye to Romance", uma das mais belas baladas já gravadas por Ozzy. "Dee", uma "viagem" de Rhoads e seus parcos 50 segundos, antecede "Suicide Solution" (a história de sua introdução chega a ser hilária). Além de ter se tornado um clássico, a faixa esteve envolta em uma batalha judicial, pois um jovem americano tirou sua própria vida e Ozzy foi acusado de incitação ao suicídio por causa dessa composição. "Mr. Crowley", outro magnífico momento de Rhoads, seguida por "No Bone Movies", a introspectiva "Revelation (Mother Earth) e o encerramento com a empolgante "Steal Away (The Night)" são a síntese perfeita de uma estreia espetacular do nosso querido Ozzy. Um disco que merece todas as honrarias possíveis e que serviu para mostrar que poderia existir um Ozzy sem o Sabbath.