segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

ELEINE - WE SHALL REMAIN (2023)


ELEINE
WE SHALL REMAIN
Shinigami records/Atomic Fire Records - Nacional

De Landskrona (Suécia) para o mundo, Eleine vem arrastando um exército de fãs, desde 2014, ano de sua criação. Aliás, exército não, uma legião, como eles mesmo gostam de chamar seus fãs. Contando com mais de 20 singles na carreira, 04 Full-length já lançados e 02 Ep’s (sendo um deles o acústico), Eleine demonstra a construção de uma sólida carreira na sua quase primeira década. E o texto a seguir, vem tratar justamente do quarto Full-length, lançado este ano pela banda, intitulado We Shall Remain (23).

Sabe aquele ditado popular que diz: “As primeiras impressões, são as que ficam”? Pois então, se eu tivesse me deixado levar pelas primeiras impressões desse disco, essa resenha teria sido bem diferente. E essas primeiras impressões, começaram com o single lançado, chamado “War das alles” (algo que pode ser traduzido do Sueco como: “era só isso” ou “foi só isso”). Na época do lançamento, os 03:26min de “War das Alles” não foram o suficiente para me convencer do que vinha um disco novo, a altura do que a banda já havia cravado na sua história. Na época não achei a música ruim, e continuo não achando depois de ouvir no conjunto, não foi esse o conceito. Mas faltava algo, não me parecia carregar a energia dos antecessores álbuns. Com o lançamento do disco na íntegra, fui escutar, mas já com preconceito impregnado no ouvido e sem muita expectativa. Não imaginam minha surpresa ao me deparar com o disco completamente diferente do que eu esperava. Inclusive a própria “War das Alles”, veio carregada de sentido no conjunto da obra. Fica aqui, meu “mea culpa” em relação ao disco.

A bolacha já abre forte, “Never Forget”, intensa e com uma rifferama absurda do Sr. Rikard Ekberg. Falaremos sobre o fenômeno chamado Rikard algumas vezes nesse texto. Preste atenção no vocal masculino alternando entre o limpo e o gutural. Pois então, além de ser dono dessa rifferama, ele também compartilha vocal do disco com a Madeleine Liljestam. Foi assim no princípio, que seja assim eternamente! Detalhe que está presente nesse primeiro som e que também visitará as outras músicas, as engrandecendo, é o coro vocal. O disco que inicia numa pegada veloz, tira o pé para apresentar “Stand by the Flame”. Na medida que sai a velocidade, entra o peso, em igual medida. Segura esse groove. E adivinha? Tome mais rifferama! Madleine é um daqueles casos que, quanto mais o tempo passa, melhor fica o vocal dela. É uma artista completa que honra seu legado dentro do estilo. Pronto, aqui eles entregam tudo, “We are the legion”, segue numa crescente incrível. Sentiram que o nome da música não é por acaso? Contextualizadora, imersiva, mas também groovada, swingada com uma sonoridade que preenche todo e qualquer canto vazio na existência musical. E novamente, Rikard ergue um riff de entrada no melhor estilo de bandas já, também, consagradas. Destaque para Jesper Sunnhagen, que segura o tranco na batera, desde 2018 até o momento.

“We Shall Remain” discorre o play de uma forma coesa, com um ou dois momentos de baixa intensidade. “Vermod” pode te pegar de surpresa, mas é tempo de um suspiro, e tudo volta aos eixos. Um grande banquete sonoro aos amantes de metal sinfônico. A mescla de sonoridades equilibrada entre peso, velocidade e melodia, é um convite de braços abertos para fãs de bandas como Epica, Evergrey, Kamelot e Powerwolf. Outro elemento que chama atenção no disco é a produção. Sempre a cargo da infalível dupla Rikard e Madeleine “Eleine” Liljestam, vão perceber uma pegada retrô na produção, em que a musicalidade e a instrumentação estão no centro de todas as músicas. Ao contrário dos discos anteriores, em que o destaque sempre foi a maravilhosa voz da Madeleine e do Rikard. Vão sentir esse preenchimento sonoro. É possível perceber todos os instrumentos de forma muito clara e definida, mesmo quando há peso e velocidade.

Enfim, “We Shall Remain”, é na verdade uma grande e deliciosa fatia de kladdkaka (bolo de chocolate tradicional da Suécia) acompanhado de creme de natas batidas, escudado por uma bela taça de café! Tal qual a sobremesa, é possível que não agrade, mas há que se reconhecer a qualidade. Aos que são suscetíveis ao estilo eu os desafio a não gostar do álbum (e tudo certo se não gostar, é só uma brincadeira – risos). O disco chegou no lançado pela Atomic Fire, chega ao Brasil devido a parceria com a Shinigami Records.

Apreciem sem nenhuma moderação!

Uillian Vargas




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