quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

ANGELUS APATRIDA - AFTERMATH (2023)

 

ANGELUS APATRIDA
AFTERMATH
Century Media - Importado

Nos últimos anos, os espanhóis do Angelus Apatrida vem modificando e ao mesmo solidificando o seu estilo. A mutação entre ser influenciado para ser influência começou em “Cabaret De La Guillotine”, de 2018. O grupo passou a dosar melodias e agressividade numa maior escala, chegando agora em “Aftermath” no ápice.

“Scavenger”, não é para os fracos, a escolha para tal faixa para abrir o novo álbum foi sacanagem. Não é fácil se manter quieto em meio à chuva de riffs - agressividade ímpar, a mistura Sepultura e Pantera de forma primorosa. A “dançante” demoníaca “Cold”, mantém ânimos altos, sorrateiro, com um refrãos simples e certeiro trazendo os primeiros momentos melódicos.

“Snob”, que conta com a participação de Jasta (Hatebreed), transborda brutalidade. É inegável que a intenção foi pisar no acelerador trazendo um toque hardcore para canção, obviamente sem perder o thrash metal de vista. “Fire Eyes”, começa com batidas tribais, cheia de virada e experimentalismo, guitarras “soltas” e segue “diferentona” - uma viagem pesada e alucinógena.

A grande jogada é não se repetir, é saber que o passado e o presente precisam ter espaço, e é o caso de “Rats” e “To Whom It May Concern”, ambas mostram o que Angelus Apatrida aprendeu chegando até aqui em seu oitavo trabalho de estúdio, com musicalidade madura e jovial. A inteligência de jogar a sutileza para os vocais sabendo o momento de “de gritar” e a hora de ser “limpo” abriu horizontes da banda.

Para a velha guarda, obviamente que não serão esquecidos, diversos são os momentos “old school”, riffs pegando fogo e bumbos duplos prontos para destroçar pescoços. “Aftermath”, é imparável de forma que você nunca está pronto para descansos. “I Am Hatred”, “What Kills Us All” e “Vultures and Butterflies” são apoteóticas, e fecham um trabalho que por semanas está no repeat no meu Spotify.

Angelus Apatrida é a nova safra se tornando cada dia mais realidade. É a mostra que os heróis estão indo, mas não ficaremos órfãos. “Aftermath” não é somente o melhor disco dos espanhóis, é o caminho para o reconhecimento mundial.

William Ribas




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