ABORTED
VAULT OF HORRORS
Shinigami Records/ Nuclear Blast - Nacional
VAULT OF HORRORS
Shinigami Records/ Nuclear Blast - Nacional
A primeira coisa que me vem à cabeça quando vejo um novo álbum do Aborted é: “Nos anos 80 eles teriam aquele adesivo maneiro "Parental Advisory: Explict Content”. Toda capa é tão maravilhosamente abominável que os olhos brilham e os tímpanos já se retraem com medo do que está por vir.
Cada novo trabalho, a banda se supera, consegue ser mais brutal e sangrenta do que nos discos anteriores. Não sei se possa ter alguma aposta interna, ou, vontade de entrar no Guiness Book, não sabemos. O que sabemos é que agressividade jorra das 10 faixas de “Vault of Horrors” . O décimo segundo disco de estúdio do Aborted surpreende antes mesmo do início da audição, as músicas são baseadas em filmes de terror. Clássicos são clássicos, e o Aborted soube muito bem tirar o melhor de cada atmosfera da telona para musicalizar — “A Coisa”, “O Massacre da Serra Elétrica”, “O Retorno dos Mortos Vivos”, “Hellraiser”, “Halloween”, “O Enigma de Outro Mundo”, “A Mosca”, “O Príncipe das Sombras”, “A Morte do Demônio: A Ascensão” e “O Nevoeiro”, ganharam urros e instrumental frenéticos.
Outro fator que faz o trabalho ganhar pontos é que cada faixa conta com participação especial de um vocalista diferente, fazendo com que tudo soe ímpar, ficando longe de qualquer monotonia. A abertura, com “Dreadbringer”, tem o protagonismo do instrumental bruto e os vocais de Ben Duerr (Shadow of Intent) deixam o ouvinte assombrado. Na sequência a participação especial de Francesco Paoli, do Fleshgod Apocalypse na maravilhosa “Condemned to Rot” — O peso surpreende, a velocidade é mais que esperada, mas o toque atmosférico faz a faixa ter amplitude, ser muito mais que “barulho”.
“Btotherhood of Sleep” é mais “parada”, uma faixa para bater cabeça, inquieta que troca de andamentos a todo instante, conta com a participação de Johnny Ciardullo (Angelmaker). “Death Cult” não brinca em serviço, é um arregaço, não deixa pedra sobre pedra, novamente a banda vive numa montanha-russa, entre agressividade e a densidade, tornando facilmente uma das melhores do disco por sua dinâmica diversificada. A sequência levanta defunto, “Hellbound”, “Insect Politics” e “The Golgothan” provavelmente seja um dos melhores momentos da história do Death/Grind. São três faixas onde sãos poucas palavras que são audíveis, mas que a brutalidade é tão descomunal que você sai sorrindo. Sim, aquele sorriso sarcástico onde “aparece sangue por todos os lados e há celebração por tamanha carnificina”.
O Aborted acerta precisamente em “Vault of Horrors”, violento, mas que não deixa sequelas, muito pelo contrário. Os 40 minutos de audição passam num piscar de olhos, logo o fã se torna um sadomasoquista, apanhando e desejando por mais e mais de “Naturom Demonto” e “Malevolent Haze”, entre outras.
William Ribas
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