quarta-feira, 17 de abril de 2024

THEOCRACY - MOSAIC (2023)

 

THEOCRACY
MOSAIC
Shinigami Records Atomic Fire - Nacional

Há alguns anos, o Power Metal vem dando sinais de um retorno triunfal. Obviamente que tudo o que tinha que ser criado, já aconteceu, não acredito que dê para reinventar a roda, mas as boas bandas e músicas vão sobrevivendo e nascendo. O Theocracy está na cena por pouco mais de duas décadas, sua temática cristã ultrapassou barreiras e pré-conceitos. “Mosaic” chega ao mundo após sete anos de espera dos fãs, e, posso garantir, valeu a pena.

O álbum abre com a bombástica “Flicker”, sim, clichê de 10 entre 12 álbuns de metal melódico. Rápida, bumbo duplo, vocais e refrãos grudentos, a alegria dos fãs de Helloween, Gamma Ray e Stratovarius está garantida. “Anonymous” tem uma batida mais pesada, o riff mais sombrio, o pé larga do freio no refrão, mas nada que acelere tanto fazendo a ponte para maravilhosa faixa-título. Suas linhas melódicas, calmas e cativantes no início ganham adrenalina, mas sem perder a beleza, sendo assim uma das minhas favoritas do álbum.

Matt Smith (vocal), Jonathan Hinds (guitarra), Taylor Washington (guitarra), Jared Oldham (baixo) e Ernie Topran (bateria) estavam inspirados e souberam dosar muito o material entre a “alegria” e os momentos épicos cheios de coros que o estilo da banda pede com a complexidade e genialidade do Prog Metal. Sem soar enjoativo, muito pelo contrário, as 10 faixas são um quebra cabeça onde cada peça é fundamental para o fechamento apoteótico que o disco pede. Antes de irmos aos conformes, vale alguns destaques.

“The Sixth Great Extinction” é firme, com riffs marcantes e uma bateria cheia de quebradeira e alucinada. A balada “The Greatest Hope” traz consigo o modo clássico, suave e refrão para se cantar junto. Confesso que é impossível não “gastar” alguns bons repeat na música, ela traz paz, mesmo tendo um tema tão delicado como a perda. O Theocracy com seus bons anos de estrada, os quatros antecessores não precisam mais ser coadjuvantes, nem cópias, e a prova disso chega no final.

“Red Sea” é um resumo de tudo que encontramos em “Mosaic”, o peso, o Power Metal acelerado, as melodias, os refrãos, a complexidade e genialidade. Os seus vinte minutos podem assustar, mas é uma viagem gratificante de se fazer. Interessante que ela tem “gingado”, uma fórmula que envolve o ouvinte, ao mesmo ponto que entra numa velocidade que te faz pular de cabeça no redemoinho sonoro do grupo americano — A faixa é o encerramento inesperado, mas perfeito. O Theocracy não apenas colocou o seu melhor trabalho, mas, sim, um dos melhores discos de heavy melódico dos últimos anos.

Imperdível!

William Ribas




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