sexta-feira, 5 de abril de 2024

DISMEMBER - RELANÇAMENTOS (2023)

                                 


MASSIVE KILLING CAPACITY (1995)
DEATH METAL (1997)
HATE CAMPAIGN (2000)
WHERE IRONCROSSES GROW (2004)
COMPLETE DEMOS (COMPILATION) (2005)
THE GOD THAT NEVER WAS (2006)
DISMEMBER (2008)

Shinigami Records - Nacional

Quando se fala em DISMEMBER, estamos falando naquilo que de melhor o death metal sueco já produziu. Claro que existem muitas outras bandas que possuem relevância no cenário e também foram fundamentais para a sedimentação do estilo. No entanto, poucas tiveram (ou têm) uma discografia tão consistente quanto o quinteto, começando com um dos maiores clássicos do metal morte, "Like an Ever Flowing Stream" (1991) e encerrando com o autointitulado "Dismember" (2008). Não existe fã do death metal que não possua, pelo menos, uma obra do grupo em sua coleção. E para aqueles que ainda não guardam consigo esses petardos mortais, a Shinigami Records/Nuclear Blast relança a discografia do grupo de forma bem abrangente, sem deixar nenhum trabalho pra trás, incluindo até mesmo a compilação de demos lançada pelo grupo. Os primeiros álbuns já forma relançados anteriormente, e agora, faremos uma análise dos que vieram neste último pacote da gravadora.

MASSIVE KILLING CAPACITY (1995)


O terceiro álbum de estúdio do Dismember apresenta uma certa "evolução", em relação aos seus antecessores. Se o grupo apresentava uma maior capacidade técnica na s composições, isso acabou por refletir em alguns momentos mais "melódicos" durante a execução do trabalho. Claro que aqui não estou falando em nada relacionado ao death metal melódico que se popularizou com nomes como Children of Bodom, Soilwork, Dark Tranquility, entre outros. Aqui, a melodia se encaixa com a agressividade característica do grupo, mostrando que ambos podem trilhar o mesmo caminho sem que percam suas nuances. Uma prova cabal disso é "Casket Garden", um dos grandes "hits" do grupo, onde as influências do metal tradicional (que já apareciam antes) se tornam mais latentes. Outros ótimos momentos são "I Saw Them Die","On Frozen Fields", onde o mais puro e brutal death metal se mostra vivo e certeiro, a quase thrash "Crime Divine" e "Collection by Blood". Uma verdadeira aula de como ter uma capacidade mortal massiva!

DEATH METAL (1997)


DEATH METAL. Assim, nessa forma simples e direta, o grupo chamou seu quarto trabalho de estúdio, e o nome não poderia ser melhor escolhido. Se no álbum anterior tínhamos uma veia mais "melódica", aqui o quinteto faz uma espécie de volta às origens, trazendo toda a agressividade, brutalidade e sujeira do death metal tradicional. Isso fica nítido já na porradaria de "Of Fire", faixa que abre o álbum com toda a voracidade tão característica do estilo. Muito disso é culpa do baterista Fred Estby, que assumiu a produção do trabalho, o que leva a crer que a sonoridade saiu conforme o próprio grupo desejava. Momentos de pura violência são encontrados em "Misanthropic", "Let the Napalm Rain", "Live for the Fear (of Pain), um petardo death metal como há muito grupo não fazia (preste atenção nos riffs e na levada de bateria), "Killing Compassion", curta e direta, e "Bred for War". Essa nova versão inclui 5 FAIXAS BÔNUS: 'Pagan Saviour (Autopsy Cover)', 'Shadowlands', 'Afterimage' e 'Shapeshifter', todas elas lançadas anteriormente no EP "Misanthropic", e 'Hill 112', lançada anteriormente na coletânea "Death...is just the Beginning IV".

HATE CAMPAIGN (2000)


Último trabalho do Dismember lançado lá fora pela Nuclear Blast à época, "Hate Campaign" traz consigo a mesma atmosfera do álbum anterior, mas no entanto, ganha no quesito produção. Com uma pegada carregada de personalidade, o grupo mostra que este era o caminho a ser seguido, ainda que estivéssemos entrando em uma nova década que trazia incertezas sobre o futuro mercadológico do estilo. Sendo fiel aos seus princípios musicais, faixas como "Suicidal Revelations", que abre o CD de forma sublime, "Questionable Ethics", "beyond Good and Evil", puramente death, "Enslaved to Bitterness", com doses extras de melodias na s guitarras, trazendo à tona aquela pegada do metal tradicional (aliás, sempre presente nos álbuns do quinteto), "Patrol 17", "In Death's Cold Embrace", com riffs tipicamente death metal, mas com passagens que a aproximam do thrash (principalmente o alemão) e a faixa-título, que traz consigo um certa dose de groove, algo que também acabou sendo uma das características do Dismember.

WHERE THE IRONCROSSES GROW (2004)


Se no trabalho anterior o Dismember apresentou uma produção mais "refinada", o que de certa forma pode ter afastada uma parcela de fãs (uma grande bobagem, diga-se de passagem), em "Where the Ironcrosses Grow", houve um resgate daquela sonoridade mais suja, mas intensa e mais brutal. A própria faixa título entrega isso logo de cara: riffs nervosos, vocais mais rasgados e uma brutalidade de baixo/bateria beirando a insanidade. "Forged With Fire" tem aquela pegada thrash/death, com guitarras que soam ao mesmo tempo melódicas e agressivas, mostrando (ainda que todos já soubessem disso) a versatilidade do grupo na hora de compor. Outros bons momentos são "Me-God", com um excelente trabalho de bateria, "Tragedy of the Faithfull", o peso e a cadência de "Where Angels Fear to Tread" e a "épica" "Children of the Cross", com seu andamento arrastado e pesado. mais um trabalho com o "selo Dismember" de qualidade!

THE COMPLETE DEMOS (COMPILATION) (2005)


Como o próprio título entrega, temos também nestes relançamentos, a compilação "The Complete Demos", que traz de forma restaurada e completamente remasterizadas por Patrick w. Engel, as demos "Dismembered" (1988), "Last Blasphemies" (1989) e "Reborn in Blasphemy" (1990). E a curiosidade aqui é o fato desse trabalho ter sido realizado em parceria com Nicola Constantini, autor da "Enciclopedia do Death metal Sueco" e uma lenda do comércio de fitas no underground mundial. Com relação às músicas, temos entre a s três demos a evolução musical do grupo, que desde seu início, já mostrava que seu death metal era feito com personalidade, incorporando suas influências de forma sapiente. Destaques para "Deathvokation", Substantually Dead", "Deranged From Blood" (apesar da produção totalmente tosca), "Intro/Dismebered" e "Defecation Decay" (presente duas vezes, na primeira e na terceira demo). Um registro histórico para os fãs!

THE GOD THAT NEVER WAS (2006)


Considerado por muitos como um dos melhores trabalhos dos suecos, "The God That Never Was" dá sequência á seu antecessor, trazendo uma dinâmica mais agressiva, razão pela qual tenha figurado muito bem nos charts do estilo. O álbum nos apresentas faixas curtas e diretas, como a faixa título que abre o CD como se fosse um soco na boca do estômago, mas também traz momentos mais mais melódicos, ressaltando o que já havia sido citado anteriormente: a versatilidade do quinteto na hora de compor e executar suas composições! "Shadows of Mutilated", por exemplo vai do death metal mais típico, à momentos que beiram o death melódico e o metal tradicional, isso tudo sem deixar de ser o Dismember! Já "Never Forget, Never Forgive" é outro coice avassalador, curta e mortal, contrastando de forma sublime com "Time Heals Nothing" e seu refrão melódico. Outro garnde moemnto é "Phantoms (of the Oath), instrumental e com passagens bem interessantes, com variações dentro do próprio death metal metal tradicional. É uma espécie de "Transylvania" do Iron Maiden, guardadas a s devidas proporções...

DISMEMBER (2008)


O derradeiro trabalho do Dismeber, auto-intulado, é o único álbum a não contar com a participação do baterista e produtor Fred Estby. Ainda assim, o grupo manteve suas características e podemos dizer que, mesmo de forma precoce, o canto do cisne veio de forma digna! Buscando manter sua personalidade, os suecos nos trouxeram faixas que não deixam nada a desejar aos momentos áureos do grupo, como por exemplo "Death Conquers All", "Under a Blood red Sky", "Legion" entre outras. Em  outubro de 2011, o baixista Tobias Cristiansson revelou em um comunicado que Dismember havia se separado. Desde então, rumores a todo momento surgem de uma possível reunião. Em 2018, isso se tornou mais forte, vez que o grupo completaria 30 anos. Mas apenas em 2019, em um festival na Escandinávia, o grupo se reunião para um show. Em 2021, o baterista Fred Estby disse que a banda poderia se reuniar e gravar um novo álbum. Se é verdade ou apenas especulação, não sei dizer. Só posso afirmar que o grupo tá fazendo muito falta!

Sergiomar Menezes




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