VLTIMAS
EPIC
Urubuz Records - Nacional
EPIC
Urubuz Records - Nacional
Jogando a palavra "Épico" no Google, achamos o seguinte significado: “Uma palavra que classifica uma ação heroica, que pode ser baseada em fatos apurados ou inventados — do latim "epicus". Épico é usado também para adjetivar um feito memorável, extraordinário, uma proeza, algo muito forte e intenso”. Agora indo atrás dos sinônimos da palavra temos: “Esplêndido, admirável, notável, fabuloso, heroico, imponente, magnífico, nobre, pujante, soberbo e sublime”.
Tudo o que foi descrito acima pode-se colocar na classificação de “Epic”, o segundo ato da banda VLTIMAS. O trabalho eleva o nível da banda, foge da mesmice que às vezes assola o lado extremo do metal. O grupo foi formado em 2015 por três gigantes, David Vincent (ex-Morbid Angel), Flo Mounier (Cryptosy) e Rune "Blasphemer" Eriksen (ex-Mayhen) e conseguiu um certo “burburinho” com “Something Wicked Marches In” (2019), mas, uma pandemia adiou os planos do power-trio. O novo álbum chega com algumas mudanças (musical e de formação), o grupo adicionou Ype TVS (Baixo), passando agora ser agora um quarteto. Na parte estrutural das músicas, a surpresa fica para uma banda mais densa, mais pesada e “menos agressiva”.
É como se tivéssemos a explosão do Black Metal, o peso do Death Metal e fossem adicionadas doses excessivas de Doom Metal, criando pilares indestrutíveis para um álbum rico em detalhes, que vão sendo descobertos a cada nova audição. A abertura “Volens Discordant”, uma breve intro que causa tensão e se encarrega de abrir as portas para entrada da faixa-título. “Epic” (a música) tem consigo um instrumental arrastado, partes mais fortes e jogadas e uma interpretação ímpar de David Vincent, que “deixa” claro que os urros dos tempos passados não terão vez aqui — Os vocais serão mais “limpos” e “decifráveis”, trazendo grandiosidade nas interpretações.
“Misere”, tem Flo Mounier, simplesmente destruindo seu kit de bateria — Bumbo duplo, viradas insanas e uma levada agressiva! A música em si, transita entre thrash/death metal. “Exercitus Irae” segue sua antecessora, elevando o nível e alegrando os fãs do primeiro álbum. Os riffs cortantes de Rune são um deleite, ao carregarem dentro de si “maldade”, uma certa volta à cena norueguesa do início dos anos 90. Uma curiosidade no disco sobre as 6 cordas da banda é que, em “Epic”, temos a participação de João Duarte, colocando um feeling à mais nos solos e fazendo uma dupla implacável com Ericksen. Essa adição poderosa ganha mais clareza em “Mephisto Manifesto”, faixa criada para ganhar novos adeptos por sua “simplicidade” — É impossível não querer gritar com David Vincent o refrão grudento e não querer ser um “guitar-hero” no solo curto, mas cheio de precisão e sentimento da música.
“Scorcher” volta a colocar velocidade ao trabalho, aliás, a variedade de estilo e andamentos do tracklist é o que chama mais atenção. É quase um trabalho “12 por 36”, entre a agressividade e a cadência, ambos não andam juntos, por poucas vezes se “esbarram” nos corredores de “Epic”, mas, é nítido que precisam um do outro para fazer funcionar de maneira que prendam atenção do ouvinte. Os três últimos atos de um trabalho que deve entrar para posteridade — “Invixtus”, “Nature's Fangs” e “Spoils Of War”, são como “chover no molhado”. Não há defeitos, seguem uma subida rasante, cheia de nuances e quebradeiras num Metal Extremo cheio de particularidades do VLTIMAS.
Os cinco anos de “Somethind Wicked Marches In” para “Epic”, mostra que o caos da humanidade trouxe a criação de um trabalho que carrega dentro de si a chama matriz chamada EVOLUÇÃO — Onde os 37 minutos de duração, é pouco para “o estrago” eterno.
O ano de 2024, dificilmente terá outro nome de destaque que não seja, “Epic”!!!
Obrigatórias a audição e aquisição.
William Ribas
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