quinta-feira, 6 de março de 2025

DIMMU BORGIR - STORMBLÄST 2005 (2024 - RELANÇAMENTO)

 


DIMMU BORGIR
STORMBLÄST 2005
Shinigami Records/ Nuclear Blast - Nacional

Qual seria o ponto de equilíbrio entre a essência de uma banda e sua evolução? Em que sentido é pertinente questionar a regravação de um clássico? O segundo álbum dos noruegueses do Dimmu Borgir, Stormblast, mostra uma crescente criatividade musical em relação a seu debut, For all Tid, e de certa forma coloca a banda na cara do gol para se tornar uma referência no estilo em seu próximo álbum, Enthrone Darkness Triumphant de 1997.

Originalmente lançado no ano de 1996 pela Cacophonous Records, o disco apresenta canções marcantes e sempre com aquela amálgama de arranjos sinfônicos melodiosos e agressividade inerente ao Black Metal noventista, até então em ascensão como estilo. Mas preciso me ater aqui a um período mais além, após o lançamento de Death Cult Armageddon quando até então os fundadores Silenoz e Shagrath decidem regravá-lo no ano de 2005 já na Nuclear Blast, contando com os experientes Hellhammer (Mayhem, outros) na bateria e Mustis nos teclados. A produção ficou a cargo de Peter Tagtgren (Hipocrisy, Pain ) e claramente destoou muito da original. Canções como "Broderskapets Ring", "Antikrist", "Nar Sjelen Hentes Til Helvete", "Dodsferd" ganharam uma roupagem mais moderna , uma produção mais cristalina e audível, mas perderam em essência um feeling e uma atmosfera de tempos primórdios.

"Sorgens Kammer" deixou de ser uma canção instrumental em teclado linda e ganhou, sim, uma boa versão com guitarras, vocais e baixo intitulada "Sorgens Kammer Del II", rendendo inclusive um interessante videoclipe. "Stormbläst", a faixa titulo, outrora soberba e com riffs marcantes, igualmente ganhou mais qualidade de áudio mas perdeu sua alma, seu riff principal...

"Avmaktslave" é uma boa faixa nova, poderíamos dizer que junto com a "Sorgens", cumprem o papel do “novo“, mas em suma os fãs die Hard da banda tiveram mais motivos para torcer o nariz do que para acolher o trabalho.

Temos aqui em resumo uma ótima produção, qualidade cristalina, Hellhammer detonando em seu kit, talvez um maior entendimento técnico em contratempos, volumes, timbragem, mas sufocou características de uma época. Vale ter na coleção, pois apesar de tudo é um bom trabalho, tanto que agradou a fãs mais modernos que inclusive tiveram a chance de acessar a obra dez anos depois, e agora oferecido a nós através da Shinigami Records.

Gustavo Jardim