WARFIELD
WITH THE OLD BREED
Napalm Records - Importado
WITH THE OLD BREED
Napalm Records - Importado
Estava ansioso pelo novo álbum do trio alemão Warfield. O grupo, formado pelos irmãos Johannes Clemens (vocal, baixo) e Matthias Clemens (guitarra), junto com o baterista Dominik Marx, lançou em 2018 o maravilhoso Wrecking Command, trabalho que os levou a dividir palcos com nomes como Tankard, Evil Invaders e Exodus.
Agora, após longos sete anos, eles retornam com “With The Old Breed”, um álbum que apresenta um retrato cru e emocional de guerras sociais, históricas e internas, expressando críticas afiadas às realidades da vida. O disco é ríspido, uma sequência de golpes impiedosos do mais puro thrash germânico, prestando homenagem aos gigantes Kreator, Destruction e, principalmente, Sodom.
A abertura já chega como um voleio na fuça: “Melting Mass”. Os riffs iniciais trazem uma leve lembrança de Metal Militia, do Metallica, e não há forma melhor de iniciar um álbum de thrash metal do que com riffs brutais e um belo grito rasgado - "Abra os olhos e seja banhado por falsidade".
A sequência é ainda mais cruel com os nossos pescoços. “Appetitive Aggression”, “Soul Conqueror” e “Tie the Rope” formam uma trinca avassaladora que não deixa pedra sobre pedra. A velocidade impera, as batidas são violentas, os graves pulsantes – não há espaço para descanso.
"Como a guerra é um jogo de azar entre a vida e a morte, vivo no limite
A adrenalina da batalha me leva a uma viagem, meu vício diário
O prazer insano de matar dorme dentro de mim, sou um perigo encarnado para minha tropa
Minha sede interna por guerra vem à luz do dia, mas eu não dou a mínima."
O trecho acima pertence à poderosa “Fragmentado", uma faixa que me faz fechar os olhos e imaginar que essas palavras poderiam muito bem ter saído da mente de Jeff Hanneman, Tom Araya e companhia - puro Slayer, meus amigos. O Warfield não brinca em serviço e está determinado a recuperar o tempo "sumido". “Inhibition Atrophy” e “Dogs For Defense” formam uma dupla implacável, cheia de agressividade e aniquilação gratuita. Já “Gasp” marca o momento de desaceleração. A música é mais arrastada, trazendo um ar denso — um leve respiro instrumental para uma letra insana:
"A perdição sobe – névoa crescente
Parede rastejante – praga fluindo
Máscaras esqueléticas contam a história
O vento entrega a lei química
Gritos de 'gás' – a fumaça preenche a trincheira
Arrastando-se para dentro da presa ofegante
A guerra psicológica fode as mentes
Asfixiados, afogados em um mar verde."
O ponto alto do disco está nos riffs. Não há um único deslize ao longo das faixas, e a vontade de banguear é constante. “With The Old Breed” é um álbum feito de fã para fã, e fica nítido o sangue e o suor derramados nessas 11 faixas. O encerramento é apoteótico: a faixa-título retorna com o caos, repleta de bumbo duplo e uma velocidade descomunal, mas com quebras de tempo bem encaixadas, tornando-a perfeita para os palcos. O ponto final do tracklist vem com um cover de “F# (Wake Up)”, do Nuclear Assault.
Em “With The Old Breed”, o Warfield não deixa nada pela metade. Homenageia seus ídolos com maestria, ao mesmo tempo em que acende um alerta para a nova geração que está surgindo no velho continente.
Ouça e ganhe um bom e pesado torcicolo.
Thrash til' Death!
William Ribas
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