quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

TERMINAL VIOLENCE - MOSHOCALYPSE (2024)

 


TERMINAL VIOLENCE
MOSHOCALYPSE
Independente - Importado

Formado há apenas dois anos, o Terminal Violence, quinteto Tolo (Vocal), Micky (Baixo), Edgar (Guitarra), Pal (Guitarra) e Hector (Bateria) chega de uma maneira rápida e impiedosa com “Moshocalypse”, o seu álbum de estreia. Lançado nos acréscimos de 2024, o disco se estabelece como uma ode a bandas americanas e alemãs da década de oitenta e noventa , mas com um toque mais atual. Com uma abordagem intensa e confrontadora desde a primeira faixa, “Sound The Alarm”, ficando claro que a missão é atiçar o ouvinte a entrar de cabeça no moshpit.

Os riffs cortantes e uma pegada frenética estabelece passagens que remetem tanto à escola clássica do thrash quanto a elementos contemporâneos de outros subgêneros da música pesada, mostrando que uma das regras do grupo é dialogar entre passado e presente. As faixas seguintes continuam a narrativa intensa. “Instinct Suppressor” traz uma combinação agressiva de velocidade e variações que hipnotizam. O peso da composição se alinha perfeitamente com as letras, que refletem a repressão do indivíduo em meio às pressões sociais. Já “Fuck The System” surge como uma catarse coletiva reforçando a bandeira contestadora que o thrash metal sempre carregou.

Um dos momentos mais marcantes do álbum é a colaboração com Guillermo Izquierdo, vocalista do Angelus Apatrida, em “Smart Is The New Dumb”. A presença de Izquierdo adiciona uma dose extra de ferocidade, enquanto a música aborda, de forma sarcástica e crítica, o culto à ignorância do mundo atual, elevando o peso emocional da faixa.

O álbum também sabe explorar momentos em que o peso se sobrepõe à velocidade. “All Hail Zyon” aposta em uma atmosfera mais cadenciada, destacando riffs densos e um groove arrastado que dá espaço para uma versatilidade não se limitando apenas em “pisar no acelerador”. “One Step To The Front” é outro ponto alto, com mudanças bruscas e linhas de baixo que soam mais evidentes, adicionando camadas ao som deixando-o “sofisticado”em termos de estrutura.

A dupla, “Seeds” e “Slaves Of Greed” mantêm o nível elevado, com solos de guitarra inspirados e refrões marcantes. São faixas que demonstram a consistência do álbum, sem momentos de fraqueza. O grand finale com “Pedal to the Metal” é estratégico. A faixa resume a proposta do disco, trazendo à tona todos os elementos trabalhados anteriormente — peso, velocidade e técnica instrumental — em uma conclusão intensa e memorável que atinge em cheio o coração dos thrashers.

Moshoocalypse” não é apenas uma homenagem ao thrash metal clássico , mas também projeta o Terminal Violence para novos horizontes — sendo um verdadeiro moshpit de ideias brilhantes de uma banda que tem a faca e o queijo para ter uma vida longa na estrada da música pesada.

William Ribas




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