DEATH ANGEL
RELENTLESS RETRIBUTION
Shinigami Records/Nuclear Blast - Nacional
RELENTLESS RETRIBUTION
Shinigami Records/Nuclear Blast - Nacional
Poucas bandas sobreviveram ao tempo e às mudanças do metal com tanta garra quanto o Death Angel. Em 2010, com o lançamento de “Relentless Retribution”, o grupo não apenas provou que estava vivo, mas mostrou que ainda sabia esmagar crânios com a mesma intensidade dos anos 80 — só que agora mais afiado, pesado e preciso.
Se os retornos “The Art of Dying” (2004) e “Killing Season” (2008) soaram como um renascimento calcado nas raízes, aqui o quinteto pisa no acelerador e abre caminho para novas possibilidades. O Thrash Metal da Bay Area continua sendo a espinha dorsal, mas envolto em camadas modernas, com grooves cortantes, variações rítmicas inesperadas e até passagens melódicas que surpreendem sem comprometer a brutalidade.
Na abertura, a faixa-título já anuncia o que vem pela frente: agressividade sem freio. “Claws in So Deep” é o épico do álbum, misturando peso absurdo, refrão melódico e um final surpreendente com violões, criando um contraste poderoso em meio ao caos. “Truce” é puro Thrash direto no queixo, enquanto “Into the Arms of Righteous Anger” desacelera apenas para esmagar com cadência calculada. “River of Rapture” retoma a velocidade brutal, enquanto “Absence of Light” e “This Hate” exploram atmosferas mais densas e flertes com o hardcore.
Na reta final, o álbum mantém a diversidade sem perder a pegada: “Death of the Meek” equilibra brutalidade e melodia, “Opponents at Sides” arrisca em terreno mais alternativo, dividindo opiniões, mas mostrando coragem criativa. “I Chose the Sky” é crua e violenta, “Volcanic” surge como balada acústica sombria — um breve respiro — e “Where They Lay” fecha o massacre de forma inquestionável, como todo disco de Thrash digno deve encerrar.
Em “Relentless Retribution”, o Death Angel não se limita a reviver o passado, mas reinventa sua fúria, misturando tradição e ousadia — provando que o Thrash Metal pode evoluir sem perder o sangue nos olhos.
William Ribas
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