sexta-feira, 26 de setembro de 2025

DARK ANGEL - EXTINCTION LEVEL EVENT (2025)

 


DARK ANGEL 
EXTINCTION LEVEL EVENT
Reversed Records - Importado

O Dark Angel é uma das principais bandas que ajudaram a moldar o Thrash Metal oitentista. Atrevo a dizer que influenciou e muito a primeira leva do Death Metal, pois o som do Dark Angel transpirava ao mesmo tempo, técnica e brutalidade. “We Have Arrived” (1984) e “Darkness Descends” (1986) são clássicos atemporais do estilo. Com toda essa importância na cena Thrash americana e mundial, é intrigante como a banda não conseguiu dar uma sequência constante na carreira, finalizando as atividades em 1992, com os integrantes seguindo em direções diferentes, retornando 10 anos depois, e esporadicamente se reunindo, até retornarem definitivamente em 2013, com turnês seguidas, para a felicidade dos fãs, inclusive tocando no Brasil no Bangers Open Air 2025! Mas faltava um novo álbum, e ele chegou : “Extinction Level Event” veio a nós agora em Setembro/2025.

34 anos após “Time Does Not Heal” (1991), estamos escutando um novo trabalho do Dark Angel. Infelizmente em 2023, tivemos a morte de Jim Durkin, membro original, e um dos responsáveis pela criação dos riffs avassaladores dos três primeiros trabalhos. No seu lugar, entrou a guitarrista Laura Christine, esposa do monstruoso batera Gene Hoglan. Completam a formação o guitarrista Eric Meyer (único integrante a participar de todos os álbuns da banda), Mike Gonzalez (baixista desde1986) e o vocalista Ron Rinehart.

Vamos ao álbum? Uma espera de 34 anos para o lançamento de um novo trabalho de uma banda como o Dark Angel pode se tornar prejudicial, seja pela expectativa, seja pela ansiedade dos fãs, seja pela perda de “timing” das composições... E este, creio seja o grande problema de “Extinction Level Event”. Não me entenda mal, o trabalho não é um álbum ruim, mas esperava bem mais. Tentarei explicar melhor: não há nada de errado em simplificar as músicas, mas, se você fizer isso, pelo menos deixe-as mais curtas para que nada pareça arrastado. Faixas como "Circular Firing Squad", "Apex Predator" e "Scarface The Room"" são exemplos do que falo.

Os riffs são decentes quando você os ouve pela primeira vez, porém as composições não tem a tradicional variação de riffs, e ocorre que por serem repetitivos, você acaba enjoando deles. Ficaram extremamente genéricos, e nada parecidos com o que Dark Angel costumou criar no passado. Outro detalhe: os vocais de Ron soam desgastados, pois na maior parte do tempo ele fica apenas gritando, e que por incrível que pareça, ficou sem nenhum tipo de agressividade ou atitude. Quando ele tenta cantar com mais melodia, a coisa piora ainda mais. Rob Shallcross faz um trabalho de produção muito bom, enquanto o destaque mais que positivo é a performance destruidora de Gene Hoglan, comprovando o que não é novidade: “Atomic Clock”, como é chamado, é um dos maiores bateristas em atividade, uma lenda viva dos tambores.

Enfim, “Extinction Level Event” ao meu ver é extremamente decepcionante, pela expectativa criada e pelo resultado apresentado. É o pior trabalho disparado do Dark Angel. Estou tentando lembrar algum outro “álbum de retorno” que me decepcionou tanto e não estou lembrando. Se você não se importa com mais nada e só quer riffs de Thrash Metal pesados ​​e mais pesados sem muito conteúdo, este álbum serve perfeitamente, mas mesmo assim, eu recomendo que você volte várias casinhas, e revisite a discografia clássica do Dark Angel.

José Henrique Godoy




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