terça-feira, 30 de setembro de 2025

KATAKLYSM - SERENITY IN FIRE (2004/2025)

 


KATAKLYSM
SERENITY IN FIRE
Shinigami Records/Nuclear Blast - Nacional

O Kataklysm sempre foi sinônimo de brutalidade, mas em ‘Serenity in Fire”, a banda alcança um ponto de maturidade que consolida de vez seu lugar no death metal extremo. Depois do sucesso de “Shadows & Dust” (2001), muitos imaginavam que aquele seria o auge – mas este sétimo álbum prova o contrário. Eleva o peso, refina a produção e entrega uma experiência devastadora do início ao fim.

O grande diferencial aqui atende pelo nome de Martin Maurais. Assumindo as baquetas, ele redefine o “Northern Hyperblast”, atingindo velocidades e precisão que beira a insanidade. O que ouvimos em faixas como “Resurrected”, “Blood on the Swans” e “10 Seconds from the End” é mais que um simples blast beat – é uma metralhadora rítmica, rápida, cristalina e implacável, que dá nova vida ao som do Kataklysm. A impressão é de que alguém instalou motores a jato em um kit de bateria.

Mas o mérito não é só dele. Maurizio Iacono mostra evolução nos vocais, alternando guturais e gritos cortantes com controle e intensidade. O peso das guitarras de Jean-François Dagenais e o grave do baixo reforçam a espinha dorsal da destruição.

O disco é coeso e variado na medida certa. “As I Slither” virou clássico instantâneo e presença obrigatória nos palcos, enquanto “The Night They Returned” é puro esmagamento sonoro. Já “For All Our Sins”, com participação de Peter Tägtgren (Hypocrisy), adiciona uma camada especial de brutalidade melódica. “Under the Bleeding Sun” e “The Ambassador of Pain” mostram a habilidade do grupo em misturar melodia e atmosfera sem perder a adrenalina. Até mesmo momentos mais cadenciados, como em “The Tragedy I Preach” ou na faixa-título, provam que a banda pode reduzir o andamento mas nunca abrir mão da intensidade.

Serenity in Fire” é a afirmação definitiva de que o Kataklysm encontrou sua identidade. Com esse lançamento, o Kataklysm estabelece um novo padrão dentro do gênero. É um disco devastador, implacável e memorável – daqueles que esmagam ossos, dilaceram pescoços e continuam soando atuais mesmo duas décadas depois.

William Ribas




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