OS 35 ANOS DE UM CLÁSSICO DO THRASH METAL
Os primeiros segundos de “Holy Wars… The Punishment Due” já dizem tudo. É aquele tipo de abertura que te prende de cara, sem pedir licença, e com os dois pés no peito: “você está diante de algo gigante”. Rápidos, cortantes e cheios de energia, os riffs resumem o espírito do thrash metal em poucos instantes. Ali já fica claro o que cada integrante traz para a mesa: a técnica absurda de Dave Mustaine, as melodias afiadas de Marty Friedman, o peso firme de David Ellefson e a bateria precisa de Nick Menza. Só essa faixa já mostra por que Rust in Peace poderia, sozinho, definir um gênero inteiro.
Lançado em 24 de setembro de 1990, o álbum chegou quando o Megadeth já era um nome consolidado, mas ainda precisava provar até onde podia ir. E o salto veio: não só com velocidade e agressividade, mas também em ousadia — é o início do auge criativo da banda.
Mustaine precisou remontar o time. A entrada de Menza trouxe uma bateria que unia peso e um toque de sofisticação jazzística. Já Friedman se revelou o parceiro perfeito, transformando solos em verdadeiras histórias dentro da música pesada. Com o fiel escudeiro (da época) Ellefson, essa acabou se tornando a formação clássica para os fãs.
Além de “Holy Wars… The Punishment Due”, o tracklist vinha com músicas extremamente fortes. “Hangar 18” é praticamente uma guerra de guitarras, uma aula sem perder a alma. “Tornado of Souls” guarda aquele solo lendário do Friedman, um dos mais perfeitos do metal.
“Five Magics” mostra como o Megadeth ousou brincar com estruturas complexas. Já “Poison Was the Cure” e “Take No Prisoners” mantêm a pegada crua e direta, algo como uma lembrança do início da banda.
O título do álbum, inspirado na Guerra Fria, captura perfeitamente o clima da época (tão atual, hein?). A capa de Ed Repka, com Vic Rattlehead diante de líderes mundiais e um alienígena em contenção, misturava política e ficção científica, o que só aumentou o impacto quando o trabalho saiu.
Trinta e cinco anos depois, a conclusão é simples: Rust in Peace ainda soa absurdo – parece que foi gravado ontem. Uma obra-prima definitiva do Megadeth. Um encontro perfeito de velocidade, técnica e identidade.
Rust in Peace não é apenas obrigatório – é essencial.
William Ribas
Nenhum comentário:
Postar um comentário