segunda-feira, 29 de setembro de 2025

BELPHEGOR - CONJURING THE DEAD (2014/2025 - RELANÇAMENTO)

 


BELPHEGOR
CONJURING THE DEAD
Shinigami Records/Nuclear Blast - Nacional

Três anos após o excelente “Blood Magick Necromance” os reis do Death Black metal apresentam o seu novo artefato de guerra intitulado “Conjuring the Dead”,e de certa forma após o lançamento do single “Gasmask Terror”, um mês antes do aguardado Full, já demonstrava que soaria mais agressivo em relação a seu último disco.

O ano era 2014, e os austríacos vão até a Florida contar com a produção do lendário Erik Rutan (Morbid Angel/ Hate Eternal), e sem dúvidas que o resultado final deixou uma cara mais Death Metal nas faixas como um todo, mas salvaguardando elementos da sonoridade que a banda construiu em duas décadas. O fato de Helmuth ter contraído febre tifóide na tour latino americana passada, segundo alguns críticos da época, contribuiu para um vocal afetado e mais discreto, o mantendo em uma determinada zona de segurança tecnicamente falando em questão de alcance, sem dúvidas é notável essa característica. Assim como se percebe a banda modificando certos arranjos outrora mais melódicos.

A já mencionada “Gasmask Terror” não poupa munições em brutalidade, riffs velozes e Blast Beats insanos relembrando por exemplo a clássica “Lucifer Incestus”, bem como trechos de “Deschristianize” do Vital Remains, ao menos tive essa impressão. Em seguida, “Conjuring the Dead” já apresenta elementos mais característicos, e já entra como status de clássica e grande destaque da empreitada, com seus climas variados e caóticos, acabou rendendo um lyric vídeo interessante, aos moldes de “The Exorcist” para a banda, dirigido por Walter Fanninger.

A próxima faixa “In Death” remete a um Thrash Death Metal que ameniza um pouco a velocidade, com doses regulares de peso, nada a comprometer. “Rex Tremendae Majestatis” traz de volta o clima mais soturno e é interessante.

A desgraça se aproxima novamente com “Black Winged Torment”, uma das mais agressivas invocando o velho espírito e destacando o serviço de batera de Martin Jovanovic. Após a instrumental “The Eye“, a excelente “Legions of Destruction” apresenta peso e arranjos inconfundíveis e conta com a participação mais que especial de Glen Benton (Deicide/ Vital Remains) e Attila Csihar (Mayhem/Tormentor) mantendo em alto nível a proposta.

“Flesh, Bones and Blood” outra faixa mais cadenciada não compromete, apesar de não ser o ápice, aquecendo o clima para “Lucifer, Take Her!”, retomando a velocidade e peso adequados, vocais insanos e dementes sobretudo com a contribuição de Alexandra “Dollface” Van Weitus, dando um clima mais sombrio e culminando em “Pactum in Aeternum” , o que parece ser uma faixa climática complementar a anterior e funcionando como um “Outro”.

Os veteranos Helmuth e Serpenth mais uma vez não se comprometem. Embora uma produção menos cristalina, o nível de brutalidade e competência é mantido, o tornando na minha opinião um grande álbum, com antigos elementos e características, sem maiores inovações. A arte da capa mais uma vez conta com o trabalho de Seth Siro Anton, que já havia contribuído em “ Pestapokalypse VI” e é membro do Septic Flesh, trazendo uma arte blasfema e sombria como de costume.

Mais um relançamento de alto nível via Shinigami Records, e obviamente é a oportunidade de enriquecer a estante adquirindo o mesmo, porque apesar das ressalvas, vale a pena.

Gustavo Jardim




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