AMBUSH
EVIL IN ALL DIMENSIONS
Napalm Records - Importado
EVIL IN ALL DIMENSIONS
Napalm Records - Importado
“Evil in All Dimensions” é uma prova inegável da paixão do Ambush pelo heavy metal. Aliás, é muito mais do que isso: é a confirmação de como precisamos que aquele “velho amigo” da década de oitenta permaneça vivo, firme e forte. Eu sei que é interessante ouvir música pesada recheada de passagens climáticas ou sons que se expandem preenchendo todos os espaços, mas, sinceramente, nada consegue superar o heavy metal forjado no aço — riffs, riffs e mais riffs, afiados e cortantes.
Desde a primeira nota, sorri de orelha a orelha, pois sabia que os suecos não tinham abandonado o jeans rasgado e a jaqueta de couro — eles continuam seguindo a cartilha de nomes como Judas Priest, Saxon, Running Wild, Accept, Iron Maiden e tantos outros. O baterista Linus Fritzson rompe o silêncio na faixa-título para, em seguida, a dupla Karl Dotzek e Olof Engqvist despejar notas ácidas em uma música elétrica, onde é impossível não querer bater cabeça. A sequência vem com a maravilhosa e viciante, “Maskirovka”: guitarras cavalgadas e o baixo pulsante do estreante Oskar Andersson fazem dessa faixa um verdadeiro hino.
Já o talentoso vocalista Oskar Jakobsson é um show à parte. Ele coloca emoção a cada vez que abre a boca: “Iron Sign” e “The Night I Took Your Life” são exemplos ímpares dessa forma. Não sei, mas em certas partes ele me lembra uma boa mistura de Tobias Sammet (Edguy) e Joacim Cans (HammerFall), graças à forma teatral com que interpreta as músicas do quarto álbum de estúdio da banda. E quando chega “I Fear the Blood”, vemos o lado calmo do Ambush — é como voltar no tempo das grandes power ballads, cheias de sentimento, com uma letra que carrega uma certa dor:
"I finish the bottle
Goodbye my dear friend
You know where to find me
I’ll see you again…”
Uma das coisas mais legais dentro da proposta do Ambush é a intensidade das guitarras gêmeas. Elas trazem no ar uma boa dose de nostalgia, algo que me faz voltar no tempo de quando ouvia os primeiros álbuns do Maiden, e de como Adrian Smith e Dave Murray eram (e ainda são) minha dupla de guitarristas favorita — aquelas linhas cheias de harmonias fantásticas!
É em “Come Angel of Night” que o Ambush mostra sua veia mais dramática: com baterias rápidas, guitarras cortantes e vocais em tons agudos, a faixa fala sobre reconciliação quando tudo parece perdido, culminando em solos inspiradíssimos, que transmitem o melhor do heavy metal clássico. É impressionante como a banda nunca precisou de muitos truques — o que os sustenta é a capacidade de recriar a chama dos anos 80 sem soar datada. Eles conquistaram os fãs na base da honestidade: riffs certeiros, refrãos que grudam e energia de sobra. E é justamente todos esses ingredientes que encontramos no trio final: “The Reaper”, “Bending the Steel” e “Heavy Metal Brethren”.
Com “Evil in All Dimensions”, o Ambush não apenas reafirma seu lugar como uma das bandas mais empolgantes do heavy metal atual, mas também prova que a tradição ainda pode soar viva, pulsante e relevante. É um disco que carrega a alma do passado sem medo de olhar para frente, unindo hinos velozes, grooves marcantes, momentos memoráveis e a energia imortal que somente a música pesada pode transmitir — O legal é que, agora em novembro, a banda passa pelo Brasil, com 6 datas pela “Evil In South America 2025 Tour”:
09.11.25 — São Paulo
11.11.25 — Brasília
12.11.25 — Curitiba
14.11.25 — Fortaleza
15.11.25 — Recife
16.11.25 — Limeira
“All hell is breaking loose
Ambush is here for you!
Heavy Metal Brethren
Won’t you break free?
The sword is in your hands
All hell is breaking loose
Ambush is here for you!”
William Ribas
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