KISS ALIVE! 50 ANOS - AS CINCO DÉCADAS DO MAIOR ÁLBUM AO VIVO DA HISTÓRIA DO ROCK!
Todo o dia 10 de Setembro deveria ser feriado para qualquer fã do KISS. Nesta data, no ano de 1975, era lançado não apenas o álbum “Alive!”, primeiro ao vivo do quarteto mascarado de Nova Iorque, mas um álbum que deu o “start” definitivo para a carreira do grupo, vendendo 4 milhões de cópias e impulsionando as vendas dos 3 álbuns iniciais de estúdio, anteriores ao Alive!
A ideia inicial veio de Neil Bogart, proprietário da Casablanca Records, gravadora que tinha o KISS sob contrato. Desesperadamente, ele via as vendas baixas de “Kiss”(1974), “Hotter Than Hell” (1974) e “Dressed To Kill”(1975), mas ao mesmo tempo os shows do KISS lotavam e atraíam cada vez mais público. Foi dai que ele teve a ideia de vender “o show” em forma de LP. Esta passagem está bem registrada no filme "A Era de Ouro" (ou Spinning Gold, no título original- 2023), e primeiramente a sugestão foi rejeitada principalmente por Gene Simmons, pois ele achava que um álbum duplo ao vivo de uma banda ainda semi-desconhecida encalharia nas prateleiras das lojas, e seria o último prego no caixão do KISS. Para sorte de todos nós, KISS ALIVE! Foi um sucesso, e salvou não apenas a carreira da banda, como da própria Casablanca Records, que até então se afundava em dívidas.
O álbum foi gravado durante cinco noites em shows feitos em quatro cidades: Cleveland, Detroit, Wildwood e Davenport. A produção, a cargo do mago Eddie Kramer entrega no vinil tudo o que o KISS performava no palco. Pesado, ríspido e vibrante, a plano inicial de entregar “no pacote” um show do KISS, foi 100% confeccionado com louvores.
Desde a introdução/apresentação do road manager Junior Smalling (falecido em 2020 - é dele a voz que eterniza a frase: “You Wanted The Best, and You´ve Got it: The Hottest Band In the World: KISS!”) até os acordes finais de “Let Me Go Rock N' Roll”, o que se tem aqui é pura energia. Se torna óbvio, para quem conhece o show do KISS, que entre explosões, fogos, e devido a performance cênica agitada (para se falar o mínimo) de Gene Simmons, Paul Stanley, Ace Frehley e Peter Criss, teriam que ser feitos ajustes em estúdio, os famosos overdubs, o que anos depois foi confirmado tanto por Eddie Kramer, como pelos 4 músicos. Mesmo assim, nada consegue tirar o brilho de Alive!
A minha experiência pessoal com “Alive!”: Em 1983, eu entrei na Kissmania de corpo e alma, devido a Tour da banda pelo Brasil. Eu tinha 12 anos . E já tinha em casa o “Creatures Of The Night”, porém eu PRECISAVA de mais. Foi daí que pedi de Natal para a minha saudosa e amada mãe, a Dona Almira, que me desse mais um disco do KISS. E lá fomos nós. Ao chegar na loja, me deparei com o relançamento no Brasil do Alive! A magia da capa, a icônica foto dos quatro me fez pegar o disco e querer levar aquele mesmo, sem ouvir, pois eu sabia que não precisava. Presente dado, ao colocar o LP para rodar, foi amor a primeira vista. Minha mãe deve ter pensado “o que eu fiz??” pois eu só ouvia o Alive!, repetidamente. Viajava no solo de bateria de Peter Criss, nos solos do Ace, Paul Stanley e Gene Simmons executando suas partes em cada música como se fosse a última coisa que fariam na vida...bStanley inclusive, mostra aqui que seria um dos maiores “frontman” da história, conduzindo a plateia com carisma e energia inesgotável. Tem dúvida? Escute a já citada “100.000 Years”. É pura magia!
Assim como foi comigo, Alive! é responsável por formar uma infinidade, não apenas de fãs, mas de músicos mundo afora, desde o seu lançamento. Dave Lombardo, o eterno batera do Slayer, declarou que só se sentiu um verdadeiro baterista, no dia que conseguiu tocar todo o solo de bateria de Peter Criss, durante “100.000 Years”. Marty Friedman e Richie Kotzen se declaram fãs do trabalho de Ace Frehley em Alive!. Mike Portnoy, Mille Petrozza (Kreator), Scott Ian, Charlie Benante e Frank Bello (todos Anthrax) são fãs de carteirinha do KISS, e declaram seu amor incondicional por Alive! Quantas bandas e músicos foram formados a partir desse disco, não? A lista é enorme.
Finalizando, todo Kisseiro hoje deve, em algum momento do dia, sentar, relaxar e colocar o ALIVE! para tocar na íntegra, sem interrupções. Já avise em casa seus familiares, que você não poderá ser interrompido nos próximos 72:35 minutos, pois durante este tempo, você não estará disponível, pois vai estar de volta a 1975, degustando a audição não apenas de um dos maiores álbuns de todos os tempos, mas de um marco na história do Rock N' Roll!
José Henrique Godoy
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