DIRKSCHNEIDER AND THE OLD GANG
BABYLON
Reigning Phoenix Music - Importado
BABYLON
Reigning Phoenix Music - Importado
Quando um projeto começa quase por acaso e acaba se tornando um marco, é porque havia algo maior esperando para acontecer. O caso do Dirkschneider And The Old Gang (DATOG) é exatamente esse: uma ação beneficente que se transformou em uma das reuniões mais interessantes do heavy metal nos últimos tempos. O peso da história está no lineup: Udo Dirkschneider, Peter Baltes, Stefan Kaufmann, Mathias “Don” Dieth, Sven Dirkschneider e Manuela “Ella” Bibert. Nomes que, sozinhos, já carregam décadas de relevância — juntos, elevaram o primeiro álbum completo para outro nível.
“Babylon” chega cheio de propósito e sem medo de ousar. O que impressiona logo de início é a forma como o grupo lida com as vozes. Ao invés de virar um campo de batalha, o disco costura com inteligência os diferentes timbres de Udo, Baltes e Manuela, criando contrastes e complementos que tornam cada faixa uma pequena surpresa. As três vozes se encaixam como se fossem peças de um quebra-cabeça, onde a cada faixa o quadro vai sendo construído diante do ouvinte.
Musicalmente, o álbum é diverso, mas nunca solto. “It Takes Two To Tango” abre a sequência com energia elétrica, riffs certeiros e um refrão chiclete, pronto para grudar — e gruda! “Hellbreaker” é puro ataque, daqueles hinos que levantam os fãs, enquanto “Time To Listen” traz um clima acelerado, mostrando uma boa dose de adrenalina. Já “Strangers In Paradise” suaviza o ambiente, respira emoção e mostra que o grupo sabe ser intenso até na delicadeza, enquanto “The Law Of A Madman” chega com balanço marcante e um solo de arrepiar.
O disco ainda reserva momentos épicos, como “Beyond The End Of Time”, que ultrapassa os oito minutos e entrega uma jornada sonora que mistura diferentes modos operandi da banda — peso, melodia, técnica e drama em doses bem equilibradas, deixando o recado: não estamos presos a fórmula. Entre homenagens como “Metal Sons” (um hino que soa como uma carta de amor ao heavy metal) e faixas diretas e agressivas como “Dead Man’s Hand” e “Propaganda”, fica claro que “Babylon” foi pensado para dialogar tanto com os fãs mais antigos do Accept quanto com quem busca frescor no metal mais clássico.
O maior trunfo da obra está na naturalidade. Não parece um disco feito para “provar” algo, mas sim para celebrar a música, resultando em um trabalho forte e honesto. Deixando bem claro: “Babylon” não apenas mostra respeito às raízes do metal, mas também prova que basta colocá-lo no volume máximo para sentir a força de uma gangue que, mais do que “velha”, soa absolutamente incrível.
William Ribas
Nenhum comentário:
Postar um comentário