terça-feira, 29 de abril de 2025

CANDLEMASS - CANDLEMASS (2005/2025) - RELANÇAMENTO

 


CANDLEMASS
CANDLEMASS
Shinigami Records/Nuclear Blast - Nacional

O álbum Candlemass, lançado em 2005, é simplesmente um monumento do doom metal - uma obra que carrega o peso clássico da banda, mas que soa viva, intensa e até inovadora. É o quinto e último disco de estúdio com a formação clássica reunida, e você sente isso em cada nota.

A abertura com "Black Dwarf" já chega como um trovão - o riff principal é puro Candlemass: pesado, lento, ameaçador, mas com uma leve veia quase hard/heavy em alguns momentos. Messiah canta como um profeta enlouquecido, sobre guitarras que parecem arrancadas do fim do mundo. "Seven Silver Keys" diminui o passo e mergulha ainda mais fundo no doom puro, aquele tipo de som que parece fazer o tempo parar.

Cada música é uma pancada emocional. "Assassin of the Light" é outra joia, uma montanha-russa de riffs e melodias que fazem você querer erguer os punhos para o céu cinzento. "Copernicus" é hipnótica e pesada - um verdadeiro hino oculto. "The Man Who Fell from the Sky", um instrumental poderoso, mostra como a banda é monstruosa mesmo sem precisar de palavras.

O auge dramático talvez esteja em faixas como "Witches" e "Born in a Tank" - momentos em que a banda parece exorcizar todo o peso de duas vidas. Não é um álbum rápido (óbvio), mas também não é sufocante: é pesado, sim, mas dentro dele pulsa uma beleza sombria — como um amanhecer de inverno, com o ar gelado e o sol mal se erguendo no horizonte.

O impacto foi tão grande que o álbum rendeu ao Candlemass o prêmio Grammy sueco. A vitória impulsionou uma turnê pela Europa e América do Sul, incluindo a tão esperada primeira vez da banda no Brasil em 2006.

Agora, em uma celebração merecida, o disco está sendo relançado pela Shinigami Records, em parceria com a Nuclear Blast, permitindo que uma nova geração descubra (ou redescubra) esse trabalho.

O auto-intitulado é, acima de tudo, um disco de paixão visceral. Cada faixa soa como se a banda soubesse que estava capturando algo mágico e único - uma despedida da formação clássica digna dos deuses do doom, uma carta de amor ao metal melancólico e monumental que só o Candlemass sabe (e pode) fazer.

William Ribas




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