DESTRUCTION
BIRTH OF MALICE
Shinigami Records/Napalm Records - Nacional
BIRTH OF MALICE
Shinigami Records/Napalm Records - Nacional
Diga lá você, velho (a) Headbanger, qual a banda forjada em cinto de balas e couro negro mais poderosa da Alemanha? Isso mesmo, o veterano DESTRUCTION!
Existem excelentes bandas por aí, mas existem instituições do Metal, que fazem o estilo ser o que é desde os primórdios (Belo Horizonte que nos diga, veja o som e visual de nossos ícones Sarcófago, Sepultura, Mutilator, Sextrash, Mayhem, na Noruega, Desaster na Alemanha, entre outras seminais bandas) deixando um rastro de aço bruto. Alguns exemplos disso são Venom, Motorhead, Judas Priest e o próprio Destruction. E ser agraciado por um disco que soa tão poderoso e mortal aos ouvidos nos dias de hoje é o que nos move, você que vive o metal nas suas veias sabe o que estou falando.
A obra foi lançada agora em março de 2025 e supera as expectativas em mais um excelente trabalho três anos após o seu último (e bom) “Diabolical” de 2022, onde a banda mais uma vez passou pelo processo de renascimento após a saída de Mike Sifringer, lendário mentor das seis cordas. A formação aqui conta com Schmier (baixo/ vocal), Randy Black (bateria), Damir Eskic e Martin Furia (guitarras) e se mostrou mais a vontade e incrivelmente coesa.
Vamos aos fatos: após a breve “The Birth of Malice”, a já icônica “Destruction” traz um clima de celebração e faz um link com a vasta história da banda e os fãs, mostrando ao longo da letra diversas referências aos seus clássicos e também na parte musical, com o riff de abertura remetendo imediatamente a “ Curse the Gods” e soa cadenciada e poderosa. Vale mencionar o clipe da mesma gravada no Carioca Club proveniente da recente turnê de quarenta anos da banda.
A seguir, “Cyber Warfare” com seu clima bélico nos traz velocidade e um refrão poderoso abordando um tema atual, guerra tecnológica e os perigos da desinformação a serviço de manipulação e poder, já um dos pontos altos do disco, contando com solos matadores de guitarra. A igualmente destaque “No Kings No Masters” traz igualmente poder de fogo em palhetadas insanas com frases que ate mesmo lembram o grande Sodom nos riffs de “Sodomy and Lust”, outro refrão marcante e cozinha precisa. Aqui já temos uma abordagem auto explicativa: sem reis, sem mestres! Rendeu um single pra banda.
“Scumbag Human Race” mantém o altíssimo nível até aqui, os riffs são bem Thrash Metal com arranjos bem interessantes, solos mais uma vez são bem destacados e o batera manda ver. Mais um recado aos ditadores do mundo moderno baseados em ditadores do passado vociferado por quem fala o que pensa. O disco já apresenta seus pontos altos por aqui e estamos recém na quarta música, compreendem?
Em “God of Gore” temos um trampo veloz com passagens “Priestianas”, em seguida com “A.N.G.S.T." encontramos outro destaque do disco, sua levada pesada e cadenciada vai ganhando velocidade e leva inevitavelmente ao headbangin’. Arranjos sensacionais de guitarra, virou vídeo clip oficial inclusive.
“Dealer of Death” lembra muito o Metallica na sua abordagem, mas em uma roupagem própria por assim dizer. “Evil Never Sleeps” tem formato de heavy metal clássico, com refrãos interessantes e arranjos bem sacados.
“Chains of Sorrow” é um bom momento com um andamento mais cadenciado e em “Greed” temos um Thrash Metal mais tradicional que, em mais um momento, podemos nos empolgar com uma cozinha certeira e riffs bem trabalhados. A grata surpresa vem com uma grande versão de “Fast as a Shark” dos deuses do Accept, que traz uma versão matadora a altura de, segundo Schmier, a precursora do Speed Metal alemão. Fechando com chave de ouro um disco que volto a dizer, é excelente, talvez uma produção com uma pitadinha a mais de “orgânica “ o deixaria perfeita, mesmo assim ficou brilhante o trabalho nesse sentido.
A bolacha foi gravada na Polônia, no Little Creek Studio, mixada e masterizada na Alemanha por Martin Furia e saiu pela gravadora Napalm Records, e por aqui será distribuída pela Shinigami Records. A capa também merece atenção, ficou a cargo do artista húngaro Gyula Havan Csár que já teve trabalhos com Accept, Kreator, Blind Guardian entre outros.
Esperando ansiosamente ver a banda ao vivo por aqui, uma grande turnê internacional seria mais um presente aos fãs e celebraria esse novo grande momento dos caras.
Gustavo Jardim
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